Educação Moral e Religiosa Católica

Introdução

As Aprendizagens Essenciais da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) foram definidas tendo por base os documentos curriculares em vigor, nomeadamente o Programa, as Metas Curriculares, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, bem como os Referenciais de Educação, nomeadamente, o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, o Referencial de Educação para o Desenvolvimento e o Referencial para a Dimensão Europeia da Educação. Com efeito, as preocupações contidas nestes documentos, assim como no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, transversais à sociedade e de pleno encontro às finalidades de uma formação integral da pessoa, como se pretende no âmbito da Educação Cristã, não poderiam deixar de estar presentes nos documentos produzidos para o ensino-aprendizagem desta disciplina.

Assim sendo, as Aprendizagens Essenciais levarão a uma maior agilidade na construção dos conhecimentos, das capacidades e das atitudes, por parte dos vários intervenientes no processo de ensino-aprendizagem.

Na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica o currículo desenvolve-se em espiral, sendo os conhecimentos, as capacidades e as atitudes trabalhados com maior profundidade ao longo do tempo, na medida em que a capacidade de cognição dos alunos evolua. Esta forma de organizar as aprendizagens, defendida por Jerome Bruner, possibilita atender à especificidade facultativa da disciplina e permite aos alunos que a frequentam de forma descontínua atingir as metas, adquirindo as capacidades e desenvolvendo os valores propostos para o ano de escolaridade respetivo.

Relativamente ao ensino secundário, pretende-se que as aprendizagens realizadas no decurso dos três anos, numa sequência de unidades letivas, possam levar os alunos à estruturação do agir ético e moral a partir da experiência religiosa e da visão cristã da vida, tornando possível que progridam de forma equilibrada à plenitude do humano. No entanto, tendo em conta que se trata de uma disciplina de frequência facultativa, pretende-se que em cada ano exista uma mesma linha base de aprendizagens, adaptadas a cada faixa etária e à sua capacidade reflexiva.

As Aprendizagens Essenciais que se indicam para este ciclo não foram definidas por ano de escolaridade, mas para todo o ciclo, em consonância com o Programa da disciplina, que apresenta dez unidades letivas sem determinar o ano a que se destinam. A opção foi a de proporcionar ao docente a possibilidade de organizar a lecionação segundo o itinerário que julgar melhor servir os interesses formativos dos alunos na sua realidade concreta.

Embora, no Programa, as aprendizagens surjam adaptadas à capacidade reflexiva de cada faixa etária, deve ter-se em especial consideração a capaciade dos alunos para argumentar, levantar questões, afirmar pontos de vista e apresentar propostas.

Se, por um lado, o espaço para o debate deva ser garantido, por outro lado, às questões apresentadas não poderá deixar de ser proporcionado o enquadramento adequado, para que as abordagens que daí venham a ser suscitadas resultem em aprendizagens verdadeiramente significativas e estruturantes. Revestem-se, assim, de particular importância, para a lecionação da EMRC neste ciclo, as referências cuja definição das Aprendizagens Essenciais pretende constituir.

Estas aprendizagens não deverão ignorar as principais temáticas, que o Programa agrupa em três tipos de problemáticas:

i) as problemáticas em torno da «Vida», mediante a abordagem das Unidades Letivas «A Arte Cristã», «Amor e Sexualaidade» e «Valores e Ética Cristã»; ii) as problemáticas relacionadas com a «Vida Coletiva», tratadas nas Unidades Letivas «Política Ética e Religião», «Ética e Economia» e «A Civilização do Amor»; iii) uma «Leitura sobre as realidades vividas e estudadas», de certo modo, uma síntese dos doze anos de escolaridade proporcinada pelas Unidades «A Comunidade dos Crentes em Cristo», «Ciência e Religião» e «A Religião como Modo de Habitar e Transformar o Mundo».

Considerando as temáticas abordadas no 3.º ciclo, particularmente no 9.º ano, assim como os interesses e o desenvolvimento intelectual dos alunos ao longo do ensino secundário, recomenda-se que o primeiro conjunto de aprendizagens seja desenvolvido no 10.º ano. Pela sua finalidade sintética e conclusiva, fará todo sentido que as temáticas relaivas ao terceiro conjunto sejam desenvolvidas no 12.º.

Tendo em vista uma adequada articulação das aprendizagens neste ciclo com as desenvolvidas no ciclo anterior, sugerem-se as seguintes possibilidades, para cada uma das Unidades Letivas:

Unidade Letiva Ciclo de Ensino Ano/Unidade Letiva
UL 1 – Política, Ética e Religião Ensino Secundário Unidade Letiva 2 - Valores e Ética Cristã Unidade Letiva 3 – Ética e Economia
UL 2 - Valores e Ética Cristã 3.º Ciclo

9.º Ano: Unidade Letiva 1 – A Dignidade da Vida Humana

9.º Ano: Unidade Letiva 3 – O Projeto de Vida

UL 3 – Ética e Economia 3.º Ciclo 8.º Ano:Unidade Letiva 4 - Écologia e Valores
Ensino Secundário

Unidade Letiva 1 - Política, Ética e Religião Unidade Letiva

2 - Valores e Ética Cristã

UL 4 – A civilização do Amor 3.º Ciclo 7.º Ano: Unidade Letiva 4 – A Paz Universal
Ensino Secundário

Unidade Letiva 2 – Valores e Ética Cristã

Unidade Letiva 9 – A Arte Cristã

UL 5 – A Religião como Modo de Habitar e Transformar o Mundo 3.º Ciclo

7.º Ano: Unidade Letiva 2 – As Religiões

8.º Ano: Unidade Letiva 2 – O Ecumenismo

9.º Ano: Unidade Letiva 2 - Deus, o grande Mistério

Ensino Secundário

Unidade Letiva 8 – A Comunidade dos Crentes em Cristo

Unidade Letiva 9 – A Arte Cristã

UL 6 – Um sentido para a Vida 3.º Ciclo 8.º Ano: Unidade Letiva 3 – A Liberdade
9.º Ano: Unidade Letiva 3 – O Projeto de Vida
UL 7 – Ciência e Religião 3.º Ciclo 7.º Ano: Unidade Letiva 1 – As Origens
UL 8 – A Comunidade dos Crentes em Cristo 3.º Ciclo

7.º Ano: Unidade Letiva 2 – As Religiões

8.º Ano: Unidade Letiva 2 – O Ecumenismo

9.º Ano: Unidade Letiva 2 - Deus, o grande Mistério

Ensino Secundário Unidade Letiva 5: A Religião como Modo de Habitar e Transformar o Mundo
UL 9 – A Arte Cristã Ensino Secundário Unidade Letiva 5: A Religião como Modo de Habitar e Transformar o Mundo
UL 10 – Amor e Sexualidade 3.º Ciclo

7.º Ano: Unidade Letiva 3 – Riqueza e Sentido dos Afetos

8.º Ano: Unidade Letiva 1 – O Amor Humano

9.º Ano: Unidade Letiva 1 – A Dignidade da Vida Humana

Com o percurso realizado na disciplina de EMRC ao longo de toda a escolaridade obrigatória, pretende-se que o aluno construa, gradualmente, uma chave de leitura religiosa da pessoa, da vida e da história, a partir do olhar que lhe é oferecido pelo cristianismo e que dessa leitura resultem posicionamentos esclarecidos e responsáveis, não apenas no tocante à experiência religiosa, mas também no cuidado de si, do outro e do mundo.

Para além das Aprendizagens Essenciais identificadas para cada unidade letiva do Programa, ao longo do ensino secundário, o aluno deverá desenvolver um conjunto de competências transversais a outras disciplinas:

Interpretar informação, planear e conduzir pesquisas (A; B; C; D;I);

Utilizar de modo proficiente linguagens e símbolos (A; B; D; F; H; I; J);

Compreender a necessidade de fontes, históricas e outras, para a produção de conhecimento (A; B; C; D; F; I);

Colaborar em diferentes contextos comunicativos, utilizando ferramentas analógicas e digitais (A; B; C; D; E; H; I);

Reconhecer a importância dos valores de cidadania para a formação de uma consciência cívica e de uma intervenção responsável na sociedade (A; B; C; D; E; F; G; I);

Relacionar sempre que possível as aprendizagens da disciplina de EMRC com os dados das outras ciências, valorizando um Património de conhecimento comum que se reflete na história dos Povos e no uso dos Valores nas relações humanas (A; B; C; D; E; F; G; H, I;J);

Promover respeito entre diferentes culturas, a justiça e a paz (A; B; C; D; E; F; G; H; I);

Estabelecer consigo próprio e com os outros uma relação harmoniosa e salutar (A; C; E; F; G; J).

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
POLÍTICA, ÉTICA E RELIGIÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicitar o conceito de política, relacionando-o com a ética e a religião e apresentando o seu papel na construção da comunidade; (Hist., Fil., C. Polít.)

Mobilizar critérios éticos para apreciar, com sentido crítico, diferentes sistemas do exercício do poder; (Hist., Fil., C. Polít.)

Diferenciar as configurações de sociedade enquanto massa e enquanto povo; (Sociol.)

Apresentar os critérios bíblicos da autoridade política e a experiência das primeiras comunidades cristãs;

Participar na vida da comunidade, segundo os valores evangélicos da verdade, da justiça, da liberdade e da paz; (CD)

Identificar os princípios essencias da Doutrina Social da Igreja e o seu contributo para o desenvolvimento de uma sociedade justa, capaz de promover a dignidade de cada ser humano, no diálogo com as várias instituições do mundo contemporâneo;

Estabelecer uma relação de primazia da comunidade civil perante a comunidade política; (C. Polít.)

Reconhecer o sentido da participação dos cristãos na política como uma responsabiliade no serviço à comunidade, à pessoa e à verdade;

Construir, a partir da visão cristã, argumentos sobre uma ética da gratuidade, assumindo responsabilidades e gestos de solidariedade na promoção humana. (CD, Fil.)

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • Uso consistente de conhecimentos específicos da disciplina;
  • seleção de informação pertinente, priviligiando as fontes bíblicas, do Magistério e da reflexão teológica;
  • Organização de estudo autónomo;
    • análise de conceitos, teorias e situações, relacionados com as problemáticas abordadas, identificando os seus elementos;
  • tarefas de verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares;

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • - conceber situações, dentro e fora a da sala de aula, onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • - imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • - criar um objeto, texto ou mural perante um desafio colocado pelos assuntos debatidos;
  • - conceber iniciativas e pontos de vista próprios;
  • - usar modalidades diversas para expressar conhecimentos e valores;

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contraargumentos, rebater os contra-argumentos) fundamentado em critérios ético-morais;
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar;

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo;

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • promover estratégias que induzam conhecimento, respeito e cooperação perante a diferença;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre um dado problema e ou maneira de o resolver, tendo em conta diferentes perspetivas culturais, sociais e/ou religiosas;

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização em trabalhos de pesquisa individual ou em grupo;
  • registo seletivo;
  • organização (por exemplo, registo de dados segundo critérios e objetivos);
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar;

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio;

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado;

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • se autoanalisar;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo;

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com os seus pares de modo a participar ativamente na resolução de problemas; 
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo);
  • colaborar com os outros promovendo interajuda;

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu;

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento;
  • à autoestima e ao respeito pelos outros.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
VALORES E ÉTICA CRISTÃ
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Apresentar uma definição dos conceitos de «ética» e de «moral»; (Fil.)

Explicitar o que são valores morais e as suas principais características; (Fil.)

Organizar uma hierarquia de valores; (Fil.)

Identificar as principais tipologias da ética; (Fil.)

Compreender diversos modos de aquisição de valores na pessoa humana; (Port., Fil., Psicol.)

Estabelecer um diálogo entre cultura e fé, identificando os princípios do cristianismo; (Port.)

Entender o ser humano enquanto imagem e semelhança de Deus como categoria fundante da dignidade humana e da ética; (Fil.)

Reconheccer a mensagem bíblica como fundamento e inspiração para o agir cristão;

Mobilizar critérios éticos para a tomada de decisões em ordem a uma vida com sentido.(Fil., Sociol.)

Organizador
ÉTICA E ECONOMIA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Perceber a definição de economia e a finalidade da atividade económica; (Econ.)

Identificar a relação entre a ética e a economia; (Econ., Fil.)

Compreender a ética do comportamento humano e os princípios morais reguladores da atividade económica; (Fil.)

Reconhecer que a ética cristã defende a dignidade humana e a justiça social;

Perceber o valor do trabalho; (Hist.)

Analisar as causas e as consequências dos atentados à dignidade do trabalho; (Hist., Fil., Geog.)

Conhecer o Pensamento Social da Igreja sobre as questões económico-sociais; (Hist.)

Identificar causas da pobreza e das desigualdades sociais; (Geog., Fil.)

Promover uma atitude de denúncia e de luta contra a pobreza e a injustiça; (Geog., Fil.)

Valorizar a necessidade de globalização da solidariedade; (Fil.)

Mobilizar critérios éticos perante a atividade publicitária; (Econ., Fil., Geog.)

Apresentar a visão cristã da economia e da sociedade na opção pelos pobres e no cuidado da natureza; (Econ., Fil., Geog.)

Assumir compromissos em ordem à construção de uma economia mais justa. (Fil.)

Organizador
A CIVILIZAÇÃO DO AMOR
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicitar o conceito de civilização como cosmovisão e como cultura;( Hist., Fil.)

Apresentar uma perspetiva sobre os princípios, valores e finalidades das grandes civilizações, a partir dos critérios de uma “civilização do amor” apresentados pelo pensamento cristão; (Hist., Fil.)

Descrever, sucintamente, o percurso de elaboração da categoria “civilização do amor”;

Articular uma conceção do que é ser pessoa, segundo o personalismo cristão, com o que se entende ser a construção da civilização do amor;

Apresentar a mensagem bíblica acerca do amor como elemento constitutivo da proposta cristã para a civilização do amor;

Mobilizar conhecimentos sobre as tradições religiosas para constatar que a “regra de ouro” se encontra presente nas várias religiões;

Valorizar o amor ao próximo, como princípio das relações interpessoais e como critério de ação das instituições prestadoras de cuidados à pessoa; (CD)

Argumentar sobre a importância do diálogo como suporte para a construção da paz, mobilizando conhecimentos sobre o contributo dos cristãos na promoção do diálogo à escala global;

Assumir-se promotor dos valores de uma civilização do amor, como sejam a verdade, a bondade, a justiça, a liberdade e a paz. (CD)

Organizador
A RELIGIÃO COMO MODO DE HABITAR E TRANSFORMAR O MUNDO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicitar o significado de crença e de fé religiosa como atitude de confiança ligada ao transcendente; (Fil.)

Indicar manifestações da dimensão simbólica na atividade humana e no discurso religioso; (Fil., Port.)

Identificar manifestações do sagrado na organização do tempo e do espaço social; (Sociol.)

Articular uma perspetiva sobre a dimensão do sagrado a partir da compreensão do Deus da bíblia como Aquele que atende e se faz próximo dos mais frágeis;

Identificar funções desempenhadas pelo simbólico e pelo religioso na construção do tecido social e cultural das sociedades desde os primórdios da humanidade; (Sociol., Hist., Fil.)

Caracterizar o processo de constituição e o património espiritual das principais tradições religiosas; (Hist.)

Apresentar a novidade do cristianismo no contexto da “viragem axial” e da diversidade religiosa do mundo helenizado e romanizado; (Hist., Fil.)

Evidenciar traços da memória cristã na construção das culturas europeias; (Hist.)

Interpretar a secularização, a desinstitucionalização e a individualização nas religiões; (Sociol.)

Assinalar novas geografias e novas formas de religião nas sociedades pós-industriais; (Geog., Hist.)

Estabelecer implicações entre religião, cidadania e interculturalidade, explicitando o contributo das sabedorias e das civilidades religiosas para construção das sociedades; (Sociol., Hist., CD)

Apresentar o papel do cristianismo numa ética partilhada face aos dinamismos da globalização, designadamente na defesa da dignidade da pessoa, na promoção da paz, e na procura do bem comum;

Participar de forma esclarecida no diálogo ecuménico e inter-religioso e cooperar na promoção dos valores universais da verdade, da liberdade, da justiça e da paz; (CD)

Apresentar razões para as suas opções em matéria religiosa. (Fil.)

Organizador
UM SENTIDO PARA A VIDA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender o desejo do ser humano na procura da felicidade e na busca de sentido para a existência; (Fil.)

Reconhecer o ser humano como “um ser em situação” e “um ser em relação”; (Fil.)

Reconhecer, à luz da mensagem cristã, a vocação e o sentido da vida como dádiva para os outros através de escolhas em liberdade;

Compreender que as opções fundamentais requerem discernimento e se baseiam em critérios de coerência e de responsabilidade;

Referir os valores evangélicos que dão sentido à vida e que afirmam que toda a vida tem sentido;

Assumir atitudes de gratuidade e dom de si, como construtoras de sentido. (Psicol.)

Organizador
CIÊNCIA E RELIGIÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Reconhecer que, nas sociedades atuais, a ciência e a tecnologia interferem com partes essenciais da vida das pessoas; (Geog., TIC, FQ, BG)

Levantar questões sobre a manipulação da ciência para com a realidade quando a reduz a mero objeto de estudo para interesses particulares; (Fil.)

Reconhecer os limites que se colocam à investigação científica com base em critérios ético-morais assentes no princípio da dignidade de cada ser humano desde a sua conceção à morte natural;

Enunciar interrogações próprias do ser humano às quais a ciência não responde; (Fil.)

Compreender o religioso como como resposta à procura de sentido da existência humana; (Fil.)

Diferenciar os âmbitos da ciência e da religião enquanto atividades que o ser humano desenvolve ao responder a diferentes necessidades; (Sociol., Hist.)

Entender os relatos bíblicos da criação como resposta à constante interrogação humana sobre a origem do universo, observando já neles uma certa coerência entre a fé religiosa das origens e o conhecimento dos desenvolvimentos evolucionistas; (Fil., Hist.)

Articular ciência e teologia como domínios do saber autónomos, mas cooperantes e complementares;

Articular o pensamento cristão sobre a pessoa humana, enquanto ser único, livre, racional e espiritual, e o conhecimento oferecido pelas ciências; (Fil.)

Mobilizar conhecimentos de índole religiosa para o debate sobre questões suscitadas pelos saberes de outras disciplinas;

Distinguir, na aplicação das descobertas científicas, entre o que é tecnicamente possível e o eticamente aceitável. (Geog., TIC, FQ, BG., Fil.)

 

Organizador
ACOMUNIDADE DOS CRENTES EM CRISTO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Perceber que a Igreja é uma realidade social e cultural que pode ser analisada do ponto de vista sociológico, histórico, organizacional e psicológico; (Hist., Fil., Geog. Psicol.)

Caracterizar, sucintamente, as grandes etapas da história da Igreja e o seu contributo para a construção das sociedades; (Hist., Fil.)

Enunciar as verdades da fé que a Igreja Católica professa; (Hist.)

Explicitar os aspetos essenciais da identidade e da missão da Igreja à luz dos documentos conciliares Lumen Gentium e Gaudium et Spes;

Apontar as implicações do acreditar na Igreja; (Fil.)

Articular uma compreensão acerca do que é a Igreja a partir das noções de Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo;

Entender a Igreja como uma comunidade de crentes, na diversidade de carismas, serviços e ministérios;

Reconhecer que, apesar das suas fraquezas no tempo, a Igreja permanece um povo que procura ser fiel ao Evangelho; (Hist.)

Mobilizar conhecimentos acerca da missão humanizadora da Igreja para participar em iniciativas que promovam a dignidade individual e o bem comum. (Hist., Fil., Geog.)

Organizador
A ARTE CRISTÃ
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Reconhecer a arte modo de interpretação do mundo, de compreensão da condição humana e de expressão da espiritualidade;

Mencionar funções e características específicas da arte cristã; (Hist.)

Identificar exemplos relevantes do património artístico criados com um fundamento religioso; (Hist.)

Verificar, no património artístico português, traços distintivos da arte cristã na arquitetura, na pintura e na escultura; (Hist.)

Identificar formas de arte e modalidades da produção artística orientadas para o quotidiano da prática religiosa; (Hist.)

Evidenciar a relevância do património artístico da Igreja na cultura; (Hist. Filos.)

Reconhecer a memória cristã na génese da criação musical do Ocidente;

Explicitar, sucintamente, o papel da música na experiência cristã ao longo ao longo do tempo; (Ed. Musical)

Apresentar o significado da expressão “literatura cristã”; (Port.)

Distinguir os géneros e as grandes temáticas da literatura cristã ao logo do tempo. (Hist.)

Organizador
AMOR E SEXUALIDADE
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Reconhecer que a sexualidade humana envolve todas as dimensões da pessoa e se distingue pelo afeto, o amor e a comunhão; (Psicol.)

Articular uma compreensão da fidelidade e da abstinência sexual com a construção de um projecto de vida assente em decisões livres e responsáveis;

Identificar formas de entender a sexualidade que a empobrecem e que atentam contra a dignidade da pessoa, na sociedade atual; (CD)

Apresentar fundamentos éticos para a vivência do amor humano, a partir da mensagem cristã;

Identificar e denunciar comportamentos e situações de desrespeito, exploração e degradação da pessoa pela via sexual; (CD)

Mobilizar critérios éticos, a partir de uma perspectiva que tem em conta a dignificação da pessoa, para assumir em liberdade e responsabilidade as suas escolhas sexuais;

Articular um entendimento do namoro, do matrimónio e do celibato, com o chamamento de cada ser humano a uma vida de amor fecundo;

Sustentar, a partir da mensagem cristã, que o exercício da paternidade e maternidade responsáveis comporta o reconhecimento do valor da vida humana desde o momento sua conceção, recusa o aborto e valoriza os métodos naturais na regulação dos nascimentos.

Direito

Introdução

O Direito é uma disciplina anual, de opção do 12.º ano dos Cursos Científicos-Humanisticos de Línguas e Humanidades e de Ciências Socioeconómicas.

As Aprendizagens Essenciais (AE) da disciplina de Direito identificam os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que se pretendem que os alunos atinjam com a aprendizagem do Direito no ensino secundário, tendo como base a consecução das seguintes finalidades:

  • identificar as aprendizagens essenciais no domínio do Direito face às áreas de competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA);
  • proporcionar aos alunos instrumentos que lhes permitam compreender e refletir sobre a importância e a necessidade do Direito enquanto regulador da vida social.

Assim, a disciplina de Direito faz incidir o seu estudo nos conceitos estruturantes visando:

  • a familiarização com a linguagem técnico-jurídica e com problemas sociais com relevância jurídica, presentes nos múltiplos domínios da vida social;
  • o conhecimento de conceitos, princípios e regras básicas do Direito, que são pilares da nossa sociedade e exercício da cidadania, quer ao nível nacional quer como cidadãos integrados no grande espaço da União Europeia;
  • o incentivo à aquisição de metodologias de pesquisa que impliquem a recolha de informação diversificada, apresentada em vários suportes (Constituição da República Portuguesa, códigos, acórdãos, sentenças, peças processuais, escrituras, revistas, noticias dos media, etc.);
  • a aplicação dos conhecimentos jurídicos na realização de trabalhos individuais ou de grupo, que possibilitem argumentar, comunicar, resolver problemas/casos da vida real com relevância jurídica e que permitam aos alunos a aquisição de capacidade de reflexão crítica com relação a cada contexto e tema a abordar. Estes trabalhos podem ser realizados em articulação com outras disciplinas do 12.º Ano e apresentados a diferentes públicos (à turma, à comunidade escolar, etc.).

As AE da disciplina de Direito têm por base o Programa, em vigor, da disciplina de Direito dos cursos cientifico-humanísticos. Contudo, tendo em atenção que o «nosso mundo» nunca passou por tantas e tão rápidas mudanças e que o Direito está ínsito na sociedade, tais mudanças têm como consequência alterações legislativas, devendo os professores estar atentos a tais alterações e proceder às atualizações que se venham a afigurar necessárias.

A disciplina de Direito contribui, ainda, para o desenvolvimento de um conjunto de competências que se articulam com as que estão definidas no PA, e que decorrem da própria natureza da disciplina.

 

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
O Homem, a sociedade e o Direito
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
A problemática da ordem social
  • Refletir sobre a natureza eminentemente social do Homem, a qual implica uma constante interação Homem/sociedade e uma adequada existência de normas.
  • Explicar o Direito como ordem social normativa, referindo as diversas ordens sociais normativas e as relações que entre si se podem estabelecer.
  • Apresentar as características das normas jurídicas, exemplificando com recurso a normas jurídicas vigentes.
  • Definir Direito e distinguir entre direito objetivo e direito subjetivo.
A pessoa é o fundamento e fim da ordem jurídica
  • Referir os valores fundamentais do Direito (justiça, segurança, equidade).
  • Refletir sobre o conceito de mudança social e os seus reflexos na evolução do Direito.
  • Definir personalidade jurídica, distinguindo personalidade jurídica de capacidade jurídica.
  • Caracterizar os direitos de personalidade; direitos civis e políticos; direitos económicos e sociais.
  • Conhecer o conceito e importância do Direito Constitucional
  • Referir a noção de Constituição e reconhecer a relevância da CRP.
  • Conhecer os direitos fundamentais dos cidadãos – direitos, liberdades e garantias, referindo as três gerações dos Direitos Humanos (DH).
  • Problematizar a questão dos Direitos Humanos, analisando os mecanismos de defesa dos DH no mundo atual e evidenciando a importância que revestem.

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos
  • mobilizar o conhecimento jurídico para a compreensão dos fenómenos complexos das sociedades atuais, com relevância jurídica, em especial, da sociedade portuguesa;
  • revelar raciocínio crítico e capacidade de reflexão sobre as sociedades contemporâneas;
  • compreender o sistema jurídico como produto da sociedade a que pertence, dos seus valores e fins, contribuindo para a educação para a cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento; 
  • desenvolver o espírito crítico e de abertura a diferentes perspetivas de análise da realidade social e respetivo enquadramento jurídico;
  • mobilizar diferentes fontes de informação jurídica (textos legais, acórdãos, sentenças, pareceres jurídicos, etc.) na análise jurídica das questões;
  • elaborar, realizar e avaliar projetos de trabalho

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • rigor na utilização da terminologia juridica, articulação e uso consistente de conhecimentos técnico-jurídicos;
  • pesquisa e seleção de informação pertinente, utilizando fontes diversas, como, textos legais, acórdãos, sentenças, peças processuais, certidões e escrituras, atos de registo, notícias dos media, etc.;
  • pensar de modo abrangente, de forma lógica , observando, analisando informação ou ideias, argumentando com recurso a critérios implicitos ou explícitos tendo em vista a tomada de uma posição fundamentada.
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de situações/casos da vida real e sua relevância jurídica;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado; 
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a uma situação/caso ou evento;
  • analisar textos, acórdãos, sentenças, normas legais, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • conceber situações/casos/hipóteses onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens ( textos, quadros, gráficos, imagens, etc.);
  • criar um objeto, texto ou solução face a um problema/situação ou desafio;
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais (na apresentação e trabalhos, etc.).

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo para expressar tomadas de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos e rebater diferentes opiniões sobre questões jurídicas (ex.: simulação de um julgamento, etc.);
  • organizar debates, que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises sobre factos ou dados jurídicos;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar, por exemplo, textos legais, acórdãos, sentenças, despachos, pareceres, peças processuais com diferentes pontos de vista, confrontando argumentos para encontrar semelhanças, diferenças e consistência interna;
  • problematizar numa perspetiva jurídica aspetos da realidade social portuguesa,(ex: conflitos familiares, arrendamentos, questões laborais, acidentes de viação, conflitos de consumo, etc.) sempre que possível de uma forma interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação recorrendo a fontes diversificadas;
  • recolha de dados e de opiniões para análise das situações/casos em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por pelas diferenças culturais ou de opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de uma dada situação jurídica/problema tendo em atenção as diferentes posições ou interpretações.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • tarefas de organização (ex.: criação de um ficheiro jurídico, elaboração de regras para utilização de espaços comuns na escola,construção de peças processuais, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de planos gerais, esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação (ex.: formular questões com vista à defesa ou acusação no âmbito da simulação de um julgamento, etc.);
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • fazer autoanálise;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo, a partir da explicitação de feedback do professor.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • responsabilizar-se adequadamente pelo que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e das funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionamento perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si; disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
O Direito e a organização da sociedade
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

O Estado como sociedade politicamente organizada

  • Distinguir Direito Público e Direito Privado, analisando situações concretas em conexão com o Direito Público e Direito Privado.
  • Explicar o conceito de estado e respetivos elementos (comunidade, território e poder político), distinguindo poder político de soberania.
  • Caracterizar e distinguir as diversas funções do Estado (política, administrativa, legislativa e judicial), articulando-as com os órgãos de soberania. 
  • Conhecer os diversos órgãos de soberania (Presidente da República, Assembleia da Republica, Governo e Tribunais) e respetivas composições e funções, refletindo sobre as relações de interdependência que entre eles se estabelecem.
  • Identificar as características essenciais de um Estado de Direito e analisar a evolução do Estado de Direito ao Estado Social de Direito, reconhecendo o papel do Estado Social na promoção do desenvolvimento social e económico e na satisfação das necessidades coletivas.
Organizador
A Comunidade Internacional
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
Problemática do Direito Internacional
  • Definir comunidade internacional e evidenciar a relevância das relações internacionais no mundo atual globalizado, refletindo sobre a importância das organizações internacionais na resolução de situações que exigem soluções globais adequadas.
  • Definir Direito Internacional e destacar as suas principais especificidades.
  • Distinguir Direito Internacional Público de Direito Interno, identificando as fontes de Direito Internacional Público.
O Direito da União Europeia
  • Problematizar a eficácia do Direito Internacional Público.
  • Conhecer o Direito da União Europeia (Direito originário e Direito derivado)
  • Referir as várias fases da integração europeia desde a CEE à UE.
  • Conhecer a estrutura orgânica da UE (Instituições e órgãos e respetiva composição, funcionamento e competência).
  • Distinguir Direito da UE de Direito Interno e analisar o princípio da receção automática previsto no artigo 8.º da CRP.

 

Organizador
As Fontes do Direito
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

As Fontes do Direito no sistema jurídico português

  • Explicar os vários sentidos da expressão fontes de direito.
  • Definir lei e apresentar os diversos sentidos que a palavra lei pode assumir (lei em sentido amplo e em sentido restrito; lei em sentido material e em sentido formal; lei constitucional e lei ordinária).
  • Explicar o processo de elaboração das leis. 
  • Explicar o início e o termo de vigência das leis, refletindo sobre a importância da vacatio legis e distinguindo entre revogação e caducidade.
  • Estabelecer a hierarquia das leis.
  • Avaliar a importância do Costume, da Jurisprudência e da Doutrina como fontes de Direito.
  • Analisar a importância dos Tratados Internacionais como fonte do Direito à luz da CRP.
Organizador
A relação jurídica
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

A relação jurídica

  • Explicar o conceito de relação jurídica e apreender a sua importância para a ciência jurídica em geral.
  • Referir os elementos da relação jurídica (sujeitos, objeto, facto jurídico e garantia).
  • Caracterizar os sujeitos de direitos (sujeito ativo e o sujeito passivo).
  • Explicitar a noção de capacidade jurídica, distinguindo capacidade jurídica ou de gozo de capacidade de exercício e caraterizar as principais situações de incapacidade e identificar formas de suprimento de incapacidades.
  • Dar uma noção de objeto, distinguir objeto imediato de mediato e identificar os possíveis objetos da relação jurídica.
  • Explicar o conceito de facto jurídico, distinguindo factos jurídicos voluntários ou atos jurídicos de factos jurídicos involuntários ou naturais e negócio jurídico de simples atos jurídicos.
  • Explicar os elementos do negócio jurídico, diferenciando os diversos tipos de negócios jurídicos.
  • Distinguir garantias pessoais de reais, exemplificando as garantias mais usuais (fiança, hipoteca, penhor, direito de retenção, etc.)
Organizador
As profissões jurídicas e parajurídicas
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

As profissões jurídicas e parajurídicas

  • Distinguir profissões jurídicas de parajurídicas.
  • Identificar as profissões jurídicas (magistrado, advogado, notário, conservador, solicitador, agente de execução, etc.) referindo as principais funções e deveres de cada profissão e a formação prévia inerente a cada uma.
  • Identificar profissões parajurídicas (diplomatas, deputados, governantes, autarcas, etc.) referindo as principais funções e deveres de cada profissão e a formação prévia inerente a cada uma.

História A

Introdução

As Aprendizagens Essenciais (AE) de História A identificam os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que os alunos do Curso de Línguas e Humanidades devem atingir com a aprendizagem da História no Ensino Secundário. A sua definição tem como objetivo assegurar aos jovens formações sólidas, orientadas para o desenvolvimento de competências com elevado grau de transferência que possibilitem a aprendizagem ao longo da vida e desempenhos adequáveis a novas situações, seja o prosseguimento de estudos ou a inserção no mercado de trabalho.

O objeto e o método próprios da disciplina de História A tornam-na importante para a consecução do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória: recorrendo à multiperspetiva e a comparações entre realidades espácio-temporais distintas, o aluno adquire a compreensão do mundo em que vive e uma consciência histórica que lhe permite assumir uma posição informada e participativa na construção da sua identidade individual e coletiva, numa perspetiva humanista; um método que valoriza a análise exaustiva de fontes diversificadas promove o desenvolvimento de uma perspetiva crítica, possibilitando a desconstrução de informação, identificando o erro e a ilusão, promovendo uma intervenção consciente e democrática na vida coletiva.

As AE constituem orientação curricular para efeitos de planificação, realização e avaliação e substituem o que no programa é enunciado como “conteúdo de aprofundamento” e “conceitos/noções estruturantes” Estabelecem o conjunto de conhecimentos, capacidades e atitudes que se considera ser essencial que os alunos adquiram ao longo do processo de ensino aprendizagem, mas não esgotam de forma alguma o que pode ser lecionado e apreendido, considerando que o programa continua em vigor.

No Curso de Línguas e Humanidades, a História A é a disciplina obrigatória e estruturante da formação específica, abrangendo os três anos do ensino secundário. Nesta perspetiva, e pressupondo-se a necessidade de mobilizar as aprendizagens do ensino básico, este documento estrutura-se em torno de quatro eixos organizadores:

  • valorização do conhecimento histórico decorrente de uma construção rigorosa que resulta da confrontação de fontes e de hipóteses;
  • opção pela abordagem de aspetos significativos da evolução da humanidade, integrando linhas de reflexão problematizadoras das relações entre o passado e o presente;
  • aquisição de referentes seguros que possibilitem a compreensão das grandes questões nacionais e dos problemas decorrentes na globalização;
  • opção por uma pedagogia que envolve os alunos na construção do conhecimento, permitindo o aprofundamento de determinados temas, a mobilização de componentes locais para a construção do currículo e as explorações interdisciplinares.

Ao assumir o Perfil dos Alunos como documento enquadrador do currículo, as opções tomadas para a definição das Aprendizagens Essenciais pressupõem o desenvolvimento de competências, próprias do conhecimento histórico, em sintonia com as áreas identificadas naquele documento:

Pesquisar, de forma autónoma mas planificada, em meios diversificados, informação relevante para assuntos em estudo, manifestando sentido crítico na seleção adequada de contributos (A; B; C; D; F; I)

Analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informação, implícita e explícita, assim como os respetivos limites para o conhecimento do passado; (A; B; C; D; F; I)

Analisar textos historiográficos, identificando a opinião do autor e tomando-a como uma interpretação suscetível de revisão em função dos avanços historiográficos; (A; B; C; D; F; I)

Utilizar com segurança conceitos operatórios e metodológicos da disciplina de História; (C; D; F; I)

Situar cronológica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram; (A; B; C; D; F; I)

Identificar a multiplicidade de fatores e a relevância da ação de indivíduos ou grupos, relativamente a fenómenos históricos circunscritos no tempo e no espaço; (A; B; C; D; F; G; H; I)

Situar e caracterizar aspetos relevantes da história de Portugal, europeia e mundial; (A; B; C; D; F; G; H; I)

Relacionar a história de Portugal com a história europeia e mundial, distinguindo articulações dinâmicas e analogias/especificidades, quer de natureza temática quer de âmbito cronológico, regional ou local; (A; B; C; D; F; G; H; I)

Mobilizar conhecimentos de realidades históricas estudadas para fundamentar opiniões, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporâneo, e para intervir de modo responsável no seu meio envolvente; (A; B; C; D; E; F; G; H; I)

Problematizar as relações entre o passado e o presente e a interpretação crítica e fundamentada do mundo atual; (A; B; C; D; E; F; G; H; I)

Elaborar e comunicar, com correção linguística e de forma criativa, sínteses de assuntos estudados; (A; B; C; D; F; I; J)

Manifestar abertura à dimensão intercultural das sociedades contemporâneas; (A; B; C; D; E; F; G; H; I)

Desenvolver a capacidade de reflexão, a sensibilidade e o juízo crítico, estimulando a produção e a fruição de bens culturais; (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J)

Desenvolver a autonomia pessoal e a clarificação de um sistema de valores, numa perspetiva humanista; (A, B, C, D, E, F, G, H, I)

Desenvolver a consciência da cidadania e da necessidade de intervenção crítica em diversos contextos e espaços. (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J)

Promover o respeito pela diferença, reconhecendo e valorizando a diversidade: étnica, ideológica, cultural, sexual; (A; B; C; D; E; F; G; H; I)

Valorizar a dignidade humana e os direitos humanos, promovendo a diversidade, as interações entre diferentes culturas, a justiça, a igualdade e equidade no cumprimento das leis; (A; B; C; D; E; F; G; H; I)

Respeitar a biodiversidade, valorizando a importância da riqueza das espécies vegetais e animais para o desenvolvimento das comunidades humanas. (A; B; D; F; G)

No ensino básico os alunos adquiriram uma visão genérica da evolução das sociedades e a factologia essencial, especialmente no que respeita à história de Portugal. Num entendimento de sequencialidade entre aquele ciclo e o ensino secundário propõese, no 11.º ano de escolaridade, um estudo mais aprofundado da sociedade, das expressões do poder e das dinâmicas coloniais europeias nos séculos XVII e XVII, das formas de expansão e disseminação assumidas pela ideologia liberal nos séculos XVIII e XIX e a caraterização da civilização industrial.

 

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII – SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS COLONIAIS
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

A Europa dos Estados absolutos e a Europa dos parlamentos

Compreender os fundamentos da organização política e social do Antigo Regime e as expressões que a mesma assumiu;

Demonstrar a existência de diversos estratos sociais, de comportamentos e de valores;

Analisar as razões do sucesso do absolutismo joanino, relacionando-as com a criação e desenvolvimento de um aparelho burocrático a partir do século XVII;

Compreender a recusa do absolutismo na sociedade inglesa à luz da fundamentação do parlamentarismo na obra de Locke;

Identificar/aplicar os conceitos: Antigo Regime; monarquia absoluta; ordem/estado; estratificação social; parlamento.

Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII

Relacionar o equilíbrio político internacional com o domínio de espaços coloniais reconhecendo, nas práticas mercantilistas, modos de afirmação das economias nacionais;

Enquadrar o arranque industrial ocorrido em Inglaterra na transformação das estruturas económicas;

Interpretar as políticas económicas portuguesas no contexto do espaço euro-atlântico;

Enquadrar a política económica e social pombalina na prosperidade comercial de finais do século XVIII;

Identificar/aplicar os conceitos: capitalismo comercial; protecionismo; mercantilismo; balança comercial; exclusivo colonial; companhia monopolista; comércio triangular; tráfico negreiro; manufatura; bolsa de valores; mercado nacional; revolução industrial.

Construção da modernidade europeia

Valorizar o contributo dos progressos do conhecimento e da afirmação da filosofia das Luzes para a construção da modernidade europeia.

Identificar/aplicar o conceito: iluminismo; soberania popular; divisão de poderes.

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

Selecionar fontes históricas fidedignas e de diversos tipos;
Recolher e selecionar dados de fontes históricas para a análise de assuntos e temáticas em estudo;
Organizar, de forma sistematizada e autónoma, a informação recolhida em fontes históricas;
Estudar de forma autónoma e sistematizada;
Analisar factos, teorias e situações, selecionando elementos ou dados históricos relevantes para o assunto em estudo;
Saber problematizar os conhecimentos adquiridos, de forma escrita e oral;
Utilizar a capacidade de memorização, associando-a à compreensão;
Estabelecer relações intra e interdisciplinares;
Valorizar o património histórico e natural, local, regional e europeu, este último numa perspetiva de construção da cidadania europeia.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

Formular hipóteses sustentadas em evidências, face a um acontecimento ou processo histórico;
Mobilizar o conhecimento adquirido aplicando-o em situações históricas específicas, simples e complexas;
Propor alternativas de interpretação a um acontecimento, evento ou processo, problematizando-as;
Promover a multiperspetiva em História, num quadro de desenvolvimento pessoal e autónomo;
Usar meios diversos para expressar as aprendizagens, sabendo justificar a escolha desses meios;
Criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

Mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo de forma sistemática e autónoma;
Organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados históricos;
Organizar o discurso oral ou escrito recorrendo a conceitos operatórios da História;
Organizar o discurso oral ou escrito recorrendo a conceitos metodológicos da História;
Discutir conceitos, factos e processos históricos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar histórico; Analisar diversos tipos de fontes históricas com diferentes pontos de vista, problematizando-os.

Promover estratégias que induzam ao respeito pela diferença e diversidade;

Aceitar e/ou argumentar diversos pontos de vista;
Saber interagir com os outros no respeito pela diferença e pela diversidade;
Confrontar ideias e perspetivas históricas distintas, respeitando as diferenças de opinião.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

Planificar, sintetizar, rever e monitorizar;
Registar seletivamente informação recolhida em fontes históricas de diversos tipos;
Construir sínteses com base em dados recolhidos em fontes históricas analisadas;
Elaborar relatórios, obedecendo a critérios e objetivos específicos;
Elaborar planos específicos e gerais, assim como esquemas simples e complexos, estabelecendo cruzamento de informação;
Sistematizar, seguindo tipologias específicas acontecimentos e/ou processos históricos.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

Colocar questões-chave cuja resposta abranja acontecimentos ou processos históricos;
Questionar os seus conhecimentos prévios.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

Comunicar uni, bi e multidirecionalmente;
Responder, apresentar; Mostrar iniciativa.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

Questionar de forma organizada e sustentada o trabalho efetuado por si e pelos outros;
Autoavaliar as aprendizagens adquiridas, os seus comportamentos e atitudes;
Avaliar de forma construtiva as aprendizagens adquiridas, os comportamentos e atitudes dos outros;
Aceitar as críticas dos pares e dos professores, de forma construtiva, no sentido de melhorar o seu desempenho.

Promover estratégias que induzam o aluno a:

Colaborar com os pares e professores no sentido de melhorar ou aprofundar as suas ações;
Apoiar o trabalho colaborativo;
Intervir de forma solidária;
Ser solidário nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização;
Estar disponível para se autoaperfeiçoar.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

Assumir responsabilidades nas tarefas, atitudes e comportamentos;
Assumir e cumprir compromissos;
Apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
Dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Descritores do Perfil dos alunos

Indagador/ Investigador/ Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado/autónomo (A, B, C, D, H, I)

Criativo (A, B, C, D, F, I)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, F, I, H)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, C,D, E, F, I)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, D, F)

Questionador (A, B, C, D, E, F, I)

Comunicador (A, B, C, D, E, F, I, J)

Autoavaliador e heteroavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador/ cuidador de si e do outro (transversal às áreas)

Responsável/ autónomo (A, B, C, D, E, F, H, I, J)

 

Organizador
O LIBERALISMO – IDEOLOGIA E REVOLUÇÃO, MODELOS E PRÁTICAS NOS SÉCULOS XVIII E XIX
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

A implantação do liberalismo em Portugal

Reconhecer na revolução americana e na revolução francesa o paradigma das revoluções liberais e burguesas;

Analisar o processo revolucionário português no contexto das invasões napoleónicas, da saída da corte para o Brasil e da desarticulação do sistema económico-financeiro lusobrasileiro;

Problematizar a revolução de 1820 e as dificuldades de implantação da ordem liberal (1820-1834);

Interpretar os princípios fundamentais estabelecidos na Constituição de 1822 e na Carta Constitucional de 1826;

Reconhecer a importância da legislação de Mouzinho da Silveira e dos projetos setembrista e cabralista no novo ordenamento político e socioeconómico (1834-1851); Problematizar a evolução do conceito de cidadania a partir da implantação dos regimes liberais;

Identificar/aplicar os conceitos: carta constitucional; vintismo; cartismo; setembrismo; cabralismo.

O legado do liberalismo na primeira metade do século XIX

Compreender que os princípios da igualdade de direitos e de soberania nacional se contrapõem à legitimidade dinástica;

Analisar alterações de mentalidade e de comportamentos que acompanharam as revoluções liberais: o cidadão ator político, o direito à propriedade e à livre iniciativa;

Problematizar a abolição da escravatura, na Europa e em Portugal;

Avaliar o contributo das revoluções liberais para os regimes democráticos contemporâneos;

Identificar/aplicar os conceitos: revolução liberal; constituição; sistema representativo; soberania nacional; estado laico; sufrágio censitário, liberalismo económico; época contemporânea.

Organizador
A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL – ECONOMIA E SOCIEDADE; NACIONALISMOS E CHOQUES IMPERIALISTAS
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

As transformações económicas na Europa e no Mundo

Interpretar os desfasamentos cronológicos da industrialização, quer em espaços nacionais quer internacionalmente, à luz das relações de domínio ou de dependência;

Caracterizar as crises do capitalismo liberal;

Compreender que a divisão internacional do trabalho na nova ordem económica foi uma consequência do capitalismo liberal;

Identificar/aplicar os conceitos: capitalismo industrial; livre-cambismo; crise cíclica.

A sociedade industrial e urbana

Relacionar as mudanças provocadas pela expansão da indústria, comércio e banca com a posição dominante da burguesia e com a formação das classes médias;

Comparar valores e comportamentos das classes burguesas com valores e comportamentos da nobreza do Antigo Regime;

Interpretar os problemas sociais surgidos com o capitalismo industrial no contexto do movimento operário, das propostas socialistas revolucionárias e da transformação da sociedade;

Identificar/aplicar os conceitos: explosão demográfica; sociedade de classes; proletariado; movimento operário; socialismo; marxismo; sindicalismo; sufrágio universal; demoliberalismo.

Portugal, uma sociedade capitalista periférica

Integrar o processo de industrialização portuguesa no contexto europeu, identificando os seus limites e desfasamentos cronológicos;

Analisar a importância da Regeneração (1850-1880) para o desenvolvimento de infraestruturas e para a dinamização da atividade produtiva, identificando as causas que limitaram o crescimento económico;

Analisar a dicotomia depressão/expansão entre 1880 e 1914: a crise financeira de 1880-90 e o surto industrial de final do século XIX;

Identificar os fatores que contribuíram para o esgotamento da monarquia constitucional e para o fortalecimento do projeto republicano;

Identificar/aplicar os conceitos: imperialismo; colonialismo; nacionalismo; Regeneração.

Os caminhos da cultura

Caracterizar o movimento de renovação no pensamento e nas artes de finais do século XIX;

Explicar o dinamismo cultural português do último terço do século XIX;
Identificar/aplicar os conceitos: positivismo; impressionismo; realismo; Arte Nova.

Filosofia

Introdução

Enquanto componente da formação geral de todos os cursos científico-humanísticos do ensino secundário, a disciplina de Filosofia deve ser considerada como atividade intelectual na qual os problemas, conceitos e teorias filosóficas são a base do desenvolvimento de um pensamento autónomo, consciente das suas estruturas lógicas e cognitivas, e capaz de mobilizar o conhecimento filosófico para uma leitura crítica da realidade e o fundamento sólido da ação individual e na sua relação com os outros humanos e não humanos.

No conjunto do currículo, e tendo em conta o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, a disciplina de Filosofia, ao colocar o aluno como aprendente ativo e responsável, contribui para que seja questionador, investigador, crítico, organizador, informado e auto-avaliativo.

A disciplina de Filosofia constitui-se, assim, como uma contribuição para o desenvolvimento de competências consideradas imprescindíveis à construção de uma cidadania ativa, proporcionando aos alunos instrumentos necessários para o exercício pessoal da razão e desenvolvendo o raciocínio e as capacidades da reflexão e da curiosidade científica.

O trabalho filosófico assim desenvolvido visa que o aluno possa ser:

  • questionador, através do exercício de um pensamento crítico capaz de: mobilizar o conhecimento filosófico e as competências lógicas da filosofia para formular questões de modo claro e preciso; usar conceitos abstratos para avaliar informação; validar teses e argumentos através de critérios sólidos; avaliar os pressupostos e implicações do seu pensamento e o dos outros e comunicar efetivamente, na busca de solução de problemas que se colocam nas sociedades contemporâneas;
  • cuidador de si e dos outros, através de um pensamento e ação éticos e políticos que mobilizem com crescente complexidade o conhecimento filosófico para compreender, formular e refletir sobre os problemas sociais, éticos, políticos e tecno-científicos que se colocam nas sociedades contemporâneas, e seu impacto nas gerações futuras, discutindo criticamente as teorias que se apresentam para a resolução desses problemas e assumindo, gradualmente, posições autónomas, devidamente fundamentadas e capazes de sustentar uma cidadania ativa;
  • respeitador da diferença, ao ser capaz de um pensamento e ações inclusivos; capaz de acolher a diferença individual e cultural num mundo globalizado, a partir da compreensão das razões axiológicas pelas quais as pessoas pensam e agem de formas diferentes;
  • criativo, ao ser capaz de propor soluções alternativas para problemas filosóficos que lhe são colocados

Na análise metódica do texto filosófico, no trabalho oral, nas produções escritas, em trabalho colaborativo ou individual, ações estratégicas de ensino devem ser orientadas para que o aluno desenvolva competências de problematização, conceptualização e argumentação, culminando na produção de um ensaio filosófico.

Ao nível da problematização pretende-se que

  • Identifique, formule e relacione com clareza e rigor problemas filosóficos e justifique a sua pertinência.

Ao nível da conceptualização pretende-se que

  •  Identifique, clarifique e relacione com clareza e rigor conceitos filosóficos e os mobilize na compreensão e formulação de problemas, teses e argumentos filosóficos.

Ao nível da argumentação pretende-se que

  • Identifique, formule teorias, teses e argumentos filosóficos, aplicando instrumentos operatórios da lógica formal e informal, avaliando criticamente os seus pontos fortes e fracos.
  • Compare e avalie criticamente, pelo confronto de teses e argumentos, todas as teorias dos filósofos apresentados a estudo.
  • Determine as implicações filosóficas e as implicações práticas de uma teoria ou tese filosófica.
  • Assuma posições pessoais com clareza e rigor, mobilizando conhecimentos filosóficos e avaliando teses, argumentos e contra-argumentos.

OPÇÕES METODOLÓGICAS

Os instrumentos lógicos do trabalho filosófico devem tornar-se operatórios nas atividades a desenvolver com os alunos, servindo de apoio permanente à análise crítica a realizar na exploração de cada problema filosófico. Em cada área temática, os problemas circunscrevem as linhas essenciais mínimas a explorar em aula e o professor deve criar situações de aprendizagem que permitam formular com clareza a questão filosófica que vai orientar o trabalho;

Não sendo um programa de autores, os tópicos a explorar no pensamento de cada autor são os que respondem aos problemas elencados e devem ser sujeitos a uma análise crítica (validade, justificação e verdade), tendo em conta o desenvolvimento das competências operatórias da disciplina. Num princípio da construção progressiva das aprendizagens, é necessário que os alunos exercitem por escrito e oralmente as várias competências filosóficas de problematização, conceptualização e argumentação antes de lhes ser proposta a elaboração de um ensaio filosófico e a sua realização pode corresponder à necessária flexibilização na articulação curricular com outras disciplinas;

As estratégias devem ser pensadas de modo a que os alunos, com base em critérios claramente definidos, possam tomar e negociar decisões, autoanalisar os seus processos de aprendizagem e os resultados obtidos, prestar contas do seu envolvimento no trabalho, consigam apreender processos de pensamento usados na realização de tarefas ou na resolução de um problema, obtenham retorno por parte do professor e os seus pares, tenham oportunidades de reorientar o seu trabalho e melhorar as suas ações em função do retorno dado

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
I. ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À FILOSOFIA E AO FILOSOFAR
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

O que é a filosofia?

Caracterizar a filosofia como uma atividade conceptual crítica.

As questões da filosofia

Clarificar a natureza dos problemas filosóficos.

Racionalidade argumentativa da Filosofia e a dimensão discursiva do trabalho filosófico Tese, argumento, validade, verdade e solidez.

Quadrado da oposição

Explicitar os conceitos de tese, argumento, validade, verdade e solidez.

Operacionalizar os conceitos de tese, argumento, validade, verdade e solidez, usando-os como instrumentos críticos da filosofia.

Aplicar o quadrado da oposição à negação de teses.

Formas de inferência válida

Explicitar em que consistem as conectivas proposicionais de conjunção, disjunção (inclusiva e exclusiva), condicional, bicondicional e negação.

Aplicar tabelas de verdade na validação de formas argumentativas.

Aplicar as regras de inferência do Modus Ponens, do Modus Tollens, do silogismo hipotético, das Leis de De Morgan, da negação dupla, da contraposição e do silogismo disjuntivo para validar argumentos.

Principais falácias formais

Identificar e justificar as falácias formais da afirmação do consequente e da negação do antecedente.

O discurso argumentativo e principais tipos de argumentos e falácias informais

Clarificar as noções de argumento não-dedutivo, por indução, por analogia e por autoridade.

Construir argumentos por indução, por analogia e por autoridade.

Identificar, justificando, as falácias informais da generalização precipitada, amostra não representativa, falsa analogia, apelo à autoridade, petição de princípio, falso dilema, falsa relação causal, ad hominem, ad populum, apelo à ignorância, boneco de palha e derrapagem.

Utilizar conscientemente diferentes tipos de argumentos formais e não formais na análise crítica do pensamento filosófico e na expressão do seu próprio pensamento.

Aplicar o conhecimento de diferentes falácias formais e não formais na verificação da estrutura e qualidade argumentativas de diferentes formas de comunicação.

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Elaboração, pelos alunos e ao longo do ano, de um dicionário de termos filosóficos, em formato analógico ou com recurso a meios digitais (por exemplo, na plataforma Moodle).

Operacionalização dos conceitos estudados na análise de textos argumentativos (por exemplo, textos de opinião em publicações periódicas) com relevância no quotidiano social e político do momento.

Enunciação, pelos alunos, de problemas filosóficos por oposição a problemas não filosóficos.

Identificação, pelos alunos, em textos argumentativos sobre assuntos comuns do quotidiano de conceitos com relevância na reflexão filosófica.

Formulação pelos alunos de possíveis problemas filosóficos a partir desses conceitos.

Formulação pelos alunos, individualmente ou em cooperação, de teses expressas em proposições quantificadas, condicionais, conjuntivas e disjuntivas e respetiva negação, quando possível, em comunicação oral direta ou através de meios digitais.

Elaboração, em pares ou grupos de texto argumentativo sólido sobre temas relevantes no quotidiano, usando as formas proposicionais e as formas válidas de argumentos formais estudados (eventualmente em articulação com a disciplina de Matemática e/ou a área de Cidadania e Desenvolvimento).

Competição em torneio entre grupos, na turma ou inter turma, na construção de argumentos com as formas argumentativas válidas estudadas.

Identificação, a pares ou pequenos grupos, de argumentos não formais e falácias formais e não formais em artigos de opinião de publicações periódicas digitais e respetivas caixas de comentários (diretamente na publicação ou nos meios de difusão através de redes sociais) ou em qualquer suporte de informação.

Descritores do Perfil dos alunos

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I)

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, I)

Analítico (A, I)

Criativo (C, D)

Conhecedor / Criativo / Comunicativo (B, C, D)

Conhecedor / Criativo / Comunicativo / Colaborativo (A, C, D, E, I)

Conhecedor / Criativo / Comunicativo / Colaborativo (A, B, C, D, E, F, I)

Organizador
II. A AÇÃO HUMANA E OS VALORES
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
A ação humana — análise e compreensão do agir

Determinismo e liberdade na ação humana [Metafísica]

Formular o problema do livre-arbítrio, justificando a sua pertinência filosófica.

Enunciar as teses do determinismo radical, determinismo moderado e libertismo enquanto respostas ao problema do livre-arbítrio.

Discutir criticamente as posições do determinismo radical, do determinismo moderado e do libertismo e respetivos argumentos.

A dimensão ético-política - análise e compreensão da experiência convivencial [Ética]

A dimensão pessoal e social da ética

Enunciar o problema da natureza dos juízos morais, justificando a sua relevância filosófica.

Caracterizar o conceito de juízo moral enquanto juízo de valor.

Clarificar as teses e os argumentos do subjetivismo, do relativismo e do objetivismo enquanto posições filosóficas sobre a natureza dos juízos morais.

Discutir criticamente estas posições e respetivos argumentos.

Aplicar estas posições na discussão de problemas inerentes às sociedades multiculturais.

A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspetivas filosóficas

O problema do critério ético da moralidade de uma ação:

  • a ética deontológica de Kant
    • O dever e a lei moral; 
    • A boa vontade;
    • Máxima, imperativo hipotético e imperativo categórico; Heteronomia e autonomia da vontade;
    • Agir em conformidade com o dever e agir por dever; Críticas à ética de Kant.
  • a ética utilitarista de Mill
    • Aintenção e consequências; o princípio da utilidade;
    • A felicidade; prazeres inferiores e prazeres superiores;
    • A inexistência de regras morais absolutas;
    • Críticas à ética de Mill.

Clarificar a necessidade de uma fundamentação da ação moral.

Enunciar o problema ético da moralidade de uma ação.

Clarificar os conceitos nucleares, as teses e os argumentos das éticas de Kant e Mill.

Discutir criticamente as éticas de Kant e Mill.

Mobilizar os conhecimentos adquiridos para analisar criticamente ou propor soluções para problemas éticos que possam surgir a partir da realidade, cruzando a perspetiva ética com outras áreas do saber.

Ética, direito e política — liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade [Filosofia Política]

O problema da organização de uma sociedade justa:

  • a teoria da justiça de John Rawls
    • A posição original e o véu de ignorância;
    • A justiça como equidade;
    • Os princípios da justiça;
    • A regra maximin; o contratualismo e a rejeição do utilitarismo; o As críticas comunitarista (Michael Sandel) e libertarista (Robert Nozick) a Rawls.

Formular o problema da organização de uma sociedade justa, justificando a sua importância filosófica.

Clarificar os conceitos nucleares, as teses e os argumentos da teoria da justiça de Rawls. Confrontar a teoria da justiça de Rawls com as críticas que lhe são dirigidas pelo comunitarismo (Michael Sandel) e libertarismo (Robert Nozick).

Aplicar os conhecimentos adquiridos para discutir problemas políticos das sociedades atuais e apresentar soluções, cruzando a perspetiva filosófica com outras perspetivas.

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Formulação, após a introdução da noção de livre-arbítrio, individualmente ou em trabalho colaborativo, do problema do livre arbítrio.

Apresentação, individualmente ou em trabalho colaborativo, de teses em respostas ao problema do livre-arbítrio, sob a forma das proposições estudadas.

Formulação, individualmente ou em trabalho colaborativo, de teses e argumentos sobre o problema do livre-arbítrio a partir da leitura de textos selecionados (em suporte físico e digital) e apresentação oral ou através de sistemas digitais.

Elaboração colaborativa de um esquema síntese com as teses e argumentos de resposta ao problema do livre-arbítrio com eventual publicação num ambiente digital (por exemplo, a Plataforma Moodle).

Confrontação de teses e argumentos entre alunos relativamente à sua posição sobre o problema do livre-arbítrio.

Discussão num ensaio de uma tese e respetivos argumentos, ou das teses e seus argumentos, de resposta ao problema do livre-arbítrio.

Formulação pelos alunos, a partir da claricação dos conceitos de juízo de facto, de juízo de valor e de juízo moral, do problema da natureza dos juízos morais e sua justificação filosófica.

Caracterização pelos alunos, com base em textos pré-selecionados pelo professor, das teses e dos argumentos de cada uma das posições relativas à natureza dos juízos morais.

Elaboração pelos alunos, em suporte analógico ou digital, de mapas de argumentos (com eventual redução dos argumentos às formas de inferência válida estudadas).

Identificação justificada, individual ou colaborativamente, em textos de opinião sobre controvérsias relevantes no momento, de posições que sejam exemplo de cada uma das teses.

Confrontação oral de teses e argumentos entre alunos relativamente à sua posição sobre o problema da natureza dos juízos morais ou discussão em ensaio.

Assunção pelos alunos do papel de decisores políticos e, face a um problema global ou local, tomar uma decisão tendo por base uma das posições relativas ao problema da natureza dos juízos morais.

Colocação dos alunos perante um dos problemas das sociedades multiculturais e solicitar-lhes que o resolvam assumindo uma das posições.

Identificação pelos alunos, a partir de uma situação quotidiana ou em relevo no momento, de razões morais de aceitação ou repúdio de uma ação.

Apresentação aos alunos de situações reais / relevantes no momento, eticamente problemáticas, pedir-lhes para decidirem uma ação e inferirem um princípio ético universal a partir da ação decidida.

Redução, pelos alunos, da argumentação dos autores a formas de inferência válida e analisar a sua validade e solidez.

Elaboração, pelos alunos, de um quadro comparativo entre as duas éticas, pedindo-se que, em trabalho colaborativo, estabeleçam primeiro os critérios de comparação.

Solicitação aos alunos da resolução de problemas éticos reais resultantes da aplicação de conhecimentos de áreas científicas (Biologia, Economia, Física…) a partir de um ponto de vista da ética de Mill ou da ética de Kant, com discussão crítica dos resultados obtidos, por meios analógicos ou digitais.

Identificação, pelos alunos, a nível global ou local (com recurso aos media digitais e eventual garantia da fiabilidade e qualidade das fontes) de situações que configuram uma organização social injusta, com possível clarificação das razões subjacentes (distribuição da riqueza, acesso à educação, a cuidados básicos de saúde…).

Colocação dos alunos a partir da posição original para enunciação dos princípios de justiça, com discussão oral para confronto entre os princípios enunciados, as consequências da sua aplicação e as condições estabelecidas por Rawls relativas à posição original e ao véu de ignorância.

Confrontação oral (e/ou discussão em ensaio) de teses e argumentos entre alunos relativamente à sua posição sobre o problema da organização de uma sociedade justa.

Assunção pelos alunos do papel de decisores políticos e, face a um problema global ou local, tomar uma decisão tendo por base uma das posições relativas ao problema da organização de uma sociedade justa.

Discussão crítica, pelos alunos, de teorias (por exemplo, estudadas em História A ou Economia) à luz das teses e argumentos estudados.

Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor / Sistematizador /Colaborativo (A,B,C,E)

Criativo / Sabedor (C,D,I)

Conhecedor / investigador / analítico / organizador / comunicador (A, B, C, E, F, I)

Conhecedor / organizador / comunicador (A, B, C, E, I)

Conhecedor / comunicador / respeitador da diferença e do outro (A, B, C, D, E, I)

Questionador (D)

Crítico/ Analítico (A, B, C, D, G)

Crítico / informado / culto (D, E, F)

Criativo, autónomo e participativo (B, C F)

Criativo, autónomo (C, D)

Conhecedor (C)

Analítico, colaborativo (A, C)

Conhecedor, participativo, autónomo, comunicador (A, B, C, D, E, F)

Criativo, colaborador, responsável, autónomo (C, D, E, F)

Crítico, questionador, sabedor, comunicativo (D, E)

Criativo, colaborador, responsável, autónomo (C, D, E, F)

Conhecedor, questionador crítico, colaborador, responsável, autónomo (C, D, E, F)

Organizador
Temas / problemas do mundo contemporâneo
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Desenvolvimento de um dos seguintes temas:

  1. Erradicação da pobreza
  2. Estatuto moral dos animais
  3. Responsabilidade ambiental
  4. Problemas éticos na interrupção da vida humana 
  5. Fundamento ético e político de direitos humanos universais
  6. Guerra e paz
  7. Igualdade e discriminação
  8. Cidadania e participação política
  9. Os limites entre o público e privado
  10. Outros (desde que inseridos nas áreas filosóficas das Aprendizagens Essenciais propostas para o 10.º ano)

O desenvolvimento do tema deve ter por horizonte a elaboração de um ensaio filosófico, sendo que a sua extensão e o grau de aprofundamento deverão ter em consideração a maturidade dos alunos (possível área de trabalho transversal com outras disciplinas).

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Delimitação rigorosa de um problema filosófico dentro de uma área temática.

Formulação do problema filosófico em discussão.

Fundamentação do problema filosófico e dos conceitos que o sustentam.

Enunciação clara da(s) tese(s) e das teoria(s) em discussão.

Enunciação de posições com clareza e rigor, com possível apresentação de posições próprias.

Mobilização com rigor de conceitos filosóficos na formulação de teses, argumentos e contraargumentos.

Confrontação crítica de teses e de argumentos.

Determinação das implicações práticas das teses e teorias em discussão.

Aplicação adequada dos conhecimentos filosóficos para pensar problemas que se colocam às sociedades contemporâneas.

Apresentação de soluções relevantes para esses problemas, articulando, quando possível, com outras áreas do saber numa visão integradora que leve os alunos a mobilizar conhecimentos adquiridos anteriormente na disciplina de Filosofia e em outras disciplinas do seu percurso escolar.

Utilização rigorosa de fontes, com validação de fontes digitais (autoria, atualidade, pertinência, profundidade, enviesamento,etc.) e respeito pelos direitos de autor.

Descritores do Perfil dos alunos

Questionador, conhecedor, informado, criativo, comunicativo, participativo, colaborador, responsável, autónomo, cuidador de si e do outro (A,B, C, D, E, F, G, I,J)

 

Educação Visual

Introdução

As Artes Visuais assumem-se como uma área do conhecimento fundamental para o desenvolvimento global e integrado dos alunos, em consonância com as diferentes Áreas de Competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA), mais especificamente dos processos de olhar e ver, de forma crítica e fundamentada, dos diferentes contextos visuais. Assume como principal finalidade o alargamento e enriquecimento das experiências visual e plástica dos alunos, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística, despertando, ao longo do processo de aprendizagem, o gosto pela apreciação e fruição das diferentes circunstâncias culturais.

Organizadores das Aprendizagens Essenciais

As Aprendizagens Essenciais para as Artes Visuais, nos diferentes ciclos, estão estruturadas por Domínios/Organizadores, designadamente:

  • Apropriação e Reflexão;
  • Interpretação e Comunicação;
  • Experimentação e Criação.

Apropriação e Reflexão – Pretende-se que os alunos aprendam os saberes da comunicação visual e compreendam os sistemas simbólicos das diferentes linguagens artísticas, identificando e analisando, com um vocabulário específico e adequado, conceitos, contextos e técnicas em diferentes narrativas visuais, aplicando os saberes apreendidos em situações de observação e/ou da sua experimentação plástica, estimulando o desenvolvimento do seu estilo de representação.

Incentiva-se, a partir da experiência de cada aluno e dos processos de observação, descrição, discriminação, análise, síntese, argumentação e juízo crítico, a apreciação estética e artística, para a compreensão, entre outros aspetos, da expressividade contida na linguagem das imagens e/ou de outras narrativas visuais.

Interpretação e Comunicação – Pretende-se, de uma forma sistemática, organizada e globalizante, desenvolver as capacidades de apreensão e de interpretação, no contacto com os diferentes universos visuais -sendo desejável que não se restrinja a arte à tradição ocidental e a determinados períodos históricos - estimulando múltiplas leituras das diferentes circunstâncias culturais. Procura-se, deste modo, desenvolver estratégias para a construção das relações entre o olhar, o ver e o fazer. Valorizam-se as vivências e as experiências de cada aluno, no sentido de o levar a uma interpretação mais abrangente e mais complexa, fazendo interdepender três realidades: imagem/objeto, sujeito e a construção de hipóteses de interpretação.

Experimentação e Criação – Conjugam-se a experiência pessoal, a reflexão, os conhecimentos adquiridos, na experimentação plástica de conceitos e de temáticas, procurando a criação de um sistema próprio de trabalho. Deseja-se que a experiência plástica dos alunos não seja encarada, apenas, como uma atividade ilustrativa do que vê, mas a (re)invenção de soluções para a criação de novas imagens, relacionando conceitos, materiais, meios e técnicas, imprimindo-lhe a sua intencionalidade e o desenvolvimento da sua expressividade.

Estes Domínios, separados apenas por uma questão metodológica, são entendidos como realidades interdependentes, tal como explicitado no esquema seguinte:

Esquema

Os Domínios/Organizadores apresentados englobam competências estéticas e técnicas, envolvem saberes, a apropriação e domínio de materiais e suportes e integram o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística. Nestes Domínios/Organizadores articulam-se os processos artísticos e tecnológicos com as circunstâncias culturais, designadamente históricas, sociais e políticas.

As aprendizagens que decorrem destes Domínios/ Organizadores deverão ser utilizadas pelos alunos em diferentes contextos, em ações práticas e experimentais e em projetos de trabalho (turma, escola, comunidade), individuais ou coletivos, podendo integrar transversalmente conteúdos de várias disciplinas desenvolvidos em ambientes físicos e digitais, formais e não formais.

Aprendizagens Essenciais por ciclo

As Aprendizagens Essenciais (AE) apresentadas neste documento têm subjacente um desenvolvimento das competências por ciclos (1.º, 2.º e 3.º ciclos), visto entender-se que, ao longo de um ciclo de aprendizagem, os alunos têm oportunidade de fazer um percurso formativo, no qual os conhecimentos (cor, forma, linha, textura, plano, luz, espaço, volume, movimento, ritmo, entre outros) serão mobilizados de uma forma gradual, complexificados à medida que os alunos intensificam e alargam as experiências de aprendizagem, aplicam, sistematizam e transformam os conhecimentos em vivências com significado. De acordo com esta perspetiva, estes conhecimentos continuam a ser desenvolvidos neste ciclo de aprendizagem, acautelando-se o princípio que à mesma idade cronológica pode não corresponder o mesmo nível de desenvolvimento.

As AE apresentam-se como uma forma de expressar aquilo que é essencial aos alunos conhecerem no final do 3.º ciclo, aumentando o grau de dificuldade relativamente à abordagem dos conceitos a trabalhar, como um objetivo final a ser atingido, procurando definir o desenvolvimento esperado para todos.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
APROPRIAÇÃO E REFLEXÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Refletir sobre as manifestações culturais do património local e global (obras e artefactos de arte - pintura, escultura, desenho, assemblage, colagem, fotografia, instalação, land´art, banda desenhada, design, arquitetura, artesanato, multimédia e linguagens cinematográficas).

Dominar os conceitos de plano, ritmo, espaço, estrutura, luz-cor, enquadramento, entre outros - em diferentes contextos e modalidades expressivas: pintura, escultura, desenho, design, fotografia, cinema, vídeo, banda desenhada.

Reconhecer a importância das imagens como meios de comunicação de massas, capazes de veicular diferentes significados (económicos, políticos, sociais, religiosos, ambientais, entre outros).

Enquadrar os objetos artísticos de diferentes culturas e períodos históricos, tendo como referência os saberes da História da Arte (estilos, movimentos, intencionalidades e ruturas).

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • o enriquecimento das experiências visuais dos alunos, estimulando hábitos de apreciação e fruição dos diferentes contextos culturais;
  • a consciencialização de que o(s) gosto(s) se desenvolve(m) e forma(m) através da prática sistemática de experiências culturais diversificadas, quer seja nos âmbitos da fruição, quer da experimentação.

Promover estratégias que envolvam a criatividade do aluno no sentido de:

  • mobilizar saberes e processos, através dos quais perceciona, seleciona, organiza os dados e lhes atribui significados novos;
  • promover dinâmicas que exijam relações entre aquilo que se sabe, o que se pensa e os diferentes universos do conhecimento;
  • incentivar práticas que mobilizem processos para imaginar diferentes possibilidades para gerar novas ideias.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • debates sobre as diferentes imagens, criando circunstâncias para a discussão e argumentação dos seus pontos de vista e dos outros;
  • apreciações fundamentadas em relação aos seus trabalhos e aos dos seus pares.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • reinventar soluções para a criação de novas imagens relacionando conceitos, materiais, meios e técnicas;
  • descobrir progressivamente a intencionalidade das suas experiências plásticas.

Promover estratégias que requeiram/ por parte do aluno: 

  • o reconhecimento da importância do património cultural e artístico nacional e de outras culturas, como valores indispensáveis para uma maior capacidade de participação e intervenção nas dinâmicas sociais e culturais.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • a seleção de técnicas e de materiais ajustandoos à intenção expressiva das suas representações;
  • a utilização sistemática de processos de registo de ideias, de planeamento e de trabalho;
  • a transferência para novas situações de processos de análise e de síntese, de modo a criar um conjunto de imagens e de objetos com possibilidades de desenvolver trabalhos com um nível mais elevado de complexidade.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • questionar as diferentes circunstâncias culturais, ambientais, urbanísticas, entre outras, e perceber o seu contributo para uma ação cívica, junto das comunidades.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • a seleção de elementos de natureza diversa (plástica, escrita, entre outros) para criar dinâmicas na comunidade (exposições, debates, entre outras);
  • a participação em projetos de trabalho multidisciplinares.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • a identificação das suas capacidades e fragilidades e dos materiais que melhor domina para expressar as suas ideias.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • cooperar com os seus pares na partilha de saberes para a superação conjunta de dificuldades nas diversas atividades, nos contextos de sala de aula ou de situações não formais (museus, atividades de ar livre, espetáculos, entre outras);
  • divulgar atividades inviduais ou de grupo, através dos canais de comunicação disponíveis, de modo a promover a partilha de dados e de experiências.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • criar regras relativas aos procedimentos com os materiais, à gestão do espaço e à realização de tarefas;
  • manifestar sentido de comprometimento, respeitando o trabalho individual, a par e de grupo;
  • respeitar os prazos de cumprimento dos trabalhos;
  • incentivar a importância de fazer propostas de projetos a realizar e de temáticas a investigar;
  • criar o seu portefólio com vista à autoavaliação.

Promover estratégias que induzam:

  • a organização dos espaços e dos materiais, de acordo com as regras construídas em grupo e/ou pelo professor;
  • a partilha de ideias, no sentido de encontrar soluções e de compreender o ponto de vista dos outros;
  • a disponibilidade de estar atento às necessidades dos seus pares e da comunidade, podendo exercitar formas de participação;
  • a valorização dos saberes do outro, compreendendo as suas intenções e ajudando-o a expressar as suas ideias.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
INTERPRETAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender a importância da inter-relação dos saberes da comunicação visual (espaço, volume, cor, luz, forma, movimento, estrutura, ritmo, entre outros) nos processos de fruição dos universos culturais.

Relacionar o modo como os processos de criação interferem na(s) intencionalidade(s) dos objetos artísticos.

Perceber os “jogos de poder” das imagens e da sua capacidade de mistificação ou desmistificação do real.

Interrogar os processos artísticos para a compreensão da arte contemporânea.

Transformar os conhecimentos adquiridos em novos modos de apreciação do mundo.

Organizador
EXPERIMENTAÇÃO E CRIAÇÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Articular conceitos (espaço, volume, cor, luz, movimento, estrutura, forma, ritmo), referências, experiências, materiais e suportes nas suas composições plásticas.

Manifestar expressividade nos seus trabalhos, selecionando, de forma intencional, conceitos, temáticas, materiais, suportes e técnicas.

Justificar a intencionalidade das suas composições, recorrendo a critérios de ordem estética (vivências, experiências e conhecimentos).

Organizar exposições em diferentes formatos – físicos e/ou digitais - individuais ou de grupo, selecionando trabalhos tendo por base os processos de análise, síntese e comparação, que conjugam as noções de composição e de harmonia, de acordo com o objetivo escolhido/proposto.

Selecionar, de forma autónoma, processos de trabalho e de registo de ideias que envolvam a pesquisa, investigação e experimentação.

Ciências Naturais

Introdução

No 3.º ciclo do ensino básico a disciplina de Ciências Naturais visa aprofundar as temáticas abordadas no 2.º ciclo e despertar nos alunos a curiosidade acerca do mundo natural e o interesse pela Ciência. Com esta disciplina pretende-se igualmente desenvolver uma compreensão geral e abrangente das principais ideias e estruturas explicativas das Ciências da Terra e da Vida, de aspetos da História e da Natureza da Ciência, de procedimentos da investigação científica, bem como questionar o comportamento humano perante o mundo e o impacto da ciência e da tecnologia no ambiente e nos seres vivos.

Ao longo do 3.º ciclo do ensino básico, os três temas — Terra em Transformação (7.º ano de escolaridade), Terra - um planeta com vida (8.º ano de escolaridade) e Viver melhor na Terra (9.º ano de escolaridade) — constituem-se como pilares de fundamentação para a compreensão das Ciências da Terra e da Vida.

No 8.º ano de escolaridade, abordam-se aspetos relacionados com as condições necessárias para a existência de vida na Terra, exploram-se as dinâmicas entre os subsistemas terrestres, permitindo uma interpretação científica plural e inacabada da evolução da vida no planeta e um reconhecimento da importância dos saberes científicos na promoção da sustentabilidade do planeta Terra.

Tendo em conta que esta é uma disciplina da escolaridade básica, pretende-se com a abordagem destas temáticas alargar os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos o acesso a produtos da ciência relevantes e aos seus processos, através da compreensão dos limites e das potencialidades da ciência e das suas aplicações tecnológicas na sociedade. Por outro lado, procura-se que os alunos tomem consciência do impacto da intervenção humana na Terra e da necessidade de adoção de comportamentos de cidadania ativa e justa, coerentes com um desenvolvimento sustentável.

Enfatizando a relevância da ciência nas questões do dia a dia e a sua aplicação na tecnologia, na sociedade e no ambiente, o ensino das Ciências Naturais, contextualizado em situações reais e atuais de onde podem emergir questões-problema orientadoras das aprendizagens, dá um particular contributo para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais transversais (AET). Estas devem ser entendidas como orientadoras dos processos de tomada de decisão didática necessárias para a concretização das aprendizagens essenciais elencadas por domínio (AED), em concreto ao nível do “Raciocínio e resolução de problemas”, do “Pensamento crítico e pensamento criativo”, do “Saber científico, técnico e tecnológico” e do “Bem-estar, saúde e ambiente”, contribuindo para o desenvolvimento do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). As temáticas abordadas na disciplina de Ciências Naturais constituem-se, também, como um campo privilegiado para o desenvolvimento de trabalho de projeto e de trabalho colaborativo, permitindo o desenvolvimento de aprendizagens interdisciplinares elencadas no domínio do “Relacionamento interpessoal” e do “Desenvolvimento e autonomia pessoal”. A dimensão interdisciplinar constitui-se como essencial na concretização das AED desta disciplina, permitindo a rentabilização de contextos de aprendizagem e requerendo uma concertação de decisões pedagógicas. As estratégias de ensino devem ser selecionadas de forma intencional e integrada, tendo em conta as aprendizagens essenciais da disciplina (AET e AED) em cada ano de escolaridade e as áreas de competências que se pretendem desenvolver do PA. A concretização das AET requer que o professor tenha em conta:

  1. o nível de aprofundamento dos conceitos, devendo ser considerados os contextos dos alunos e das escolas, valorizadas as questões de âmbito local, nacional e global, as situações do dia a dia e as controvérsias sociais em torno de aplicações científicas e/ou tecnológicas;
  2. os processos de ensino centrados nos alunos, para que estes se assumam como agentes ativos na construção do seu próprio conhecimento, pesquisando e organizando informação, analisando e interpretando dados, planificando e executando atividades práticas;
  3. a natureza da ciência, procurando, sempre que possível, adotar estratégias que evidenciem o processo de construção do conhecimento científico explorando as inter-relações entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente (CTSA);
  4. as atividades práticas devem ser valorizadas e consideradas como parte integrante e fundamental dos processos de ensino e de aprendizagem em todas as temáticas.

A avaliação das aprendizagens deve assumir um caráter essencialmente formativo e contínuo, para que o aluno tome consciência não só das suas potencialidades, mas também das suas dificuldades e procure ultrapassá-las através de uma reflexão sistemática baseada no feedback do professor. A avaliação deve incidir não apenas nos produtos, mas também nos processos de aprendizagem, funcionando como mecanismo de autoavaliação consciente para o aluno e como mecanismo de autorregulação do ensino para o professor. As tarefas e instrumentos de avaliação devem atender ao tipo de atividades de aprendizagem desenvolvidas e, ainda, ter em conta a situação de cada aluno, nomeadamente fatores de caráter individual e social.

As Aprendizagens Essenciais (AE) têm como referente os documentos curriculares em vigor constituindo-se como as aprendizagens indispensáveis à construção significativa do conhecimento, bem como ao desenvolvimento de processos cognitivos e atitudes particularmente associados à ciência. Foram elaboradas tendo por referência uma escolaridade obrigatória de 12 anos, com a preocupação de dar aos alunos instrumentos para o prosseguimento de estudos, mas pensando igualmente que, para muitos, o 9.º ano representa o fim do contacto com a disciplina de Ciências Naturais. Neste sentido, visam proporcionar o desenvolvimento de competências que lhes permitam intervir de forma esclarecida em questões técnicocientíficas que se colocam na sociedade atual, enquanto cidadãos ativos, bem como o interesse e a curiosidade pela ciência numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida.

Na disciplina de Ciências Naturais, no 8.º ano de escolaridade, abordam-se temáticas relacionadas com as características que fazem da Terra um planeta com vida e com a sua sustentabilidade e promovem a educação científica dos alunos, ajudando-os a:

  1. compreender as características do planeta Terra que permitiram o aparecimento e a evolução da vida;
  2. explorar algumas das características da biodiversidade e das dinâmicas existente nos ecossistemas;
  3. refletir acerca de algumas medidas que promovem a gestão sustentável dos recursos naturais;
  4. planear e implementar investigações práticas, baseadas na observação sistemática, na modelação e no trabalho laboratorial/experimental, para dar resposta a problemas relacionados com a sustentabilidade da Terra;
  5. assumir atitudes e valores que contribuam para a promoção da sustentabilidade da Terra.

APRENDIZAGENS ESSENCIAS TRANSVERSAIS

  • Selecionar e organizar informação, a partir de fontes diversas e de forma cada vez mais autónoma, valorizando a utilização de tecnologias digitais e integrando saberes prévios para construir novos conhecimentos.
  • Construir explicações científicas baseadas em conceitos e evidências, obtidas através da realização de atividades práticas diversificadas – laboratoriais, experimentais, de campo – e planeadas para procurar responder a problemas formulados.
  • Construir modelos que permitam a representação e o estudo de estruturas, de sistemas e das suas transformações.
  • Reconhecer que a ciência é uma atividade humana com objetivos, procedimentos próprios, através da exploração de acontecimentos, atuais e/ou históricos, que documentam a sua natureza.
  • Aplicar as competências desenvolvidas em problemáticas atuais e em novos contextos.
  • Formular e comunicar opiniões críticas, cientificamente fundamentadas e relacionadas com a CTSA.
  • Articular saberes de diferentes disciplinas para aprofundar temáticas abordadas em Ciências Naturais.

 

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
TERRA, UM PLANETA COM VIDA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicar as principais condições da Terra que permitiram o desenvolvimento e a manutenção da vida, articulando com saberes de outras disciplinas (ex.: Ciências FísicoQuímicas).

Interpretar gráficos da evolução da temperatura e do dióxido de carbono atmosférico ao longo do tempo geológico.

Relacionar a influência dos seres vivos com a evolução da atmosfera terrestre e o efeito de estufa na Terra.

Distinguir o sistema Terra dos seus subsistemas, identificando as potencialidades dos mesmos na geração da vida na Terra.

Analisar criticamente o papel das rochas e do solo na existência de vida no meio terrestre e dos subsistemas na manutenção da vida.

Distinguir células eucarióticas de células procarióticas em observações microscópicas.

Reconhecer a célula como unidade básica dos seres vivos, identificando os principais constituintes das células eucarióticas.

Distinguir os níveis de organização biológica dos seres vivos e dos ecossistemas.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um fenómeno ou evento;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, texto ou solução face a um desafio;
  • analisar textos ou outros suportes com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, imagens);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos, rebater os contra-argumentos);
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análise de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos com diferentes pontos de vista;
  • confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças, consistência interna;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e ou maneira de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • registo seletivo;
  • organização (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de planos gerais, esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • realizar autoanálise;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • a apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
SUSTENTABILIDADE NA TERRA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Caracterizar um ecossistema na zona envolvente da escola (níveis de organização biológica, biodiversidade) a partir de dados recolhidos no campo.

Relacionar os fatores abióticos - luz, água, solo, temperatura – com a sua influência nos ecossistemas, apresentando exemplos de adaptações dos seres vivos a esses fatores e articulando com saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia).

Interpretar a influência de alguns fatores abióticos nos ecossistemas, em geral, e aplicá-la em exemplos da região envolvente da escola.

Distinguir interações intraespecíficas de interações interespecíficas e explicitar diferentes tipos de relações bióticas.

Interpretar informação relativa a dinâmicas populacionais decorrentes de relações bióticas, avaliando as suas consequências nos ecossistemas.

Sistematizar cadeias tróficas de ambientes aquáticos e terrestres predominantes na região envolvente da escola, indicando formas de transferência de energia.

Interpretar cadeias tróficas, partindo de diferentes exemplos de teias alimentares.

Analisar criticamente exemplos de impactes da ação humana que condicionem as teias alimentares, discutindo medidas de minimização dos mesmos nos ecossistemas.

Explicar o modo como as atividades dos seres vivos (alimentação, respiração, fotossíntese) interferem nos ciclos de matéria e promovem a sua reciclagem nos ecossistemas.

Interpretar as principais fases dos ciclos da água, do carbono e do oxigénio, com base em informação diversificada (notícias, esquemas, gráficos, imagens) e valorizando saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia e Ciências Físico-Químicas).

Analisar criticamente exemplos teoricamente enquadrados acerca do modo como a ação humana pode interferir nos ciclos de matéria e afetar os ecossistemas.

Caracterizar as fases de uma sucessão ecológica em documentos diversificados sobre sucessões ecológicas primárias e secundárias.

Discutir causas e consequências da alteração dos ecossistemas, justificando a importância do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas e do modo como a sua gestão pode contribuir para alcançar as metas de um desenvolvimento sustentável.

Discutir opções para a conservação dos ecossistemas e o seu contributo para as necessidades humanas, bem como a importância da ciência e da tecnologia na sua conservação.

Distinguir catástrofes de origem natural de catástrofe de origem antrópica, identificando as causas das principais catástrofes de origem antrópica e valorizando saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia).

Explicar o modo como a poluição, a desflorestação, os incêndios e as invasões biológicas podem afetar os ecossistemas.

Interpretar a influência de alguns agentes poluentes nos ecossistemas, partindo de problemáticas locais ou regionais e analisando criticamente os resultados obtidos.

Discutir medidas que diminuam os impactes das catástrofes de origem natural e de origem antrópica nos ecossistemas, em geral, e nos ecossistemas da zona envolvente da escola, em particular.

Distinguir recursos energéticos de recursos não energéticos e recursos renováveis de recursos não renováveis.

Caracterizar diferentes formas de exploração dos recursos naturais, indicando as principais transformações dos recursos naturais.

Discutir os impactes da exploração/transformação dos recursos naturais e propor medidas de redução dos mesmos e de promoção da sua sustentabilidade.

Relacionar o papel dos instrumentos de ordenamento e gestão do território com a proteção e a conservação da Natureza.

Sistematizar informação relativa a Áreas Protegidas em Portugal e no mundo, explicitando medidas de proteção e de conservação das mesmas.

Identificar algumas associações e organismos públicos de proteção e conservação da Natureza existentes em Portugal.

Explicar a importância da recolha, do tratamento e da gestão sustentável de resíduos e propor medidas de redução de riscos e de minimização de danos na contaminação da água procedente da ação humana.

Relacionar a gestão de resíduos e da água com a promoção de um desenvolvimento sustentável.

Analisar criticamente os impactes ambientais, sociais e éticos de casos de desenvolvimento científico e tecnológico no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida das populações humanas.

Tecnologias da Informação e Comunicação

Introdução

Estabelecem-se neste documento as Aprendizagens Essenciais (AE)  a realizar pelos alunos na disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), no 7.º ano de escolaridade , que se organizam em quatro domínios de trabalho, para os quais são apresentadas orientações metodológicas. A seleção das AE foi alicerçada em dados científicos, bem como em recomendações produzidas no âmbito da OCDE (2017), do World Economic Forum (2016),tendo sido estabelecidas articulações com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA), no intuito de sublinhar a importância de, desde cedo, os alunos utilizarem as tecnologias como ferramentas de trabalho promotor de competências digitais múltiplas, necessárias à aprendizagem na sociedade contemporânea.

A disciplina de TIC, no 2.º e no 3.º Ciclo, vai além do desenvolvimento da literacia digital generalizada básica, avançando para o domínio do desenvolvimento das capacidades analíticas dos alunos, através da exploração de ambientes computacionais apropriados às suas idades e proporcionando a abordagem de tecnologias emergentes. Subjaz não uma lógica restrita de conteúdos instrumentais ou de aquisição de conceitos, mas sobretudo o desenvolvimento de competências capazes de preparar os jovens para as exigências do século XXI, em sintonia com o estabelecido no PA, nomeadamente nas áreas de competências de “Linguagens e textos”, de “Informação e comunicação” e de “Raciocínio e resolução de problemas”.

As AE de TIC, organizam-se em quatro domínios de trabalho:

  1. SEGURANÇA, RESPONSABILIDADE E RESPEITO EM AMBIENTES DIGITAIS
  2. INVESTIGAR E PESQUISAR
  3. COLABORAR E COMUNICAR
  4. CRIAR E INOVAR

O domínio Segurança, Responsabilidade e Respeito em Ambientes Digitais assenta no pressuposto de que as questões de ética e segurança devem estar continuamente presentes e devem ser trabalhadas de forma sistemática e explícita ao longo de todas as AE que os alunos realizam nesta disciplina. É, por isso, um domínio transversal, que deve ser abordado, sempre que oportuno, no âmbito da realização das atividades, tendo o cuidado de abordar situações problemáticas de maior complexidade relativamente às dos anos anteriores, como os mecanismos de segurança de diferentes sistemas operativos, instalação e utilização de ferramentas digitais e navegação na Internet.

Espera-se, desta forma, promover a capacidade de os alunos participarem de forma mais esclarecida e adequada em diversos contextos, desenvolvendo uma conduta crítica, refletida e responsável no uso de tecnologias, ambientes e serviços digitais, respeitando as normas de utilização das TIC, dos direitos de autor e de propriedade intelectual dos recursos e conteúdos que mobilizam nas diversas atividades, diferentes áreas curriculares e no dia a dia. Ainda, no quadro desta perspetiva transversal, espera-se reforçar uma preocupação na salvaguarda de publicação e/ou divulgação de dados pessoais ou de outros, apelando sistematicamente ao desenvolvimento do sentido comunitário e de cidadania interventiva e a um comportamento adequado na utilização das redes sociais.

No domínio Investigar e Pesquisar, pretende-se que cada aluno se aproprie de métodos de trabalho, de pesquisa e de investigação com a utilização das tecnologias, desenvolvendo competências de seleção e análise crítica da informação no contexto de atividades investigativas, tornando-se um cidadão “munido de múltiplas literacias que lhe permitam analisar e questionar criticamente a realidade, avaliar e selecionar a informação, formular hipóteses e tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia; (…) apto a continuar a aprendizagem ao longo da vida, como fator decisivo do seu desenvolvimento pessoal e da sua intervenção social” (PA, 2017, p. 15). Pretende-se a consolidação, aprofundamento e maior rigor na aplicação de métodos de pesquisa e investigação, bem como a utilização de metodologias de trabalho adaptadas aos projetos em desenvolvimento.

No domínio Comunicar e Colaborar, elencam-se competências das áreas de “Relacionamento interpessoal” e de “Desenvolvimento pessoal e autonomia” com o objetivo de desenvolver regras de comunicação em ambientes digitais, em situações reais ou simuladas, utilizando meios e recursos digitais, cabendo ao professor identificar quais as aplicações e plataformas mais adequadas ao projeto e atividades a desenvolver, levando em conta a faixa etária dos alunos. Pressupõe-se, neste ano, a iniciação à comunicação em ambientes digitais fechados, bem como a apresentação e partilha dos produtos desenvolvidos.

No domínio Criar e Inovar, engloba-se o conjunto de competências associadas à criação de conteúdos com recurso a aplicações digitais adequadas a cada situação. No 7.º ano, iniciam-se as aprendizagens essenciais relacionadas com os processos envolvidos na tarefa de edição de imagem, som e vídeo, bem como as que permitam obter conhecimentos relacionados com a modelação 3D.

Estes quatro domínios não devem ser vistos como estanques, mas como espaços de trabalho que se cruzam e que, em conjunto, concorrem para o desenvolvimento das áreas de competências previstas no PA. Assim, as AEpara a disciplina de TIC (organizada em domínios) não indicam, nem sugerem uma sequencialidade temporal obrigatória na abordagem didática.

A lógica que deve prevalecer será a do desenvolvimento de desafios, problemas ou projetos, recomendando-se um trabalho conjunto e em simultâneo para as aprendizagens de diferentes domínios, bem como a articulação com outras áreas disciplinares e a colaboração com serviços e projetos da escola, com a família e com instituições regionais, nacionais ou internacionais.

 

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Segurança, responsabilidade e respeito em ambientes digitais
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Adotar uma atitude crítica, refletida e responsável no uso de tecnologias, ambientes e serviços digitais:

Conhecer diferentes sistemas operativos e mecanismos de segurança; Adotar práticas seguras de instalação, atualização, configuração e utilização de ferramentas digitais;

Conhecer comportamentos que visam a proteção da privacidade; adotar comportamentos seguros na utilização de ferramentas digitais;

Adotar práticas seguras de utilização das ferramentas digitais e na navegação na Internet;

Ler, compreender e identificar mensagens manipuladas ou falsas;

Identificar os riscos do uso inapropriado de imagens, de sons e de vídeos;

Respeitar as normas dos direitos de autor associados à utilização da imagem, do som e do vídeo.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Desenvolver desafios, problemas ou projetos que articulem e/ou integrem os diferentes domínios.

Fomentar dinâmicas de grupo, debates, roleplaying, brainstormings, criação de jogos, entre outras.

Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor / sabedor / culto / informado
(A, B, G, I, J)

Criativo
(A, C, D, J)

Crítico/Analítico
(A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador
(C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro
(A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador
(A, B, C, I, J)

Questionador
(A, F, G, I, J)

Comunicador / Desenvolvimento da linguagem e da oralidade
(A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador
(B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo
(C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro
(B, E, F, G)

Organizador
Investigar e pesquisar
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Planificar estratégias de investigação e de pesquisa a realizar online;

Formular questões que permitam orientar a recolha de dados ou informações pertinentes;

Definir palavras-chave para localizar informação, utilizando mecanismos e funções simples de pesquisa;

Utilizar o computador e outros dispositivos digitais como ferramentas de apoio ao processo de investigação e pesquisa;

Conhecer as potencialidades e principais funcionalidades de aplicações para apoiar o processo de investigação e de pesquisa online;

Realizar pesquisas, utilizando os termos selecionados e relevantes de acordo com o tema a desenvolver;

Analisar criticamente a qualidade da informação;

Utilizar o computador e outros dispositivos digitais, de forma a permitir a organização e gestão da informação.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Propor atividades de trabalho articulado com conteúdos de outras áreas disciplinares e/ou transversais.

Promover a identificação de problemas ou de uma necessidade do meio envolvente (local, nacional ou global).

Promover atividades que impliquem que os alunos encontrem soluções para um problema, discutam ideias, formulem questões e planifiquem as fases de uma investigação e pesquisa, individualmente, em pares ou em grupo, recorrendo a aplicações digitais que permitam a criação de mapas conceptuais, registo de notas, murais digitais, diagramas, brainstorming online, entre outras.

Promover atividades que envolvam a criação de instrumentos que apoiem a recolha, gestão e organização de informação, por exemplo: linhas cronológicas, agregadores de conteúdos, entre outras.

Organizador
Comunicar e colaborar
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Mobilizar estratégias e ferramentas de comunicação e colaboração:

Identificar novos meios e aplicações que permitam a comunicação e a colaboração;

Selecionar as soluções tecnológicas (mais adequadas para realização de trabalho colaborativo e comunicação) que se pretendem efetuar no âmbito de atividades e/ou projetos;

Utilizar diferentes meios e aplicações que permitem a comunicação e colaboração em ambientes digitais fechados;

Apresentar e partilhar os produtos desenvolvidos, utilizando meios digitais de comunicação e colaboração em ambientes digitais fechados.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover a criação de situações, no âmbito das quais o aluno comunica, colabora e interage de forma síncrona e assíncrona, sob supervisão do professor, recorrendo às plataformas digitais mais adequadas ao desenvolvimento do projeto.

Criar momentos para que os alunos apresentem e partilhem, individualmente, em pares ou em grupo, o desenvolvimento dos projetos.

Sugere-se a utilização de plataformas distintas das utilizadas no ano anterior.

Organizador
Criar e inovar
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explorar ideias e desenvolver o pensamento computacional e produzir artefactos digitais criativos, recorrendo a estratégias e ferramentas digitais de apoio à criatividade:

Compreender e utilizar técnicas elementares (enquadramento, ângulos, entre outras) de captação e edição de imagem, som, vídeo e modelação 3D;

Analisar que tipos de problemas podem ser resolvidos usando, imagem, som, vídeo, modelação e simulação;

Decompor um objeto nos seus elementos constituintes;

Desenhar objetos, produzir narrativas digitais, utilizando as técnicas e materiais adequados de captação de imagem, som, vídeo e modelação, tendo em vista soluções adequadas a um problema ou projeto;

Mobilizar os conhecimentos sobre as normas dos direitos de autor associados à utilização da imagem, do som e do vídeo e modelação 3D;

Integrar conteúdos provenientes de diferentes tipos de suportes, para produzir e modificar, de acordo com normas e diretrizes conhecidas, artefactos digitais criativos para exprimir ideias, sentimentos e propósitos específicos.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Fomentar o desenvolvimento de projetos, em articulação com outras áreas disciplinares e ou domínios das TIC, serviços e projetos da escola, com a família e com instituições regionais, nacionais ou internacionais.

Fomentar o desenvolvimento de tarefas de tratamento e organização de dados recolhidos, em diferentes formatos, por exemplo: em storyboards, diagramas, infográficos, cartazes digitais, apresentações multimédia, entre outros;

Proporcionar a criação de artefactos digitais diversificados: narrativas (digitais), vídeos, booktrailers, podcasts, audiolivros, posters,flyers, cartões comemorativos, banda desenhada, animações, etc.

Modelar protótipos de objetos em 3D.

Inglês

Introdução

A aprendizagem de uma língua estrangeira concorre para a construção das áreas de competência definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). Nos domínios da linguagem, informação e comunicação, promove o conhecimento de uma metalinguagem facilitadora da aquisição de outras línguas, desenvolve a capacidade de pesquisa e validação de informação e alarga a competência de comunicação e interação com o outro, mobilizando tipologias de atividades, projetos e recursos diversos. Potencia, ainda, situações e experiências que estimulam competências cognitivas, tais como o raciocínio lógico, o pensamento crítico e a criatividade na gestão de projetos e resolução de problemas. Traduz-se, também, na construção de uma identidade própria de cidadão global na relação com os outros, alicerçada em atitudes e valores, tais como o respeito pelo outro e, no âmbito específico da língua inglesa, pela cultura anglo-saxónica, bem como pelas outras culturas no mundo, a responsabilidade e a cooperação entre indivíduos e povos, com repercussões individuais e coletivas. Neste sentido, os alunos irão mobilizar saberes das várias áreas do conhecimento na consecução de trabalhos individuais e em grupo, integrando transversalmente conteúdos de diferentes áreas disciplinares, conforme a gestão curricular decidida em conselho de turma, com base nos documentos orientadores do Agrupamento de Escolas ou de Escola não agrupada.

As Aprendizagens Essenciais (AE) de Inglês têm em conta a análise dos documentos curriculares em vigor para a disciplina, nomeadamente os Programas, as Metas Curriculares e o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR, Conselho da Europa, 2001), documentos de referência para a docência da disciplina. Os exemplos de Leitura (R), Compreensão oral (LC), Interação oral (SI), Produção oral (SP), Escrita (W) e Domínio intercultural (ID) remetem para os descritores referentes a cada ano de escolaridade.

Em relação ao Inglês do 6.º ano (A2), o aluno deve ser capaz de: compreender e usar expressões familiares frequentes relacionadas com áreas de prioridade imediata; apresentar-se e apresentar outros, fazer perguntas e dar respostas sobre aspetos pessoais como, por exemplo, o local onde vive, quem conhece e os objetos que possui; comunicar de modo simples, se o interlocutor falar lenta e distintamente e se mostrar cooperante (adaptado de QECR, Escala Global, Nível A2; Utilizador Elementar; Conselho da Europa, 2001).

As Aprendizagens Essenciais referentes aos sete anos de aprendizagem do Inglês no ensino básico correspondem aos seguintes níveis do QECR:

1.º CEB
3.º ano de escolaridade A1
4.º ano de escolaridade A1
2.º CEB
5.º ano de escolaridade A1.1/A1.2
6.º ano de escolaridade A2
3.º CEB
7.º ano de escolaridade A2.1/A2.2
8.º ano de escolaridade B1
9.º ano de escolaridade B1/B1.1

 

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
ÁREAS TEMÁTICAS/ SITUACIONAIS
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Serviços públicos; passatempos e interesses; férias e viagens; família e amigos; rotinas; escola; meios de transporte; tipos de habitação; descrição de pessoas; descrição de acontecimentos e atividades; (re)contar uma pequena história.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias de aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • rigor;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização de leitura e estudo progressivamente autónomo;
  • análise incipiente de factos e situações;
  • tarefas de memorização e consolidação, associadas à compreensão e uso do saber.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos na:

  • sugestão de atividades relacionadas com um evento determinado;
  • criação de situações nas quais um conhecimento determinado possa ser aplicado;
  • produção de um objeto, texto ou solução de formato variado face a um desafio;
  • análise de textos em diferentes suportes com diferentes pontos de vista;
  • apresentação de soluções estéticas criativas.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo:

  • no reconhecimento de conceitos e factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • na análise de textos com diferentes pontos de vista para encontrar semelhanças e diferenças;
  • no uso do discurso oral e escrito de forma progressivamente coerente.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • recolha de dados e opiniões;
  • pesquisa com autonomia progressiva.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • pontos de vista diferentes;
  • respeito por diferentes perspetivas culturais (crenças ou opiniões);
  • respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de planificação, de revisão;
  • organização de sumários;
  • preenchimento de relatórios;
  • tarefas de síntese;
  • elaboração de esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor;
  • identificação de dificuldades e formas de as ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • elaboração de questões para os pares, sobre conteúdos estudados;
  • autoavaliação do conhecimento.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação unidirecional e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação e Iniciativa.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • a autoanálise;
  • a identificação de pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • a heteroavaliação para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a reorientação do seu trabalho, individualmente ou em grupo, a partir do feedback do professor.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno de:

  • colaboração com os outros;
  • apoio aos seus pares na realização de tarefas;
  • feedback para melhoria ou aprofundamento do seu desempenho.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organização e realização progressivamente autónomas de tarefas;
  • cumprimento de compromissos;
  • feedback relativo ao cumprimento de tarefas e funções;
  • apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreensão oral

Compreender discursos muito simples articulados de forma clara e pausada; seguir conversas sobre assuntos que lhe são familiares; compreender os acontecimentos principais de uma história/notícia, contada de forma clara e pausada; identificar o contexto do discurso, a ideia principal e informações simples.

Compreensão escrita

Compreender textos simples com vocabulário limitado; identificar a ideia principal e a informação essencial em textos diversificados; desenvolver a literacia, compreendendo textos de leitura extensiva com vocabulário familiar.

Interação oral

Adequar a forma de tratamento ao interlocutor e ao contexto em situações de role play; responder a perguntas diretas com apoio; participar numa conversa curta sobre situações de rotina que lhe são familiares, de necessidade imediata e do seu interesse; comunicar uma tarefa simples; trocar opiniões e comparar lugares, objetos e pessoas, usando uma linguagem simples.

Interação escrita

Preencher um formulário (online) ou em formato papel simples, com informação pessoal e sobre áreas de interesse básicas; pedir e dar informação sobre gostos e preferências de uma forma simples; redigir e responder a posts/tweets curtos com frases curtas sobre passatempos, gostos e preferências; responder a um email, chat ou mensagem de forma simples.

Produção oral

Falar sobre os temas explorados: lojas, serviços públicos, tempos livres, viagens, família e amigos, rotinas, escola, meios de transporte, tipos de habitação, descrever pessoas, lugares, acontecimentos e atividades com apoio de imagens; (re)contar uma pequena história, sequenciando os acontecimentos, de forma simples.

Produção escrita

Escrever um pequeno texto descritivo sobre a sua rotina diária, a escola, acontecimentos, com a ajuda de tópicos ou imagens; escrever notas e mensagens curtas e simples sobre assuntos de necessidade imediata; expressar opinião sobre os seus interesses, utilizando expressões e frases simples do dia a dia.

Organizador
COMPETÊNCIA INTERCULTURAL
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Reconhecer realidades interculturais distintas

Conhecer o seu meio e o dos outros para identificar a diversidade cultural em universos diferenciados; descrever diferentes elementos da sua cultura, identidade e língua por oposição à cultura anglo-saxónica e à língua inglesa; comparar os espaços à sua volta com espaços de realidades culturais diferentes; identificar exemplos concretos de atitudes de tolerância e respeito intercultural; reconhecer algumas diferenças entre as relações interculturais.

Sugestão de tópicos a serem trabalhados

Comparar diferentes rotinas diárias, meios de transporte e tipos de habitação; associar nacionalidades a países; identificar monumentos, figuras históricas, algumas figuras públicas; festividades.

Organizador
COMPETÊNCIA ESTRATÉGICA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Comunicar eficazmente em contexto

Reconhecer diferentes estratégias de comunicação nas fases de planificação, realização e avaliação das atividades comunicativas; preparar, repetir, memorizar uma apresentação oral; apresentar uma atividade de Show & Tell, com confiança e segurança, à turma e a outros elementos da comunidade educativa, respondendo a perguntas colocadas sobre o tema abordado.

Trabalhar e colaborar em pares e pequenos grupos

Participar em atividades de pares e grupos, revelando atitudes como, por exemplo: saber esperar a sua vez, ouvir ativamente os outros e refletir criticamente sobre o que foi dito, dando razões para justificar as suas conclusões; formular perguntas e dar respostas; demonstrar atitudes de inteligência emocional, utilizando expressões para exprimir sentimentos de agrado e desagrado e indicar concordância e/ou discordância; colaborar em tarefas elementares, pedindo e fazendo sugestões simples; planear, organizar, dar conselhos, utilizando estruturas simples e apresentar uma tarefa de pares ou um trabalho de grupo.

Utilizar a literacia tecnológica para comunicar e aceder ao saber em contexto

Comunicar com outros a uma escala local, nacional e internacional, recorrendo a aplicações tecnológicas para produção e comunicação online; contribuir para projetos e tarefas de grupo interdisciplinares que se apliquem ao contexto, a experiências reais e quotidianas do aluno; participar num WebQuest e aceder ao saber, recorrendo a aplicações informáticas online.

Pensar criticamente

Reunir e associar informação para realizar tarefas e trabalhos ou aprofundar interesses pessoais; desenvolver a autonomia intelectual de forma a adotar uma atitude mais independente perante novas aprendizagens.

Relacionar conhecimentos de forma a desenvolver a criatividade em contexto

Demonstrar uma atitude resiliente e assumir riscos de forma a realizar novos trabalhos criativos, produzindo a linguagem necessária para apresentar os mesmos ao professor/aos colegas, mesmo que isto implique realizar a tarefa em várias tentativas; cantar, reproduzir rimas e lengalengas; participar em atividades dramáticas e de role-play; ler e reproduzir histórias; realizar atividades para desenvolver a literacia, como trabalhar a rima, a sinonímia e antonímia; desenvolver e participar em projetos e atividades interdisciplinares

Desenvolver o aprender a aprender em contexto de sala de aula e aprender a regular o processo de aprendizagem

Discutir e selecionar objetivos de aprendizagem comuns e individuais; desenvolver uma atitude ativa, autónoma e perseverante perante a própria aprendizagem; monitorizar/avaliar progressos e dificuldades na língua inglesa; selecionar estratégias eficazes para superar dificuldades e consolidar aprendizagens; utilizar dicionários bilingues simples (online e em papel); utilizar os seus conhecimentos prévios da língua e a sua experiência pessoal para fazer previsões pertinentes e comunicar de forma simples em Inglês; participar numa reflexão e discussão no final da aula para identificar atividades associadas aos objetivos de aprendizagem e ao cumprimento dos mesmos; reconhecer diferentes estratégias de aprendizagem; realizar atividades simples de auto e heteroavaliação: portefólios, diários e gráficos de progressão de aprendizagem.

Português

Introdução

A definição do objeto e dos objetivos para o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa ao longo dos doze anos de escolaridade obrigatória tem em conta a realidade vasta e complexa que é uma língua e incorpora o conjunto das competências que são fundamentais para a realização pessoal e social de cada um e para o exercício de uma cidadania consciente e interventiva, em conformidade com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Assumir o português como objeto de estudo implica entender a língua como fator de realização, de comunicação, de fruição estética, de educação literária, de resolução de problemas e de pensamento crítico. É na interseção de diversas áreas que o ensino e a aprendizagem do português se constroem: produção e receção de textos (orais, escritos, multimodais), educação literária, conhecimento explícito da língua (estrutura e funcionamento). Cada uma delas, por si e em complementaridade, concorre para competências específicas associadas ao desenvolvimento de uma literacia mais compreensiva e inclusiva: uma participação segura nos «jogos de linguagem» que os falantes realizam ativando saberes de uma pluralidade de géneros textuais, em contextos que o digital tem vindo a ampliar; uma correta e adequada produção e uma apurada e crítica interpretação de textos; um conhecimento e uma fruição plena dos textos literários do património português e de literaturas de língua portuguesa, a formação consolidada de leitores, um adequado desenvolvimento da consciência linguística e um conhecimento explícito da estrutura, das regras e dos usos da língua portuguesa. Do todo daqui resultante emergem as aprendizagens essenciais da disciplina de Português.

Estas aprendizagens são essenciais para ler na íntegra uma obra literária, para compreender uma decisão jurídica, um poema épico ou um ensaio filosófico, para interpretar um discurso político, para inferir a intencionalidade comunicativa de um texto argumentativo, para mobilizar conscientemente regras linguísticas apropriadas a cada discurso que se produza, para conhecer explicitamente elementos, estruturas e princípios de funcionamento da própria língua, para rever e melhorar um texto produzido por si próprio ou por um colega, para preparar adequadamente uma intervenção num debate, para apresentar uma comunicação sobre uma questão científica ou tecnológica, para intervir com propriedade em qualquer discussão de ideias, para comunicar conhecimento e defender ideias, para ler e para escrever o seu mundo interior e o mundo em que os alunos se movimentam.

Ao longo do 2.º ciclo do ensino básico, a disciplina de Português permitirá aos alunos desenvolverem, em níveis progressivamente mais exigentes, as competências nucleares da língua em domínios específicos: a compreensão do oral, a expressão oral, a leitura, a educação literária, a expressão escrita e o conhecimento explícito sobre a língua. No final deste ciclo de ensino, no domínio da oralidade, os alunos deverão estar aptos não só a compreender formas complexas do oral (textos de géneros formais e públicos), por períodos prolongados, a identificar a intenção comunicativa do interlocutor informar, persuadir, mentir, troçar, seduzir, por exemplo) e a reter a informação relevante para poderem intervir de modo adequado na interação, mas também a revelar fluência e adequação da expressão oral em contextos formais de comunicação. No domínio da leitura, pretende-se que os alunos tenham adquirido fluência e eficácia na seleção de estratégias adequadas ao motivo pelo qual leem determinado texto ou obra, tendo em conta que estes deverão apresentar, neste nível de ensino, uma complexidade e uma dimensão que requeiram alguma persistência. No domínio da educação literária, pretende-se capacitar os alunos para a compreensão, a interpretação e a fruição de textos literários. Fazer da leitura um gosto e um hábito para a vida e encontrar nos livros motivação para ler e continuar a aprender dependem de experiências gratificantes de leitura, a desenvolver a partir de recursos e estratégias diversificados, que o Plano Nacional de Leitura (PNL) disponibiliza, e de percursos orientados de análise e de interpretação. Neste âmbito, é ainda fundamental que os alunos tenham atingido a capacidade de apreciar criticamente a dimensão estética dos textos literários, portugueses e estrangeiros, e o modo como manifestam experiências e valores. Este domínio abre possibilidade de convergência com a oralidade, a leitura, a escrita e a reflexão sobre a língua, visto que, sendo objeto o texto literário, nele se refletirão procedimentos de compreensão, análise, inferência, escrita e uso específico da língua. No domínio da escrita, é esperado que, no final do 2.º ciclo, os alunos tenham atingido o domínio de processos, estratégias, capacidades e conhecimentos para escrita de textos de diversos géneros com vista a uma diversidade de objetivos comunicativos, com organização discursiva adequada, diversidade e propriedade vocabular, correção linguística e correção ortográfica. O conhecimento gramatical dos alunos, no final deste ciclo de ensino, deverá estar sistematizado quanto aos aspetos básicos da estrutura e do funcionamento da língua.

Em concreto, no 5.º ano de escolaridade, a aula de Português estará orientada para o desenvolvimento da:

  • competência da oralidade (compreensão e expressão) com base em textos/discursos de géneros adequados a propósitos comunicativos como expor, narrar (recontar, contar) e defender uma opinião;
  • competência da leitura centrada predominantemente em textos orientados para informar, expor e/ou explicar (verbete de dicionário e de enciclopédia), para comunicar formalmente uma situação ou assunto (carta formal)e para relatar ou narrar;
  • educação literária com aquisição de conhecimento de aspetos específicos do texto narrativo, com progressiva autonomia no hábito de leitura de obras literárias e de apreciação estética;
  • competência da escrita que inclua saber descrever, elaborar uma narrativa com descrições (e eventualmente diálogo) e manifestar uma opinião fundamentada em argumentos válidos;
  • competência gramatical por meio de um progressivo conhecimento sobre aspetos básicos de diversos planos (fonológico, morfológico, das classes de palavras, sintático, semântico, textual-discursivo).
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
ORALIDADE
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreensão

Selecionar informação relevante em função dos objetivos de escuta e registá-la por meio de técnicas diversas.

Organizar a informação do texto e registá-la, por meio de técnicas diversas.

Controlar a produção discursiva a partir do feedback dos interlocutores.

Expressão

Preparar apresentações orais (exposição, reconto, tomada de posição) individualmente ou após discussão de diferentes pontos de vista.

Planificar e produzir textos orais com diferentes finalidades.

Intervir, com dúvidas e questões, em interações com diversos graus de formalidade, com respeito por regras de uso da palavra.

Captar e manter a atenção da audiência (postura corporal, expressão facial, clareza, volume e tom de voz).

Produzir um discurso com elementos de coesão adequados (concordância; tempos verbais; advérbios; variação das anáforas; uso de conectores frásicos e textuais mais frequentes).

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

compreensão de textos em diferentes suportes audiovisuais para

  • observação de situações que envolvam informar, expor, narrar, descrever;
  • identificação de informação explícita e dedução de informação implícita a partir de pistas textuais;
  • seleção de informação relevante para um determinado objetivo;
  • registo de informação relevante (por meio de desenho, de esquema, de reconto, de paráfrase);
  • análise de texto para distinção entre facto e opinião;
  • avaliação de discursos tendo em conta a adequação à situação de comunicação;

produção de discursos para apresentação à turma, por exemplo, com diferentes finalidades:

  • fazer apreciações de livros, de filmes, de discursos para, por exemplo, os recomendar aos colegas;
  • referir factos para sustentar uma opinião ou para identificar problemas a resolver;
  • narrar acontecimentos vividos ou imaginados;
  • descrever personagens, comportamentos, espaços;
  • expor trabalhos sobre temas disciplinares e interdisciplinares, realizados individualmente ou em grupo;
  • utilizar o resumo, a paráfrase, o relato, o reconto em apresentações orais sobre livros, filmes, músicas, por exemplo;

realização de percursos pedagógico-didáticos interdisciplinares, com Ciências Naturais, História e Geografia de Portugal, Matemática, Educação Física, Educação Visual, Educação Tecnológica, Educação Musical e Inglês.

 

Descritores do Perfil dos alunos

Comunicador (A, B, D, E, H)

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Organizador
LEITURA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Ler textos com características narrativas e expositivas, associados a finalidades lúdicas, estéticas e informativas.

Realizar leitura em voz alta, silenciosa e autónoma.

Explicitar o sentido global de um texto.

Fazer inferências, justificando-as.

Identificar tema(s), ideias principais e pontos de vista.

Reconhecer a forma como o texto está estruturado (partes e subpartes).

Compreender a utilização de recursos expressivos para a construção de sentido do texto.

Utilizar procedimentos de registo e tratamento de informação.

Analisar textos em função do género textual a que pertencem (estruturação e finalidade): verbete de enciclopédia, entrevista, anúncio publicitário, notícia e carta formal (em diversos suportes).

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

manipulação de unidades de sentido através de atividades que impliquem

  • reconstituir o texto a partir de pistas linguísticas e de conteúdo;
  • estabelecer relações intratextuais;
  • sublinhar, parafrasear, resumir partes de texto relevantes para a construção do sentido;

realização de diferentes tipos de leitura em voz alta (ler muito devagar, ler muito depressa, ler muito alto, ler murmurando, ler em coro, fazer leitura coletiva, leitura dramatizada, leitura expressiva) e silenciosa (por exemplo, leitura na pista de pormenores, leitura para localização de uma informação);

compreensão de textos através de atividades que impliquem

  • mobilizar experiências e saberes interdisciplinares;
  • localizar informação explícita;
  • extrair informação implícita a partir de pistas linguísticas;
  • inferir, deduzir informação a partir do texto;

aquisição de saberes relacionados com a organização do texto própria do género a que pertence (narrar, descrever, informar);

pesquisa e seleção de informação, com recurso à WEB;

monitorização da compreensão na leitura;

realização de percursos pedagógico-didáticos interdisciplinares, com Ciências Naturais, História e Geografia de Portugal, Matemática, Educação Física, Educação Visual, Educação Tecnológica, Educação Musical e Inglês. As aprendizagens essenciais destas disciplinas preveem capacidades de análise de texto, de registo e tomada de notas, seleção de informação pertinente a partir de análise de fontes escritas, por exemplo.

Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Leitor (A, B, C, D, F, H, I)

Organizador
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Ler integralmente textos literários de natureza narrativa, lírica e dramática (no mínimo, um livro infantojuvenil, quatro poemas, duas lendas, três contos de autor e um texto dramático - selecionados da literatura para a infância, de adaptações de clássicos e da tradição popular).

Interpretar o texto em função do género literário. Inferir o sentido conotativo de palavras e expressões.

Reconhecer a estrutura e os elementos constitutivos do texto narrativo: personagens, narrador, contexto temporal e espacial, ação.

Explicar recursos expressivos utilizados na construção dos textos literários (designadamente personificação, comparação).

Analisar o modo como os temas, as experiências e os valores são representados nas obras lidas e compará-lo com outras manifestações artísticas (música, pintura, escultura, cinema, etc.).

Valorizar a diversidade cultural patente nos textos.

Fazer declamações e representações teatrais.

Desenvolver um projeto de leitura que integre explicitação de objetivos de leitura pessoais e comparação de temas comuns em livros, em géneros e em manifestações artísticas diferentes (obras escolhidas em contrato de leitura com o(a) professor(a))

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

aquisição de saberes (noções elementares de géneros como contos de fadas, lengalengas, poemas) proporcionados por

  • escuta ativa de obras literárias e de textos de tradição popular;
  • leitura de narrativas e de poemas;

compreensão de narrativas literárias com base num percurso de leitura que implique

  • imaginar desenvolvimentos narrativos a partir da mobilização de experiências e vivências;
  • antecipar ações narrativas a partir de elementos do paratexto, sequências de descrição e de narração;
  • mobilizar conhecimentos sobre a língua e sobre o mundo para interpretar expressões e segmentos de texto;
  • justificar as interpretações;
  • questionar aspetos da narrativa;

criação de experiências de leitura (por exemplo, na biblioteca escolar) que impliquem

  • ler e ouvir ler;
  • fazer dramatizações, recontos, recriações;
  • exprimir reações subjetivas enquanto leitor;
  • motivar colegas para a leitura de livros;

realização de percursos pedagógico-didáticos interdisciplinares, com todas as disciplinas (Ciências Naturais, História e Geografia de Portugal, Matemática, Educação Física, Educação Visual, Educação Tecnológica, Educação Musical e Inglês).

Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Criativo (A, C, D, J)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Leitor (A, B, C, D, F, H, I)

Organizador
ESCRITA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Descrever pessoas, objetos e paisagens em função de diferentes finalidades e géneros textuais.

Planificar a escrita por meio do registo de ideias e da sua hierarquização.

Escrever textos organizados em parágrafos, de acordo com o género textual que convém à finalidade comunicativa.

Escrever com respeito pelas regras de ortografia e de pontuação.

Aperfeiçoar o texto depois de redigido.

Escrever textos de natureza narrativa integrando os elementos que circunscrevem o acontecimento, o tempo e o lugar, o desencadear da ação, o desenvolvimento e a conclusão, com recurso a vários conectores de tempo, de causa, de explicação e de contraste

Escrever textos em que se defenda uma posição com argumentos e conclusão coerentes, individualmente ou após discussão de diferentes pontos de vista.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • desenvolvimento e consolidação de conhecimento relacionado com o alfabeto e com as regras de ortografia, ao nível da correspondência grafema-fonema e da utilização dos sinais de escrita (diacríticos, incluindo os acentos; sinais gráficos; sinais de pontuação e sinais auxiliares de escrita);
  • consciencialização da existência de diferentes modos de organizar um texto, tendo em conta finalidades como narrar, descrever, informar;
  • modificação textual com recurso à manipulação de frases e de segmentos textuais (expansão, redução, paráfrase), bem como à alteração de perspetiva ou descrição de personagens, por exemplo;
  • planificação, textualização e revisão de textos curtos escritos pelos alunos, com posterior divulgação;
  • revisão (em função dos objetivos iniciais e da coerência e coesão do texto) e aperfeiçoamento textual, com recurso a auto e a heteroavaliação;
  • realização de percursos pedagógico-didáticos interdisciplinares, com Ciências Naturais, História e Geografia de Portugal, Matemática, Educação Física, Educação Visual, Educação Tecnológica, Educação Musical e Inglês. As aprendizagens essenciais destas disciplinas preveem capacidades de organização de sumários, de registos de observações, de relatórios, de criação de campanhas de sensibilização, de criação textual, por exemplo.
Descritores do Perfil dos alunos

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Organizador
GRAMÁTICA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar a classe das palavras: verbo principal (transitivo e intransitivo) e verbo auxiliar, advérbio, conjunção.

Conjugar verbos regulares e irregulares no pretérito mais-que-perfeito (simples e composto) do modo indicativo.

Identificar o particípio passado e o gerúndio dos verbos. Sistematizar processos de formação do feminino dos nomes e adjetivos.

Sistematizar a flexão nominal e adjetival quanto ao número.

Identificar os constituintes da frase com as seguintes funções sintáticas: sujeito (simples e composto), vocativo, predicado; complemento (direto e indireto).

Distinguir frases simples de frases complexas.

Empregar, de modo intencional e adequado, conectores com valor de tempo, de causa, de explicação e de contraste.

Analisar palavras a partir dos seus elementos constitutivos (base, radical e afixos), com diversas finalidades (deduzir significados, integrar na classe gramatical, formar famílias de palavras).

Compreender a composição como processo de formação de palavras.

Explicitar regras de utilização dos sinais de pontuação.

Mobilizar formas de tratamento mais usuais no relacionamento interpessoal, em diversos contextos de formalidade

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

exercitação e observação de construções frásicas e textuais em que seja possível

  • expandir, ampliar, associar elementos;
  • modificar, fazer variar, registar alterações;
  • substituir elementos e estruturas;
  • explicitar regras.

Apropriação de/utilização de critérios semânticos, sintáticos e morfológicos para identificar a classe das palavras;

consolidação de conhecimento sobre regras de flexão de verbos regulares e irregulares, classes e subclasses de palavras, processos de formação de palavras por derivação;

explicitação do modo como a unidade frase se organiza, por meio de atividades que impliquem

  • identificação de constituintes da frase e respetivas funções sintáticas;

descoberta do funcionamento da frase complexa por meio de atividades de manipulação de dados para

  • distinção entre frase simples e complexa; realização de atividades interpessoais envolvendo o uso de formas de tratamento adequadas a diferentes situações.
Descritores do Perfil dos alunos

Questionador (A, F, G, I, J)

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Educação Moral e Religiosa Católica

Introdução

As Aprendizagens Essenciais da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) foram definidas tendo por base os documentos curriculares em vigor, nomeadamente o Programa, as Metas Curriculares, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, e ainda os Referenciais de Educação, tais como o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, o Referencial de Educação para o Desenvolvimento e o Referencial para a Dimensão Europeia da Educação. Com efeito, as preocupações contidas nestes documentos, bem como o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, transversais à sociedade e de pleno encontro às finalidades de uma formação integral da pessoa, como se pretende no âmbito da Educação Cristã, não poderiam deixar de estar presentes nos documentos produzidos para o ensino-aprendizagem desta disciplina. Assim APRENDIZAGENS ESSENCIAIS | ARTICULAÇÃO COM O PERFIL DOS ALUNOS 1.º ANO | 1.º CICLO | EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA PÁG. 2 sendo, as Aprendizagens Essenciais levarão a uma maior agilidade na construção dos conhecimentos, das capacidades e das atitudes, por parte dos vários intervenientes no processo ensino-aprendizagem.

Na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica a organização curricular desenvolve-se em espiral, onde os mesmos conhecimentos, capacidades e atitudes são desenvolvidos com maior profundidade ao longo do tempo de forma a transformar as representações mentais, as competências e as atitudes na medida em que a capacidade de cognição dos alunos evolua. Esta organização curricular, defendida por Jerome Bruner, possibilita atender à especificidade facultativa da disciplina e permite aos alunos que frequentam a disciplina de forma descontínua atingir os conhecimentos, capacidades e atitudes previstas no currículo deste ano letivo. Esta sequência de unidades letivas, abordadas em consonância com a faixa etária e capacidade reflexiva, pretende levar os alunos à estruturação do agir ético e moral, a partir da visão cristã da vida e da experiência religiosa, tornando possível que progridam de forma equilibrada à plenitude do humano.

No que respeita ao 1.º ano de escolaridade, as Aprendizagens Essenciais definidas incidem no valor da vida e da bondade da pessoa, na importância da família, na vivência e simbologia do Natal e no respeito pela vida na Terra.

Numa perspetiva intradisciplinar verificam-se as seguintes possibilidades de articulação:

1.º ano/Unidade Letiva Ciclo de Ensino Ano/Unidade Letiva
UL 1 – Ter um Coração Bondoso 2.º ciclo 5.º ano – Unidade Letiva 1 – Viver Juntos
UL 2 – Jesus Nasceu 2.º ciclo 5.º ano - Unidade Letiva 2 – Advento e Natal
UL 3 – Crescer em Família 2.º ciclo 5.º ano - Unidade Letiva 3 – A Família, Comunidade de Amor
3.º ciclo 7.º ano - Unidade Letiva 3 - Riqueza e sentido dos Afetos 8.º ano - Unidade Letiva 1 - O Amor Humano
UL 4 – Cuidar da Natureza 2.º ciclo 6.º ano - Unidade Letiva 3 - A partilha do Pão
3.º ciclo 8.º ano - Unidade Letiva 4 – Ecologia e Valores

Para além das Aprendizagens Essenciais identificadas para cada unidade letiva do Programa de EMRC, ao longo do 1.º ano de escolaridade, o aluno deve desenvolver um conjunto de competências transversais a outras disciplinas e anos de escolaridade:

Interpretar informação, planear e conduzir pesquisas (A; B; C; D;I);

Colaborar em diferentes contextos comunicativos, utilizando ferramentas analógicas e digitais (A; B; C; D; E; H; I);

Comunicar adequadamente as suas ideias, através da utilização de linguagens diferentes, (oral, escrita, gráfica) fundamentando-as e argumentando face às ideias dos outros (A; B; C; D; E; F; G; I);

Relacionar sempre que possível as aprendizagens de EMRC com as aprendizagens das outras outras disciplinas valorizando um Património de conhecimento comum que se reflete na história dos Povos e no uso dos Valores nas relações humanas (A; B; C; D; E; F; G; H, I;J);

Promover o respeito pelas diferentes culturas, a justiça, a igualdade e o bem comum (A; B; C; D; E; F; G; H; I);

Estabelecer consigo próprio e com os outros, uma relação harmoniosa e salutar (A; C; E; F; G; J).

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
TER UM CORAÇÃO BONDOSO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar situações em que a vida é bela e boa; (CD)

Valorizar as relações de amizade com os outros; (CD)

Indicar comportamentos que denotam bondade na relação interpessoal; (P)

Compreender que cuidar uns dos outros faz a vida melhor. (CD)

Prestar ajuda a quem mais precisa, como Jesus; (CD)

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimentos, informação e outros saberes relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • objetividade nos conhecimentos a adquirir;
  • seleção de informação adequada;
  • análise de factos identificando os seus elementos;
  • estabelecer a interdisciplinaridade.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um acontecimento;
  • imaginar alternativas a uma situação-problema;
  • criar soluções estéticas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, nomeadamente em:

  • abordar conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos/factos com diferentes pontos de vista;
  • analisar situações, factos, identificando os seus elementos, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa com autonomia progressiva;
  • curiosidade na procura e aprofundamento de informação.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • apresentar pontos de vista diferentes;
  • analisar perspetivas distintas sobre determinados factos tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais.

Promover estratégias que envolvam:

  • tarefas simples;
  • tarefas de planificação e de revisão;
  • organização do registo de observação;
  • observação de esquemas.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar um facto/acontecimento;
  • organizar questões para os colegas;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento simples.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • se autoanalisar;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações dos seus colegas;
  • apoiar situações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • o assumir responsabilidades adequadas ao que lhe for solicitado;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização e atividades de entreajuda;
  • a inclusão da opinião dos pares para melhoria e aprofundamento de saberes;
  • à promoção da entreajuda.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, E, I)

Criativo (A, C, D, I)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (B, D, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, D, F, G, I)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
JESUS NASCEU
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar os símbolos cristãos do Natal; (Exp. Art.)

Conhecer, através dos relatos bíblicos, o nascimento de Jesus; (P)

Descrever as tradições de Natal; (P; Exp. Art.)

Reconhecer que Jesus nos ensina a ser bondosos. (CD)

Organizador
CRESCER EM FAMÍLIA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Perceber a importância da família, tendo como referência a Família de Nazaré; (CD)

Reconhecer que a família, como comunidade de amor, acolhe os mais velhos e mais frágeis; (CD;P; Exp. Art.)

Colaborar na vida familiar. (CD;P)

Organizador
CUIDAR DA NATUREZA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Descobrir a beleza e a diversidade da vida na Terra; (Est. Meio; Exp. Art.)

Identificar a Terra como a nossa casa comum; (Est. Meio)

Reconhecer Deus, na mensagem cristã, como o Criador (Exp. Art.);

Promover atitudes de defesa da vida na Terra. (Est. Meio; P)