Ciências Naturais

Introdução

No 3.º ciclo do ensino básico, a disciplina de Ciências Naturais visa aprofundar as temáticas abordadas no 2.º ciclo, bem como despertar nos alunos a curiosidade acerca do mundo natural e o interesse pela Ciência. Com esta disciplina pretende se igualmente desenvolver uma compreensão geral e abrangente das principais ideias e estruturas explicativas das Ciências da Terra e da Vida, de aspetos da História e da Natureza da Ciência, de procedimentos da investigação científica, bem como questionar o comportamento humano perante o mundo e o impacto da ciência e da tecnologia no ambiente e nos seres vivos.

Ao longo do 3.º ciclo do ensino básico, os três temas —Terra em Transformação (7.º ano de escolaridade), Terra - um planeta com vida (8.º ano de escolaridade) e Viver melhor na Terra (9.º ano de escolaridade) — constituem-se como pilares de fundamentação para a compreensão das Ciências da Terra e da Vida. Assim, no 7.º ano de escolaridade espera-se que os alunos adquiram uma visão global sobre a Terra, através da abordagem das dinâmicas geológicas numa perspetiva multidimensional e interdisciplinar. No 8.º ano de escolaridade abordam-se aspetos relacionados com as condições necessárias para a existência de vida na Terra, exploram-se as dinâmicas entre os subsistemas terrestres, permitindo uma interpretação científica plural e inacabada da evolução da vida no planeta e um reconhecimento da importância dos saberes científicos na promoção da sustentabilidade do planeta Terra. No 9.º ano de escolaridade procura-se que o aluno adquira uma visão global sobre o corpo humano e sobre o modo como o conhecimento integrado do seu funcionamento permite ao Homem viver com melhor qualidade de vida.

Tendo em conta que esta é uma disciplina da escolaridade básica, pretende-se com a abordagem destas temáticas alargar os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos o acesso a produtos da ciência relevantes e aos seus processos, através da compreensão dos limites e das potencialidades da ciência e das suas aplicações tecnológicas na sociedade. Por outro lado, procura-se que os alunos tomem consciência do impacto da intervenção humana na Terra e da necessidade de adoção de comportamentos de cidadania ativa e justa, coerentes com um desenvolvimento sustentável.

Enfatizando a relevância da ciência nas questões do dia a dia e a sua aplicação na tecnologia, na sociedade e no ambiente, o ensino das Ciências Naturais, contextualizado em situações reais e atuais de onde podem emergir questões-problema orientadoras das aprendizagens, dá um particular contributo para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais transversais (AET). Estas devem ser entendidas como orientadoras dos processos de tomada de decisão didática necessárias para a concretização das aprendizagens essenciais elencadas por domínio (AED), em concreto ao nível do “Raciocínio e resolução de problemas”, do “Pensamento crítico e pensamento criativo”, do “Saber científico, técnico e tecnológico” e do “Bem estar, saúde e ambiente”, contribuindo para o desenvolvimento do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). As temáticas abordadas na disciplina de Ciências Naturais constituem-se, também, como um campo privilegiado para a realização de trabalho de projeto e de trabalho colaborativo, permitindo o desenvolvimento de aprendizagens interdisciplinares elencadas no domínio do “Relacionamento interpessoal” e do “Desenvolvimento e autonomia pessoal”. A dimensão interdisciplinar constitui-se como essencial na concretização das AED desta disciplina, permitindo a rentabilização de contextos de aprendizagem e requerendo uma concertação de decisões pedagógicas. As estratégias de ensino devem ser selecionadas de forma intencional e integrada, tendo em conta as aprendizagens essenciais da disciplina (AET e AED) em cada ano de escolaridade e as áreas de competências que se pretendem desenvolver do PA. A concretização das AET requer que o professor tenha em conta:

  1. o nível de aprofundamento dos conceitos, devendo ser considerados os contextos dos alunos e das escolas, valorizadas as questões de âmbito local, nacional e global, as situações do dia a dia e as controvérsias sociais em torno de aplicações científicas e/ou tecnológicas;
  2. os processos de ensino centrados nos alunos para que estes se assumam como agentes ativos na construção do seu próprio conhecimento, pesquisando e organizando informação, analisando e interpretando dados, planificando e executando atividades práticas;
  3. a natureza da ciência, procurando, sempre que possível, adotar estratégias que evidenciem o processo de construção do conhecimento científico explorando as inter-relações entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente (CTSA);
  4. as atividades práticas devem ser valorizadas e consideradas como parte integrante e fundamental dos processos de ensino e de aprendizagem em todas as temáticas.

A avaliação das aprendizagens deve assumir um caráter essencialmente formativo e contínuo, para que o aluno tome consciência não só das suas potencialidades, mas também das suas dificuldades e procure ultrapassá-las através de uma reflexão sistemática baseada no feedback do professor. A avaliação deve incidir não apenas nos produtos, mas também nos processos de aprendizagem, funcionando como mecanismo de autoavaliação consciente para o aluno e como mecanismo de autorregulação do ensino para o professor. As tarefas e instrumentos de avaliação devem atender ao tipo de atividades de aprendizagem desenvolvidas e, ainda, ter em conta a situação de cada aluno, nomeadamente fatores de caráter individual e social.

As Aprendizagens Essenciais (AE) têm como referente os documentos curriculares em vigor, constituindo-se como as aprendizagens indispensáveis à construção significativa do conhecimento, bem como ao desenvolvimento de processos cognitivos e atitudes particularmente associados à ciência. Foram elaboradas tendo por referência uma escolaridade obrigatória de 12 anos, com a preocupação de dar aos alunos instrumentos para o prosseguimento de estudos, mas pensando igualmente que, para muitos, o 9.º ano de escolaridade representa o fim do contacto com a disciplina de Ciências Naturais. Neste sentido, visam proporcionar o desenvolvimento de competências que lhes permitam intervir de forma esclarecida em questões técnico-científicas que se colocam na sociedade atual, enquanto cidadãos ativos, bem como o interesse e a curiosidade pela ciência numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida.

A leitura deste documento pode ser feita sequencialmente, respeitando os temas e o respetivo desenvolvimento programático, e deve ter sempre presente a necessária articulação com o PA. No entanto, esta sequência pode ser alterada de acordo com a gestão curricular efetuada pelos professores, tendo em conta interesses locais, a atualidade de algumas temáticas e as características dos alunos. Esta organização pode facilitar as opções de gestão curricular não só ao nível da disciplina de Ciências Naturais como também na concretização da interdisciplinaridade.

Na disciplina de Ciências Naturais, no 7.º ano de escolaridade, abordam-se temáticas relacionadas com as transformações que têm ocorrido no planeta Terra ao longo do tempo geológico e contribuem para a educação científica dos alunos, ajudando-os a:

  1. compreender os fenómenos e os processos que estão associados às dinâmicas externa e interna da Terra;
  2. explorar a estrutura da Terra e as consequências da sua dinâmica interna;
  3. planear e implementar investigações práticas, baseadas na observação sistemática, na modelação e no trabalho laboratorial/experimental, para dar resposta a problemas relacionados com as dinâmicas do planeta Terra e com as evidências que ajudam a contar a sua história;
  4. assumir atitudes e valores que valorizem o contributo da geologia para a sustentabilidade da vida na Terra.

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS TRANSVERSAIS

  • Selecionar e organizar informação, a partir de fontes diversas e de forma cada vez mais autónoma, valorizando a utilização de tecnologias digitais e integrando saberes prévios para construir novos conhecimentos.
  • Construir explicações científicas baseadas em conceitos e evidências científicas, obtidas através da realização de atividades práticas diversificadas – laboratoriais, experimentais, de campo – e planeadas para procurar responder a problemas formulados.
  • Construir modelos que permitam a representação e o estudo de estruturas, de sistemas e das suas transformações.
  • Reconhecer que a ciência é uma atividade humana com objetivos, procedimentos próprios, através da exploração de acontecimentos, atuais e/ou históricos, que documentam a sua natureza.
  • Aplicar as competências desenvolvidas em problemáticas atuais e em novos contextos.
  • Formular e comunicar opiniões críticas, cientificamente fundamentadas e relacionadas com a CTSA.
  • Articular saberes de diferentes disciplinas para aprofundar temáticas abordadas em Ciências Naturais.
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
TERRA, UM PLANETA COM VIDA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicar as principais condições da Terra que permitiram o desenvolvimento e a manutenção da vida, articulando com saberes de outras disciplinas (ex.: Ciências FísicoQuímicas).

Interpretar gráficos da evolução da temperatura e do dióxido de carbono atmosférico ao longo do tempo geológico.

Relacionar a influência dos seres vivos com a evolução da atmosfera terrestre e o efeito de estufa na Terra.

Distinguir o sistema Terra dos seus subsistemas, identificando as potencialidades dos mesmos na geração da vida na Terra.

Analisar criticamente o papel das rochas e do solo na existência de vida no meio terrestre e dos subsistemas na manutenção da vida.

Distinguir células eucarióticas de células procarióticas em observações microscópicas.

Reconhecer a célula como unidade básica dos seres vivos, identificando os principais constituintes das células eucarióticas.

Distinguir os níveis de organização biológica dos seres vivos e dos ecossistemas.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um fenómeno ou evento;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, texto ou solução face a um desafio;
  • analisar textos ou outros suportes com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, imagens);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos, rebater os contra-argumentos);
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análise de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos com diferentes pontos de vista;
  • confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças, consistência interna;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e ou maneira de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • registo seletivo;
  • organização (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de planos gerais, esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • realizar autoanálise;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • a apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
SUSTENTABILIDADE NA TERRA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Caracterizar um ecossistema na zona envolvente da escola (níveis de organização biológica, biodiversidade) a partir de dados recolhidos no campo.

Relacionar os fatores abióticos - luz, água, solo, temperatura – com a sua influência nos ecossistemas, apresentando exemplos de adaptações dos seres vivos a esses fatores e articulando com saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia).

Interpretar a influência de alguns fatores abióticos nos ecossistemas, em geral, e aplicá-la em exemplos da região envolvente da escola.

Distinguir interações intraespecíficas de interações interespecíficas e explicitar diferentes tipos de relações bióticas.

Interpretar informação relativa a dinâmicas populacionais decorrentes de relações bióticas, avaliando as suas consequências nos ecossistemas.

Sistematizar cadeias tróficas de ambientes aquáticos e terrestres predominantes na região envolvente da escola, indicando formas de transferência de energia.

Interpretar cadeias tróficas, partindo de diferentes exemplos de teias alimentares.

Analisar criticamente exemplos de impactes da ação humana que condicionem as teias alimentares, discutindo medidas de minimização dos mesmos nos ecossistemas.

Explicar o modo como as atividades dos seres vivos (alimentação, respiração, fotossíntese) interferem nos ciclos de matéria e promovem a sua reciclagem nos ecossistemas.

Interpretar as principais fases dos ciclos da água, do carbono e do oxigénio, com base em informação diversificada (notícias, esquemas, gráficos, imagens) e valorizando saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia e Ciências Físico-Químicas).

Analisar criticamente exemplos teoricamente enquadrados acerca do modo como a ação humana pode interferir nos ciclos de matéria e afetar os ecossistemas.

Caracterizar as fases de uma sucessão ecológica em documentos diversificados sobre sucessões ecológicas primárias e secundárias.

Discutir causas e consequências da alteração dos ecossistemas, justificando a importância do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas e do modo como a sua gestão pode contribuir para alcançar as metas de um desenvolvimento sustentável.

Discutir opções para a conservação dos ecossistemas e o seu contributo para as necessidades humanas, bem como a importância da ciência e da tecnologia na sua conservação.

Distinguir catástrofes de origem natural de catástrofe de origem antrópica, identificando as causas das principais catástrofes de origem antrópica e valorizando saberes de outras disciplinas (ex.: Geografia).

Explicar o modo como a poluição, a desflorestação, os incêndios e as invasões biológicas podem afetar os ecossistemas.

Interpretar a influência de alguns agentes poluentes nos ecossistemas, partindo de problemáticas locais ou regionais e analisando criticamente os resultados obtidos.

Discutir medidas que diminuam os impactes das catástrofes de origem natural e de origem antrópica nos ecossistemas, em geral, e nos ecossistemas da zona envolvente da escola, em particular.

Distinguir recursos energéticos de recursos não energéticos e recursos renováveis de recursos não renováveis.

Caracterizar diferentes formas de exploração dos recursos naturais, indicando as principais transformações dos recursos naturais.

Discutir os impactes da exploração/transformação dos recursos naturais e propor medidas de redução dos mesmos e de promoção da sua sustentabilidade.

Relacionar o papel dos instrumentos de ordenamento e gestão do território com a proteção e a conservação da Natureza.

Sistematizar informação relativa a Áreas Protegidas em Portugal e no mundo, explicitando medidas de proteção e de conservação das mesmas.

Identificar algumas associações e organismos públicos de proteção e conservação da Natureza existentes em Portugal.

Explicar a importância da recolha, do tratamento e da gestão sustentável de resíduos e propor medidas de redução de riscos e de minimização de danos na contaminação da água procedente da ação humana.

Relacionar a gestão de resíduos e da água com a promoção de um desenvolvimento sustentável.

Analisar criticamente os impactes ambientais, sociais e éticos de casos de desenvolvimento científico e tecnológico no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida das populações humanas.

Ciências Naturais

Introdução

No 3.º ciclo do ensino básico, a disciplina de Ciências Naturais visa aprofundar as temáticas abordadas no 2.º ciclo, bem como despertar nos alunos a curiosidade acerca do mundo natural e o interesse pela Ciência. Com esta disciplina pretende se igualmente desenvolver uma compreensão geral e abrangente das principais ideias e estruturas explicativas das Ciências da Terra e da Vida, de aspetos da História e da Natureza da Ciência, de procedimentos da investigação científica, bem como questionar o comportamento humano perante o mundo e o impacto da ciência e da tecnologia no ambiente e nos seres vivos.

Ao longo do 3.º ciclo do ensino básico, os três temas —Terra em Transformação (7.º ano de escolaridade), Terra - um planeta com vida (8.º ano de escolaridade) e Viver melhor na Terra (9.º ano de escolaridade) — constituem-se como pilares de fundamentação para a compreensão das Ciências da Terra e da Vida. Assim, no 7.º ano de escolaridade espera-se que os alunos adquiram uma visão global sobre a Terra, através da abordagem das dinâmicas geológicas numa perspetiva multidimensional e interdisciplinar. No 8.º ano de escolaridade abordam-se aspetos relacionados com as condições necessárias para a existência de vida na Terra, exploram-se as dinâmicas entre os subsistemas terrestres, permitindo uma interpretação científica plural e inacabada da evolução da vida no planeta e um reconhecimento da importância dos saberes científicos na promoção da sustentabilidade do planeta Terra. No 9.º ano de escolaridade procura-se que o aluno adquira uma visão global sobre o corpo humano e sobre o modo como o conhecimento integrado do seu funcionamento permite ao Homem viver com melhor qualidade de vida.

Tendo em conta que esta é uma disciplina da escolaridade básica, pretende-se com a abordagem destas temáticas alargar os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos o acesso a produtos da ciência relevantes e aos seus processos, através da compreensão dos limites e das potencialidades da ciência e das suas aplicações tecnológicas na sociedade. Por outro lado, procura-se que os alunos tomem consciência do impacto da intervenção humana na Terra e da necessidade de adoção de comportamentos de cidadania ativa e justa, coerentes com um desenvolvimento sustentável.

Enfatizando a relevância da ciência nas questões do dia a dia e a sua aplicação na tecnologia, na sociedade e no ambiente, o ensino das Ciências Naturais, contextualizado em situações reais e atuais de onde podem emergir questões-problema orientadoras das aprendizagens, dá um particular contributo para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais transversais (AET). Estas devem ser entendidas como orientadoras dos processos de tomada de decisão didática necessárias para a concretização das aprendizagens essenciais elencadas por domínio (AED), em concreto ao nível do “Raciocínio e resolução de problemas”, do “Pensamento crítico e pensamento criativo”, do “Saber científico, técnico e tecnológico” e do “Bem estar, saúde e ambiente”, contribuindo para o desenvolvimento do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). As temáticas abordadas na disciplina de Ciências Naturais constituem-se, também, como um campo privilegiado para a realização de trabalho de projeto e de trabalho colaborativo, permitindo o desenvolvimento de aprendizagens interdisciplinares elencadas no domínio do “Relacionamento interpessoal” e do “Desenvolvimento e autonomia pessoal”. A dimensão interdisciplinar constitui-se como essencial na concretização das AED desta disciplina, permitindo a rentabilização de contextos de aprendizagem e requerendo uma concertação de decisões pedagógicas. As estratégias de ensino devem ser selecionadas de forma intencional e integrada, tendo em conta as aprendizagens essenciais da disciplina (AET e AED) em cada ano de escolaridade e as áreas de competências que se pretendem desenvolver do PA. A concretização das AET requer que o professor tenha em conta:

  1. o nível de aprofundamento dos conceitos, devendo ser considerados os contextos dos alunos e das escolas, valorizadas as questões de âmbito local, nacional e global, as situações do dia a dia e as controvérsias sociais em torno de aplicações científicas e/ou tecnológicas;
  2. os processos de ensino centrados nos alunos para que estes se assumam como agentes ativos na construção do seu próprio conhecimento, pesquisando e organizando informação, analisando e interpretando dados, planificando e executando atividades práticas;
  3. a natureza da ciência, procurando, sempre que possível, adotar estratégias que evidenciem o processo de construção do conhecimento científico explorando as inter-relações entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente (CTSA);
  4. as atividades práticas devem ser valorizadas e consideradas como parte integrante e fundamental dos processos de ensino e de aprendizagem em todas as temáticas.

A avaliação das aprendizagens deve assumir um caráter essencialmente formativo e contínuo, para que o aluno tome consciência não só das suas potencialidades, mas também das suas dificuldades e procure ultrapassá-las através de uma reflexão sistemática baseada no feedback do professor. A avaliação deve incidir não apenas nos produtos, mas também nos processos de aprendizagem, funcionando como mecanismo de autoavaliação consciente para o aluno e como mecanismo de autorregulação do ensino para o professor. As tarefas e instrumentos de avaliação devem atender ao tipo de atividades de aprendizagem desenvolvidas e, ainda, ter em conta a situação de cada aluno, nomeadamente fatores de caráter individual e social.

As Aprendizagens Essenciais (AE) têm como referente os documentos curriculares em vigor, constituindo-se como as aprendizagens indispensáveis à construção significativa do conhecimento, bem como ao desenvolvimento de processos cognitivos e atitudes particularmente associados à ciência. Foram elaboradas tendo por referência uma escolaridade obrigatória de 12 anos, com a preocupação de dar aos alunos instrumentos para o prosseguimento de estudos, mas pensando igualmente que, para muitos, o 9.º ano de escolaridade representa o fim do contacto com a disciplina de Ciências Naturais. Neste sentido, visam proporcionar o desenvolvimento de competências que lhes permitam intervir de forma esclarecida em questões técnico-científicas que se colocam na sociedade atual, enquanto cidadãos ativos, bem como o interesse e a curiosidade pela ciência numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida.

A leitura deste documento pode ser feita sequencialmente, respeitando os temas e o respetivo desenvolvimento programático, e deve ter sempre presente a necessária articulação com o PA. No entanto, esta sequência pode ser alterada de acordo com a gestão curricular efetuada pelos professores, tendo em conta interesses locais, a atualidade de algumas temáticas e as características dos alunos. Esta organização pode facilitar as opções de gestão curricular não só ao nível da disciplina de Ciências Naturais como também na concretização da interdisciplinaridade.

Na disciplina de Ciências Naturais, no 7.º ano de escolaridade, abordam-se temáticas relacionadas com as transformações que têm ocorrido no planeta Terra ao longo do tempo geológico e contribuem para a educação científica dos alunos, ajudando-os a:

  1. compreender os fenómenos e os processos que estão associados às dinâmicas externa e interna da Terra;
  2. explorar a estrutura da Terra e as consequências da sua dinâmica interna;
  3. planear e implementar investigações práticas, baseadas na observação sistemática, na modelação e no trabalho laboratorial/experimental, para dar resposta a problemas relacionados com as dinâmicas do planeta Terra e com as evidências que ajudam a contar a sua história;
  4. assumir atitudes e valores que valorizem o contributo da geologia para a sustentabilidade da vida na Terra.

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS TRANSVERSAIS

  • Selecionar e organizar informação, a partir de fontes diversas e de forma cada vez mais autónoma, valorizando a utilização de tecnologias digitais e integrando saberes prévios para construir novos conhecimentos.
  • Construir explicações científicas baseadas em conceitos e evidências científicas, obtidas através da realização de atividades práticas diversificadas – laboratoriais, experimentais, de campo – e planeadas para procurar responder a problemas formulados.
  • Construir modelos que permitam a representação e o estudo de estruturas, de sistemas e das suas transformações.
  • Reconhecer que a ciência é uma atividade humana com objetivos, procedimentos próprios, através da exploração de acontecimentos, atuais e/ou históricos, que documentam a sua natureza.
  • Aplicar as competências desenvolvidas em problemáticas atuais e em novos contextos.
  • Formular e comunicar opiniões críticas, cientificamente fundamentadas e relacionadas com a CTSA.
  • Articular saberes de diferentes disciplinas para aprofundar temáticas abordadas em Ciências Naturais.
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
TERRA EM TRANSFORMAÇÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Subtema: Dinâmica externa da Terra

Caracterizar a paisagem envolvente da escola (rochas dominantes, relevo), a partir de dados recolhidos no campo. Identificar alguns minerais (biotite, calcite, feldspato, moscovite, olivina, quartzo), em amostras de mão de rochas e de minerais.

Relacionar a ação de agentes de geodinâmica externa (água, vento e seres vivos) com a modelação de diferentes paisagens, privilegiando o contexto português. Interpretar modelos que evidenciem a dinâmica de um curso de água (transporte e deposição de materiais), relacionando as observações efetuadas com problemáticas locais ou regionais de cariz CTSA.

Explicar processos envolvidos na formação de rochas sedimentares (sedimentogénese e diagénese) apresentados em suportes diversificados (esquemas, figuras, textos).

Distinguir rochas detríticas, de quimiogénicas e de biogénicas em amostras de mão.

Subtema: Estrutura e dinâmica interna da Terra

Sistematizar informação sobre a Teoria da Deriva Continental, explicitando os argumentos que a apoiaram e que a fragilizaram, tendo em conta o seu contexto histórico.

Caracterizar a morfologia dos fundos oceânicos, relacionando a idade e o paleomagnetismo das rochas que os constituem com a distância ao eixo da dorsal médio-oceânica.

Relacionar a expansão e a destruição dos fundos oceânicos com a Teoria da Tectónica de Placas (limites entre placas) e com a constância do volume e da massa da Terra.

Explicar a deformação das rochas (dobras e falhas), tendo em conta o comportamento dos materiais (dúctil e frágil) e o tipo de forças a que são sujeitos, relacionando-as com a formação de cadeias montanhosas.

Subtema: Consequências da dinâmica interna da Terra

Identificar os principais aspetos de uma atividade vulcânica, em esquemas ou modelos, e estabelecendo as possíveis analogias com o contexto real em que os fenómenos acontecem.

Relacionar os diferentes tipos de edifícios vulcânicos com as características do magma e o tipo de atividade vulcânica que lhes deu origem.

Identificar vantagens e desvantagens do vulcanismo principal e secundário para as populações locais, bem como os contributos da ciência e da tecnologia para a sua previsão e minimização de riscos associados.

Distinguir rochas magmáticas (granito e basalto) de rochas metamórficas (xistos, mármores e quartzitos), relacionando as suas características com a sua génese.

Identificar aspetos característicos de paisagens magmáticas e metamórficas, relacionando-os com o tipo de rochas presentes e as dinâmicas a que foram sujeitas após a sua formação.

Interpretar informação relativa ao ciclo das rochas, integrando conhecimentos sobre rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas e relacionando-os com as dinâmicas interna e externa da Terra.

Identificar os principais grupos de rochas existentes em Portugal em cartas geológicas simplificadas e reconhecer a importância do contributo de outras ciências para a compreensão do conhecimento geológico.

Relacionar algumas características das rochas e a sua ocorrência com a forma como o Homem as utiliza, a partir de dados recolhidos no campo.

Analisar criticamente a importância da ciência e da tecnologia na exploração sustentável dos recursos litológicos, partindo de exemplos teoricamente enquadrados em problemáticas locais, regionais, nacionais ou globais.

Distinguir hipocentro de epicentro sísmico e intensidade de magnitude sísmica.

Distinguir a Escala de Richter da Escala Macrossísmica Europeia.

Interpretar sismogramas e cartas de isossistas nacionais, valorizando o seu papel na identificação do risco sísmico de uma região.

Discutir medidas de proteção de bens e de pessoas, antes, durante e após um sismo, bem como a importância da ciência e da tecnologia na previsão sísmica.

Explicar a distribuição dos sismos e dos vulcões no planeta Terra, tendo em conta os limites das placas tectónicas.

Relacionar os fenómenos vulcânicos e sísmicos com os métodos diretos e indiretos e com a sua importância para o conhecimento da estrutura interna da Terra, explicitando os contributos da ciência e da tecnologia para esse conhecimento.

Subtema: A Terra conta a sua história

Identificar as principais etapas da formação de fósseis e estabelecer as possíveis analogias entre as mesmas e o contexto real em que os fenómenos acontecem.

Explicar o contributo do estudo dos fósseis e dos processos de fossilização para a reconstituição da história da vida na Terra.

Distinguir tempo histórico de tempo geológico em documentos diversificados, valorizando saberes de outras disciplinas (ex.: História).

Explicitar os princípios do raciocínio geológico e de datação relativa e reconhecer a sua importância para a caracterização das principais etapas da história da Terra (eras geológicas).

Subtema: Ciência geológica e sustentabilidade da vida na Terra

Relacionar o ambiente geológico com a saúde e a ocorrência de doenças nas pessoas, nos animais e nas plantas que vivem nesse ambiente, partindo de questões problemáticas locais, regionais ou nacionais.

Explicitar a importância do conhecimento geológico para a sustentabilidade da vida na Terra.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas à compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um fenómeno ou evento;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, texto ou solução face a um desafio;
  • analisar textos ou outros suportes com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, imagens);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos, rebater os contra-argumentos);
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos com diferentes pontos de vista;
  • confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças, consistência interna;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e/ou maneira de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • registo seletivo;
  • organização (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de planos gerais, esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • realizar autoanálise;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • a apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e das funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Alemão

Introdução

A aprendizagem das línguas estrangeiras contribui de modo decisivo para a formação e o desenvolvimento pessoal, social, académico e profissional dos jovens e adultos do século XXI, no contexto de um mundo globalizado. Ser plurilingue torna-se essencial para garantir o exercício de uma cidadania informada e ativa e significa possuir competências recetivas, produtivas e de interação em várias línguas, com níveis de desempenho diferenciados.

A aprendizagem de uma língua estrangeira concorre para a construção das áreas de competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA), uma vez que os alunos:

  • desenvolvem literacias que lhes permitem analisar e questionar criticamente a realidade, avaliando e selecionando informação, formulando hipóteses e tomando decisões fundamentadas no seu dia a dia;
  • se tornam mais conscientes de si próprios e do mundo que os rodeia, pelo confronto com as realidades culturais das línguas estrangeiras, demonstrando responsabilidade, confiança e respeito pela diversidade cultural num mundo global em incessante transformação e na luta contra as diferentes formas de discriminação e exclusão social;
  • alargam o seu conhecimento nas áreas artística, humanística e científica, permitindo uma intervenção mais informada na defesa dos princípios, direitos, garantias e liberdades das sociedades democráticas e da sustentabilidade de Portugal e do mundo;
  • experienciam ainda situações dentro e fora da sala de aula que estimulam competências cognitivas, tais como o raciocínio lógico, o pensamento crítico e a criatividade, assim como competências de trabalho colaborativo e estratégias para continuar a aprendizagem ao longo da vida.

A definição das Aprendizagens Essenciais (AE) para as línguas estrangeiras apoiou-se nas escalas de competências do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), nos programas em vigor e nas metas curriculares existentes. Atendendo às características próprias das competências de produção e de receção e às singularidades da aprendizagem de cada língua estrangeira no sistema educativo português, considerou-se conveniente subdividir os níveis comuns de referência em vários subníveis (por ex.: A1.1, A2.2) para facilitar a adaptação aos programas e contextos de aprendizagem.

A gestão do referencial AE apela à autonomia do professor, dado que uma das suas principais caraterísticas é a flexibilidade. Nesse sentido, a ordem sugerida nas “Áreas temáticas/situacionais” e nos domínios (de competência) poderá ser alterada de acordo com fatores que se considerem fundamentais no âmbito da prática pedagógica.

A matriz das AE apresenta descritores de desempenho que integram conhecimentos funcionais, discursivos, linguísticos, socioculturais e processuais e organiza-se em três domínios: a competência comunicativa, a competência intercultural e a competência estratégica.

  • A competência comunicativa inclui descritores para tarefas de compreensão, interação e produção, orais e escritas, com recurso a vários meios e suportes.
  • A competência intercultural apresenta descritores que visam a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades e atitudes que conduzam o aluno a um maior autoconhecimento e, simultaneamente, a uma maior abertura a novas experiências culturais globais, proporcionando, assim, a aquisição de uma consciência intercultural.
  • A competência estratégica visa processos, verbais e não-verbais, que contribuem para o desenvolvimento de capacidades na gestão do processo de aprendizagem e de comunicação: a motivação, a consciência dos progressos e carências na aprendizagem e a superação de dificuldades, a aquisição de hábitos de trabalho autónomo e a participação responsável em projetos colaborativos.

Estas competências favorecem a interdisciplinaridade, visto que constituem um meio de acesso privilegiado aos conteúdos programáticos e a tarefas de outras disciplinas do currículo. A aprendizagem das línguas estrangeiras assume assim um papel dinâmico e ativo na realização de projetos interdisciplinares, no âmbito de iniciativas de escola ou de programas internacionais, tirando proveito da transversalidade dos conhecimentos e utilizando tecnologias e formatos diversos na organização, criação, divulgação e partilha de ideias, produtos e experiências.

Em suma, as AE das línguas estrangeiras visam desenvolver competências complexas na interação com as outras disciplinas do currículo, experiências e vivências em contexto educativo, assumindo as orientações do PA e contribuindo para a sua formação global enquanto cidadãos do século XXI.

Numa lógica de articulação vertical, as aprendizagens apresentadas seguem uma progressão em espiral, avançando a cada ano para um patamar superior de competência, reforçando e solidificando os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que foram trabalhados nos anos anteriores, num crescendo da complexidade da relação que se estabelece entre as novas aprendizagens e os conhecimentos anteriormente adquiridos. Assim, está assegurada a possibilidade ou necessidade de retrabalhar e aprofundar algumas áreas ou alguns aspetos.


A definição das AE para a disciplina de Alemão cruza as Metas de Aprendizagem para as Línguas Estrangeiras (2010), elaboradas com base no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), sobretudo no que respeita às escalas de competências, com o referencial curricular Programa de Alemão do Ensino Básico - 3.º Ciclo: Vol. I; Vol. II (1991). A matriz apoia-se em competências organizadas em três domínios que apresentam descritores de níveis de desempenho. A carga horária da disciplina e a falta de proximidade linguística com a língua materna justificam a seleção dos seguintes níveis do QECR para as aprendizagens essenciais:

Ensino Básico – 3.º Ciclo
7.º Ano 8.º Ano 9.º Ano
A1.1 A1.2 A2.1

No final do 9.º ano, ao atingir o nível A2.1, o aluno deve ser capaz de: compreender e usar frases e expressões frequentes/ enunciados simples em situações quotidianas; comunicar de forma simples e direta, sobre assuntos familiares e habituais, com apoio pontual (Adaptado de QECR, Escala Global, Nível A2 - Utilizador elementar; Conselho da Europa, 2001).

A competência comunicativa abrange a compreensão, a interação e a produção orais e escritas, articulando-se com a competência intercultural, essencial para a construção de uma identidade como cidadão global e para a promoção de valores, e com a competência estratégica, fundamental para a gestão do processo de aprendizagem e a comunicação em língua estrangeira. O percurso de formação assim definido reforça várias Áreas de Competências do PA nos domínios científico, humanístico, tecnológico e cultural e favorece a implementação de projetos interdisciplinares, articulando a aprendizagem do Alemão com outras disciplinas do currículo.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Áreas temáticas/ situacionais
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
  • Identificação e caraterização pessoais
  • Situações do quotidiano (família e amigos, hábitos e necessidades, etc.)
  • Relações interpessoais (amizades, encontros, etc.)
  • Meio envolvente (escola, comunidade local, etc.)
  • A atualidade / O mundo global / O mundo virtual
  • Portugal e os países de expressão alemã (particularidades geográficas, históricas e culturais; tradições; comportamentos sociais e linguísticos, etc.

 

Organizador
Competência Comunicativa
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreensão oral e audiovisual

Compreender as ideias principais e identificar informação relevante explícita em mensagens e textos curtos* (em suportes físicos ou digitais diversos), sempre que sejam constituídos essencialmente por frases simples e vocabulário frequente e sejam articulados de forma clara e pausada.

* Anúncios/avisos, publicidade, canções, mensagens telefónicas, poemas, rimas, pequenas histórias, noticiários, reportagens, clips, podcasts, vídeos curtos, entre outros

Compreensão escrita

Compreender as ideias principais e identificar informação relevante explícita em mensagens e textos simples*, em suportes variados, sempre que sejam constituídos por frases simples e vocabulário frequente.

* Instruções/avisos, mapas/cartazes, horários, publicidade, correspondência, folhetos/catálogos, receitas, ementas, banda desenhada, artigos de imprensa, pequenos textos literários, entre outros.

Interação oral

Interagir em conversas curtas, bem estruturadas e ligadas a situações familiares*, tendo em conta o discurso do interlocutor e respeitando as convenções sociais:

  • utiliza vocabulário frequente e frases simples;
  • utiliza as estruturas gramaticais adequadas;
  • pronuncia de forma compreensível.

* Pede e dá informações; exprime/troca ideias e opiniões, gostos e preferências; relata factos; descreve planos e projetos; apresenta propostas; etc.

Interação escrita

Trocar mensagens diversas (50-60 palavras), em suportes variados, respeitando as convenções textuais e sociolinguísticas, adequando-as ao destinatário*:

  • utiliza vocabulário frequente e frases simples;
  • utiliza estruturas gramaticais adequadas, articulando as ideias com conetores básicos de coordenação e subordinação.

* Pede e dá informações; exprime/troca ideias e opiniões, gostos e preferências; relata factos; descreve planos e projetos; apresenta propostas; etc.

Produção oral

Exprimir-se de forma adequada, em monólogos curtos*:

  • usa vocabulário frequente e frases simples;
  • mobiliza estruturas gramaticais adequadas;
  • pronuncia de forma clara para ser entendido.

* Descreve o meio envolvente e situações do quotidiano; relata experiências pessoais, acontecimentos reais ou imaginários, presentes ou passados; exprime opiniões, gostos e preferências sobre temas da atualidade; descreve factos, planos e projetos; etc.

Produção escrita

Escrever textos diversos (50-60 palavras), em suportes variados, respeitando as convenções textuais, adequando- as ao destinatário*:

  • utiliza vocabulário frequente e frases simples;
  • utiliza estruturas gramaticais adequadas, articulando as ideias com diferentes conetores de coordenação e subordinação.

* Descreve o meio envolvente e situações do quotidiano; conta experiências pessoais, acontecimentos reais ou imaginários, presentes ou passados; exprime opiniões, gostos e preferências sobre temas da atualidade; descreve factos, planos e projetos; etc.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Interpretação de linguagens verbais e não verbais. Seleção, associação e organização de informação explícita e implícita.

Ordenação, hierarquização e análise de informação.

Formulação de hipóteses face a uma situação de comunicação e verificação.

Transposição de informação em ações ou em modalidades diversas.

Compreensão geral e seletiva do sentido.

Compreensão de conceitos e opiniões.

Tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, e mobilização do memorizado.

Incentivo à procura e aprofundamento de informação.

Planeamento e condução de pesquisas (elaboração de planos e esboços).

Identificação da situação de comunicação.

Mobilização de linguagem verbal e não verbal para significar e comunicar em diferentes contextos.

Transferência da informação em conhecimento.

Interação e escrita integradas em projetos comunicativos.

Criação de textos integrados em projetos disciplinares e interdisciplinares.

Interação com os outros em diferentes contextos sociais e emocionais.

Adequação do discurso à situação de comunicação.

Pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva e aprofundamento de informações.

Utilização da escrita para estruturar o pensamento e sistematizar conhecimentos.

Revisão na escrita.

Planificação e elaboração de planos gerais e esquemas.

Autoavaliação e autocorreção.

Descritores do Perfil dos alunos

A, B, C, D, E, F, I, J

A, B, C, D , E, F, H, I, J

Organizador
Competência Intercultural
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Estabelecer relações entre os elementos da sua cultura de origem e das culturas dos países de expressão alemã, enriquecendo a sua visão do mundo e a interpretação das diferenças e das semelhanças, desmontando estereótipos.

Desenvolver uma cidadania efetiva e responsável; revelar abertura progressiva do “eu” para o(s) Outro(s) e para um mundo global; envolver-se na comunidade, nomeadamente através da participação em projetos e/ou intercâmbios, desenvolvendo o aluno-cidadão.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Observação, recolha e interpretação de elementos culturais distintos da língua estrangeira.

Relativização de conceções do mundo e análise das variações.

Descritores do Perfil dos alunos

A, B, C, D, E, F, G, H, I, J

Organizador
Competência Estratégica
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Reconhecer a importância das estratégias no processo de aprendizagem da língua estrangeira (motivação, contacto com a língua, planificação do trabalho, pesquisa de informação, assimilação de conhecimentos) e identificar as mais frequentes e eficazes para realizar tarefas individualmente ou em grupo.

Reconhecer os erros como parte integrante do processo de aprendizagem e propor formas de os superar.

Utilizar diferentes estratégias, mobilizar suportes convencionais e digitais e alargar os recursos verbais e não verbais para planificar e/ou realizar tarefas comunicativas de compreensão, interação e produção orais e escritas, avaliando a sua eficiência.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Utilização de estratégias adequadas para superar dificuldades e obstáculos na aprendizagem.

Descrição de processos e de pensamentos usados durante a realização das tarefas.

Análise de erros e explicitação de ocorrências.

Gestão eficaz dos tempos e recursos de aprendizagem.

Trabalho em equipa e uso de diferentes meios para comunicar presencialmente e em rede.

Descritores do Perfil dos alunos

C, D, E, F, G, I, J

Alemão

Introdução

A aprendizagem das línguas estrangeiras contribui de modo decisivo para a formação e o desenvolvimento pessoal, social, académico e profissional dos jovens e adultos do século XXI, no contexto de um mundo globalizado. Ser plurilingue torna-se essencial para garantir o exercício de uma cidadania informada e ativa e significa possuir competências recetivas, produtivas e de interação em várias línguas, com níveis de desempenho diferenciados.

A aprendizagem de uma língua estrangeira concorre para a construção das áreas de competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA), uma vez que os alunos:

  • desenvolvem literacias que lhes permitem analisar e questionar criticamente a realidade, avaliando e selecionando informação, formulando hipóteses e tomando decisões fundamentadas no seu dia a dia;
  • se tornam mais conscientes de si próprios e do mundo que os rodeia, pelo confronto com as realidades culturais das línguas estrangeiras, demonstrando responsabilidade, confiança e respeito pela diversidade cultural num mundo global em incessante transformação e na luta contra as diferentes formas de discriminação e exclusão social;
  • alargam o seu conhecimento nas áreas artística, humanística e científica, permitindo uma intervenção mais informada na defesa dos princípios, direitos, garantias e liberdades das sociedades democráticas e da sustentabilidade de Portugal e do mundo;
  • experienciam ainda situações dentro e fora da sala de aula que estimulam competências cognitivas, tais como o raciocínio lógico, o pensamento crítico e a criatividade, assim como competências de trabalho colaborativo e estratégias para continuar a aprendizagem ao longo da vida.

A definição das Aprendizagens Essenciais (AE) para as línguas estrangeiras apoiou-se nas escalas de competências do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), nos programas em vigor e nas metas curriculares existentes. Atendendo às características próprias das competências de produção e de receção e às singularidades da aprendizagem de cada língua estrangeira no sistema educativo português, considerou-se conveniente subdividir os níveis comuns de referência em vários subníveis (por ex.: A1.1, A2.2) para facilitar a adaptação aos programas e contextos de aprendizagem.

A gestão do referencial AE apela à autonomia do professor, dado que uma das suas principais caraterísticas é a flexibilidade. Nesse sentido, a ordem sugerida nas “Áreas temáticas/situacionais” e nos domínios (de competência) poderá ser alterada de acordo com fatores que se considerem fundamentais no âmbito da prática pedagógica.

A matriz das AE apresenta descritores de desempenho que integram conhecimentos funcionais, discursivos, linguísticos, socioculturais e processuais e organiza-se em três domínios: a competência comunicativa, a competência intercultural e a competência estratégica.

  • A competência comunicativa inclui descritores para tarefas de compreensão, interação e produção, orais e escritas, com recurso a vários meios e suportes.
  • A competência intercultural apresenta descritores que visam a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades e atitudes que conduzam o aluno a um maior autoconhecimento e, simultaneamente, a uma maior abertura a novas experiências culturais globais, proporcionando, assim, a aquisição de uma consciência intercultural.
  • A competência estratégica visa processos, verbais e não-verbais, que contribuem para o desenvolvimento de capacidades na gestão do processo de aprendizagem e de comunicação: a motivação, a consciência dos progressos e carências na aprendizagem e a superação de dificuldades, a aquisição de hábitos de trabalho autónomo e a participação responsável em projetos colaborativos.

Estas competências favorecem a interdisciplinaridade, visto que constituem um meio de acesso privilegiado aos conteúdos programáticos e a tarefas de outras disciplinas do currículo. A aprendizagem das línguas estrangeiras assume assim um papel dinâmico e ativo na realização de projetos interdisciplinares, no âmbito de iniciativas de escola ou de programas internacionais, tirando proveito da transversalidade dos conhecimentos e utilizando tecnologias e formatos diversos na organização, criação, divulgação e partilha de ideias, produtos e experiências.

Em suma, as AE das línguas estrangeiras visam desenvolver competências complexas na interação com as outras disciplinas do currículo, experiências e vivências em contexto educativo, assumindo as orientações do PA e contribuindo para a sua formação global enquanto cidadãos do século XXI.

Numa lógica de articulação vertical, as aprendizagens apresentadas seguem uma progressão em espiral, avançando a cada ano para um patamar superior de competência, reforçando e solidificando os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que foram trabalhados nos anos anteriores, num crescendo da complexidade da relação que se estabelece entre as novas aprendizagens e os conhecimentos anteriormente adquiridos. Assim, está assegurada a possibilidade ou necessidade de retrabalhar e aprofundar algumas áreas ou alguns aspetos.


A definição das AE para a disciplina de Alemão cruza as Metas de Aprendizagem para as Línguas Estrangeiras (2010), elaboradas com base no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), sobretudo no que respeita às escalas de competências, com o referencial curricular Programa de Alemão do Ensino Básico - 3.º Ciclo: Vol. I; Vol. II (1991). A matriz apoia-se em competências organizadas em três domínios que apresentam descritores de níveis de desempenho. A carga horária da disciplina e a falta de proximidade linguística com a língua materna justificam a seleção dos seguintes níveis do QECR para as aprendizagens essenciais:

Ensino Básico – 3.º Ciclo
7.º Ano 8.º Ano 9.º Ano
A1.1 A1.2 A2.1

No final do 7.º ano, ao atingir o nível A1.1, o aluno deve ser capaz de: compreender e usar expressões familiares e quotidianas e enunciados muito simples para satisfazer necessidades concretas; comunicar de forma muito simples, com apoio (Adaptado de QECR, Escala Global, Nível A1 - Utilizador elementar; Conselho da Europa, 2001).

A competência comunicativa abrange a compreensão, a interação e a produção orais e escritas, articulando-se com a competência intercultural, essencial para a construção de uma identidade como cidadão global e para a promoção de valores, e com a competência estratégica, fundamental para a gestão do processo de aprendizagem e a comunicação em língua estrangeira. O percurso de formação assim definido reforça várias áreas de competências do PA nos domínios científico, humanístico, tecnológico e cultural e favorece a implementação de projetos interdisciplinares, articulando a aprendizagem do Alemão com outras disciplinas do currículo.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Áreas temáticas/ situacionais
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
  • Identificação e caraterização pessoais
  • Situações do quotidiano (família e amigos, hábitos e necessidades, etc.)
  • Relações interpessoais (amizades, encontros, etc.)
  • Meio envolvente (escola, comunidade local, etc.)
  • A atualidade / O mundo global / O mundo virtual
  • Portugal e os países de expressão alemã (particularidades geográficas, históricas e culturais; tradições; comportamentos sociais e linguísticos, etc.
Organizador
Competência Comunicativa
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreensão oral e audiovisual

Identificar um número limitado de palavras e de frases simples em instruções, mensagens, textos simples e curtos* (em suportes físicos ou digitais diversos), desde que o discurso seja muito claro, pausado e cuidadosamente articulado.

* Anúncios/avisos, publicidade, canções, mensagens telefónicas, podcasts, vídeos curtos, entre outros.

Compreensão escrita

Identificar palavras e frases simples em instruções, mensagens, textos ilustrados curtos*, em suportes físicos e digitais diversos.

* Instruções/avisos, mapas/cartazes, horários, publicidade, postais, emails, entre outros.

Interação oral

Interagir de forma muito simples, em situações do quotidiano*, com preparação prévia, tendo em conta o discurso do interlocutor e mostrando sensibilidade pelas convenções sociais:

  • usa um repertório muito limitado de expressões e frases simples e de linguagem não verbal;
  • apoia-se em reformulações, repetições e correções;
  • utiliza estruturas gramaticais muito elementares;
  • pronuncia, geralmente, de forma compreensível.

* Pede e dá informações breves; cumprimenta, desculpa-se e agradece; felicita (aniversários/ outras celebrações); aceita e recusa convites; refere dados pessoais, gostos e preferências; etc.

Interação escrita

Completar formulários/ questionários muito simples, com dados adequados, e trocar mensagens muito simples e curtas (30-40 palavras), em suportes diversos, respeitando as convenções textuais e sociolinguísticas, adequando-as ao destinatário*:

  • utiliza expressões elementares e frases muito simples;
  • utiliza estruturas gramaticais muito elementares.

* Pede e dá informações breves; cumprimenta, desculpa-se e agradece; felicita (aniversários/ outras celebrações); aceita e recusa convites; refere dados pessoais, gostos e preferências; etc.

Produção oral

Exprimir-se de forma muito simples, apoiando-se num texto memorizado ou previamente trabalhado*:

  • usa um repertório muito limitado de palavras e padrões frásicos simples;
  • mobiliza estruturas gramaticais muito elementares;
  • pronuncia de forma geralmente compreensível.

* Apresenta-se, apresenta e descreve outras pessoas; descreve hábitos, lugares, acontecimentos; exprime opiniões, gostos e preferências; etc.

Produção escrita

Escrever textos muito simples e curtos (30-40 palavras), em suportes variados, respeitando as convenções textuais, adequando-as ao destinatário*:

  • utiliza palavras e padrões frásicos muito simples;
  • utiliza estruturas gramaticais muito elementares.

* Apresenta-se, apresenta e descreve outras pessoas; descreve hábitos, lugares, acontecimentos; exprime opiniões, gostos e preferências; etc.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Identificação de linguagens verbais e não verbais.

Seleção e associação de informação explícita pertinente.

Ordenação de informação.

Formulação de hipóteses face a uma situação de comunicação e verificação.

Transposição de informação em ações ou em modalidades diversas.

Leitura coletiva / Releitura.

Tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, e mobilização do memorizado.

Incentivo à procura e aprofundamento de informação.

Elaboração de esquemas.

Identificação da situação de comunicação.

Mobilização de linguagem verbal e não-verbal para significar e comunicar.

Mobilização de recursos e conhecimentos elementares.

Interação e escrita integradas em projetos comunicativos.

Criação de textos simples, a partir de modelos integrados em projetos disciplinares e multidisciplinares.

Aplicação de conhecimento em simulações.

Pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva e aprofundamento de informações.

Escrita partilhada e em cooperação.

Revisão na escrita.

Elaboração de esquemas.

Autoavaliação, autocorreção.

Descritores do Perfil dos alunos

A, B, C, D, E, F, I, J

 

Organizador
Competência Intercultural
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar particularidades geográficas e históricas dos países de expressão alemã.

Reconhecer traços, regras e códigos nas culturas dos países de expressão alemã e relacioná-los com elementos da sua cultura de origem, tomando consciência das semelhanças e diferenças distintivas entre elas e da diversidade de culturas.

A partir do conhecimento adquirido, desenvolver respeito pelas mesmas.

Desenvolver uma cidadania efetiva e responsável; revelar abertura progressiva do “eu” para o(s) Outro(s) e para um mundo global; envolver-se na comunidade, nomeadamente através da participação em projetos e/ou intercâmbios, desenvolvendo o aluno-cidadão.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Observação e recolha de elementos culturais da língua estrangeira.

Identificação de traços identitários, de semelhanças e diferenças culturais, em situações quotidianas.

Descritores do Perfil dos alunos

A, B, C, E,F, J

Organizador
Competência Estratégica
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Demonstrar uma atitude positiva e confiante na aprendizagem do Alemão.

Valorizar o uso da língua alemã como instrumento de comunicação dentro da aula, nomeadamente para solicitar esclarecimentos/ ajuda e colaborar com colegas na realização de tarefas e na resolução de problemas.

Usar gestos e ações para completar a mensagem.

Memorizar enunciados/ estruturas/ palavras associando-os, se necessário, com imagens e símbolos.

Inferir sentidos e significados ouvindo atentamente e participando ativamente nas tarefas propostas.

Apoiar-se em repetições, reformulações e correções.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Recolha de informação sobre a motivação e representações da língua.

Utilização do Alemão na comunicação na sala de aula.

Utilização de diversos recursos, em suporte papel ou digital, para a realização de tarefas.

Mobilização de linguagens não-verbais para superar as dificuldades na receção e na produção.

Colaboração com os colegas em atividades de entreajuda.

Descritores do Perfil dos alunos

C, D, E, F, G, I, J

Sociologia

Introdução

As Aprendizagens Essenciais (AE) identificam os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que se pretendem que os alunos atinjam com a aprendizagem da Sociologia no ensino secundário, e tendo em atenção os seguintes objetivos:

  • identificar as aprendizagens essenciais no domínio da Sociologia face às áreas de competência previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA);
  • proporcionar aos alunos instrumentos que lhes permitam compreender e refletir sobre a complexidade das sociedades contemporâneas, em especial, da sociedade portuguesa.

Assim, a disciplina de Sociologia inicia-se com o estudo de conceitos estruturantes que visam:

  • a familiarização com os problemas sociais/sociológicos que ocorrem na sociedades contemporâneas, cada vez mais complexas;
  • o conhecimento de fenómenos de natureza diversa e, muitas vezes contraditórios, que coexistem nas sociedades contemporâneas como a globalização/aculturação, a (re)afirmação das identidades culturais, a constante mudança e a incerteza, nas sociedades onde persistem desigualdades sociais e formas de discriminação;
  • a aquisição de metodologias de pesquisa que implicam a recolha de informações recorrendo a diferentes meios de investigação: pesquisa documental recorrendo a fontes físicas (livros, jornais, etc.) ou digitais (Internet), observação,
  • realização de inquéritos (entrevistas e questionários), entre outros, permitindo aos alunos a aquisição de uma capacidade de reflexão crítica sobre o contexto social em que estão inseridos.

Estas aprendizagens essenciais têm por base o Programa em vigor da disciplina de Sociologia dos cursos científico humanísticos e muitas são deixadas em aberto, pois a rapidez e a imprevisibilidade da mudança na sociedade atual poderão desatualizar alguns conteúdos do Programa, devendo os professores que o lecionam estar atentos no sentido de acompanharem essas transformações.

É de salientar que é incentivado o trabalho de projeto na medida em que é proposta a realização de um pequeno trabalho de investigação, em grupo ou individual, sobre um tema relacionado com quaisquer dos conteúdos lecionados na disciplina e tendo como referência a sociedade portuguesa contemporânea, o qual deverá mobilizar o conhecimento sociológico para a construção de um projeto de trabalho que visa a aplicação de um ou dois modos de recolha de informação utilizados pela Sociologia.

Esse projeto poderá ser realizado em articulação com outras disciplinas, podendo ser apresentado a diferentes públicos (à turma ou à escola).

A disciplina de Sociologia contribui ainda para o desenvolvimento de um conjunto de competências que se articulam com as áreas de competências definidas no PA, pois o estudo da Sociologia deverá permitir:

  • Mobilizar o conhecimento sociológico para a compreensão dos fenómenos complexos das sociedades contemporâneas, em especial, da portuguesa; A; B; C; D; F; G; H; I
  • Revelar raciocínio crítico e capacidade de reflexão sobre as sociedades contemporâneas, contribuindo para a educação para a cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento; A; B; C; D; F; G; H; I
  • Desenvolver o espírito crítico e de abertura a diferentes perspetivas de análise da realidade social; A; B; C; D; F; I
  • Recolher informação utilizando diferentes meios de investigação e recorrendo a fontes físicas (livros, jornais, etc.) e/ou digitais (Internet); A; B; C; D; F; I
  • Selecionar informação, elaborando sínteses de conteúdo da documentação analisada; A; B; C; D; F; I
  • Elaborar, realizar,apresentar e avaliar projetos de trabalho. A; B; C; D; E ; F; I; J
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
O QUE É A SOCIOLOGIA?
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Sociologia e conhecimento da realidade social

Reconhecer a importância da interdisciplinaridade para compreender e explicar fenómenos sociais complexos.

Contextualizar historicamente o aparecimento e desenvolvimento da Sociologia como Ciência, a nível internacional e nacional.

Explicitar as dificuldades que se colocam à produção do conhecimento científico em Sociologia (senso comum; familiaridade com o social; ilusão da transparência do social; explicações de tipo naturalista, individualista ou etnocentrista).

Distinguir problemas sociais de problemas sociológicos. Explicar o papel da teoria, dos métodos e das técnicas na produção de conhecimento sociológico.

Metodologia da investigação sociológica

Justificar a adequação de cada uma das estratégias ao tipo de investigação a efetuar (intensiva, extensiva e investigação-ação).

Caracterizar as etapas mais importantes da pesquisa sociológica e as formas de apresentação dos resultados da investigação.

Conhecer a especificidade das várias técnicas de recolha de dados na pesquisa sociológica pesquisa documental, análise de conteúdo, observação, inquérito por entrevista e por questionário (fases)*.

Reconhecer fontes fidedignas de recolha de dados.

* Este ponto do programa também pode ser lecionado quando for realizado o trabalho/projeto final.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam a aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • rigor na utilização da terminologia da Sociologia e na articulação e uso consistente dos conhecimentos sociológicos;
  • pesquisa e seleção de informação pertinente, utilizando fontes diversas, como, textos, gráficos, tabelas e mapas;
  • leitura de dados apresentados sob diversas formas (textos, gráficos, tabelas e mapas) e retirar conclusões pertinentes sobre um dado problema social/sociológico;
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
  • mobilização de conhecimentos adquiridos anteriormente que permitam compreender fenómenos sociais que podem ocorrer em diferentes contextos sociais;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • formular hipóteses face a um fenómeno/ problema social;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado, nomeadamente através da aplicação dos modos de recolha da informação utilizados pela Sociologia;
  • propor alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, texto ou solução face a um problema/desafio;
  • analisar textos ou outros suportes com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • testar hipóteses de trabalho, fazendo predições, a partir de um estudo realizado sobre um fenómeno social ocorrido no contexto social onde se inserem;
  • usar formas diversificadas para expressar as aprendizagens (por exemplo, textos, gráficos, quadros, mapas e imagens);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais (por exemplo, na apresentação de trabalhos).

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo para expressar tomadas de posição e rebater diferentes opiniões;
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos, de caráter sociológico, com diferentes pontos de vista, confrontando argumentos para encontrar semelhanças, diferenças e a sua consistência interna;
  • problematizar numa perspetiva sociológica aspetos da realidade social portuguesa, sempre que possível de uma forma interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • realização de tarefas de pesquisa sociológica sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação em fontes diversificadas;
  • recolha de dados e de opiniões para análise dos fenómenos em estudo (por exemplo, realizando entrevistas e inquéritos por questionário).

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de uma dada realidade social;
  • promover estratégias que induzam respeito por pelas diferenças culturais ou de opiniões.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • elaboração de planos de trabalho e de esquemas;
  • realização de tarefas de organização e de síntese (por exemplo, registos de observações realizadas);
  • promoção do estudo autónomo, com o apoio do professor, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar;

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar um problema social;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre a relatividade do seu próprio conhecimento.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • se autoanalisar, identificando pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo, a partir da explicitação de feedback do professor.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, realizando trabalho de grupo, e apoiar terceiros em tarefas;
  • - fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • responsabilizar-se adequadamente ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e das funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionamento perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor / Sabedor / Culto / Informado
(A,B,C,I)

Criativo
(A,B,C,D,J,I)

Crítico/Analítico
(A,B,C,D,E,G)

Indagador/ Investigador
(C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/do outro
(A,B, E, F, H)

Sistematizador / Organizador
(A,B,C,I)

Questionador
(A,F,G,I)

Comunicador
(A,B,D,E,H)

Autoavaliador
(transversal às áreas)

Participativo/ Colaborador
(B,C,D,E,F)

Responsável/ Autónomo
(C,D,E,F,G,I,J)

Cuidador de si e do outro
(B, E, F, G)

Organizador
SOCIEDADE E INDIVÍDUO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Interação social, socialização, grupo, papel, estatuto social e cultura

Distinguir situações informais de interação social de situações formais e não formais.

Explicar o papel dos grupos sociais de pertença e de referência no processo de socialização (socialização por antecipação).

Explicitar as características do processo de socialização (mecanismos, agentes e objetivos).

Relacionar papel e estatuto social, estabelecendo a diferença entre estatuto atribuído e adquirido.

Explicitar o processo de interação social como um jogo entre papéis, estatutos e expectativas sociais.

Definir o conceito sociológico de cultura, dando exemplos dos seus elementos constitutivos.

Relacionar a diversidade cultural com os conceitos de etnocentrismo e de relativismo culturais.

Reconhecer o ser humano como produto e como agente produtor de cultura.

Definir e problematizar representações sociais, estereótipos e processos de estigmatização.

 

Instituições e processos sociais

Relacionar valores, normas e comportamentos.

Explicitar o papel da socialização nos processos de inclusão e de exclusão social.

Articular os conceitos de ordem social, controlo social e desvio social.

Relacionar o papel das instituições e da ação social com as dinâmicas de consenso e de conflito e com os processos de reprodução e/ou de mudança social.

 

Organizador
PROCESSOS DE REPRODUÇÃO E MUDANÇA NAS SOCIEDADES ATUAIS
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Globalização

Explicitar em que consiste a globalização da economia e a globalização cultural, destacando o papel dos meios de comunicação na difusão cultural e relacionando aculturação com globalização cultural.

Definir estilo de vida e relacionar a globalização com os novos estilos de vida.

Justificar a tendência para a uniformização dos padrões de consumo a nível mundial.

Problematizar sociedade do risco, incerteza e processos de individualização.

Relacionar as transformações do trabalho e do emprego com as alterações do capitalismo moderno.

Identificar os principais indicadores sociodemográficos da população portuguesa (nupcialidade; divórcio; coabitação; fecundidade) e interpretar a sua evolução, destacando o envelhecimento demográfico.

 

Família e Escola

Compreender as transformações das famílias nas sociedades contemporâneas (novos tipos de famílias e novos papéis parentais).

Caracterizar as funções da escola no contexto da educação ao longo da vida.

Problematizar o papel da instituição escolar face à diversidade cultural e as suas novas funções na sociedade do conhecimento.

Relacionar infância, juventude e processos de escolarização modernos.

Distinguir desigualdades, diferença e discriminação.

Problematizar a mobilidade social em diferentes sociedades e identificar diferentes formas de mobilidade social.

Contextualizar o papel da ação coletiva e dos movimentos sociais relacionando-o com a problemática da justiça social.

Relacionar globalização e fenómenos migratórios, destacando o problema da inclusão e da exclusão de populações vulneráveis.

Distinguir sexo de género, relacionando a socialização de género com formas de discriminação e de desigualdade de género.

 

Desigualdades e identidades sociais

Distinguir pobreza de exclusão social, identificando categoriais sociais em situação de risco e vulnerabilidade.

Problematizar as transformações do Estado Social e das solidariedades entre gerações.

Organizador
TRABALHO PRÁTICO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Mobilizar o conhecimento sociológico para a construção de um projeto que vise a aplicação de um ou dois modos de recolha de informação utilizados pela Sociologia. O tema do trabalho poderá incidir sobre quaisquer dos conteúdos lecionados na disciplina, tendo como referência a sociedade portuguesa contemporânea, podendo ser realizado em articulação com outras disciplinas de opção do 12.o ano.

Química

Introdução

A disciplina de Química integra a componente específica do plano de estudos do Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias, no 12.o ano, e surge, curricularmente, no seguimento da disciplina de Física e Química A dos 10.o e 11.o anos, sendo uma disciplina opcional. O mundo atual depende cada vez mais de tecnologias baseadas em materiais inovadores desenvolvidos em áreas de interface entre várias áreas do saber (desde as da ciência fundamental como a Biologia, Química e Física até às tecnológicas como as Engenharias de Materiais, Eletrónica e Mecânica). Sendo a Química uma ciência central para a compreensão das propriedades destes novos materiais a escolha desta disciplina constitui-se como a opção lógica dos alunos que querem seguir uma carreira, no ensino superior ou diretamente para o mundo profissional, na área das Ciências e Tecnologias.

Esta disciplina visa assegurar uma formação consistente no domínio da Química, que proporcione uma visão global e atual dos aspetos relevantes do conhecimento químico, da construção do conhecimento científico e do papel da ciência na interpretação do mundo.

A disciplina de Química pode ainda ser uma opção para alunos de outros cursos que, nos termos da legislação aplicável, optem por um percurso educativo ou formativo próprio.

As Aprendizagens Essenciais (AE) desta disciplina, base da planificação, realização e avaliação do ensino e da aprendizagem, contribuem para o desenvolvimento das áreas de competências inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, tendo por base os documentos curriculares em vigor. Assim, deve-se ensinar Química como um dos pilares da cultura do mundo moderno, para o dia a dia, como forma de interpretar o mundo, para a cidadania, para compreender a sua inter-relação com a tecnologia, para melhorar atitudes face a esta Ciência, por razões estéticas e para preparar escolhas profissionais.

As AE têm em consideração a seleção de conteúdos das Metas Curriculares de Química, 12.o ano (2014), tendo como referencial as competências estabelecidas no Programa de Química, 12.o ano (2004): conhecimento declarativo e conceptual do domínio da Química; visão geral sobre o significado da Ciência, e da Química em particular, como forma de ver o mundo; competência para usar diferentes estratégias de aprendizagem e modos de construção de conhecimento científico; competência para cooperar em equipa de forma a recolher dados, executar procedimentos ou interpretar informação; competência para observar, experimentar, avaliar, interpretar gráficos, mobilizar destrezas matemáticas, usar modelos, analisar criticamente situações particulares, gerar e testar hipóteses; competência para usar e compreender linguagem científica, registar, ler e argumentar usando informação científica e pronunciando-se sobre as questões éticas associadas. As AE identificam os conceitos chave para a compreensão de um determinado domínio e os processos cognitivos associados são transferíveis para outros conteúdos.

Os domínios organizadores das AE são: Metais e Ligas Metálicas; Combustíveis, Energia e Ambiente; e Plásticos, Vidros e Novos Materiais. A estrutura e propriedades dos metais, a sua degradação e a relação destes com o ambiente e a vida são os subdomínios do tema Metais e Ligas Metálicas. O tema Combustíveis, Energia e Ambiente inclui os subdomínios combustíveis fósseis e a sua termodinâmica. Os plásticos, os materiais poliméricos e os biomateriais são os subdomínios incluídos no tema Plásticos, Vidros e Novos Materiais.

As AE foram definidas como competências próprias da literacia científica em torno dos conteúdos estruturantes da Química, com ênfase no desenvolvimento de atitudes inerentes à relevância da Química para a qualidade de vida dos cidadãos em sociedade, para a utilização responsável de recursos, para o desenvolvimento tecnológico sustentável, para a qualidade ambiental e para a segurança, entre outras. Na formulação das AE os conhecimentos, as capacidades e as atitudes são desenvolvidas através de metodologias de trabalho prático, destacando-se as atividades laboratoriais. O trabalho prático deve ser integrado em temas relevantes para o contexto de cada turma e escola, os quais são, no entanto, deixados em aberto.

As AE visam o desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e atitudes no contexto das propriedades dos materiais, com ênfase na sua utilização sustentável em todo o seu ciclo de vida.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Metais e Ligas Metálicas
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Estruturas e propriedades dos metais Investigar, numa perspetiva intra e interdisciplinar, a utilização dos metais, ao longo da história e na atualidade, discutindo a sua importância, e a dos novos materiais, na sociedade atual, e comunicar as conclusões.

Associar os elementos metálicos a elementos com baixas energias de ionização e os não metálicos a elementos com elevada afinidade eletrónica, relacionando as propriedades dos elementos com a posição na Tabela Periódica, e interpretar a especificidade do bloco d.

Relacionar as propriedades dos metais (condutividade elétrica, brilho, maleabilidade e ductilidade) com a ligação metálica, interpretando esta ligação com base nos eletrões e orbitais de valência do metal.

Distinguir sólidos metálicos de sólidos não-metálicos (iónicos, covalentes e moleculares), a partir do tipo de ligação entre as suas unidades estruturais.

Analisar como reciclar um metal por processos químicos, através da realização de uma atividade laboratorial de simulação do ciclo do cobre, cumprindo os requisitos de segurança, interpretando a sequência de operações e analisando, criticamente, os resultados.

Pesquisar, numa perspectiva interdisciplinar, sobre a reciclagem e a revalorização de metais, relacionando-as com a limitação de recursos naturais e a diminuição de resíduos e de consumos energéticos, fundamentando aquela relação, e comunicando as conclusões.

Degradação dos metais

Interpretar o processo de corrosão dos metais como uma reação de oxidação-redução e a função do meio como agente oxidante. Analisar os processos de proteção metais, designadamente a proteção catódica, a galvanoplastia e a anodização, interpretando as respetivas aplicações e impacto no ciclo de vida das estruturas metálicas, e identificar alguns metais e ligas metálicas com elevada resistência à corrosão.

Prever a extensão relativa de uma reação de oxidação-redução com base na série eletroquímica de potenciais padrão de redução e interpretar o conceito de potencial padrão de redução.

Interpretar o acerto de equações relativas a reações de oxidação-redução em meio ácido.

Conceber e realizar, em grupo, um protocolo experimental para construção de uma pilha, ajustando as condições experimentais à força eletromotriz pretendida, formulando hipóteses, avaliando os procedimentos, confrontando os resultados com os de outros grupos e sistematizando conclusões.

Metais, Ambiente e Vida

Caracterizar um complexo em termos da sua estrutura de ião metálico central rodeado de aniões ou moléculas neutras, designadas por ligandos e reconhecer como característica dos ligandos a presença de pelo menos um par de electrões não partilhado.

Investigar o papel dos complexos em diversas áreas, como a metalurgia, aplicações terapêuticas, imagem médica e sistemas luminescentes e comunicar os resultados da pesquisa.

Analisar,a partir de informação selecionada, a função de alguns metais essenciais à vida e a toxicidade de outros, fundamentando os efeitos sobre o Homem e sobre o ambiente, e comunicar as conclusões.

Explicar o significado de grau de ionização de ácidos e bases e relacionar as constantes de acidez e de basicidade com o grau de ionização, e interpretar as propriedades básicas ou ácidas de uma solução de um sal com base na hidrólise de iões.

Determinar, experimentalmente, o efeito de um sistema tampão, através de uma titulação de um ácido forte – base fraca, traçando a respetiva curva de titulação, interpretando as zonas da curva de titulação, identificando zonas tampão e pontos de equivalência, formulando hipóteses, analisando procedimentos e comunicando os resultados.

Investigar sobre o papel dos catalisadores em química, em bioquímica ou na atividade industrial com a necessidade de acelerar reações, interpretando a sua ação em termos de alteração da velocidade da reação sem alterar a sua extensão, e comunicar as conclusões.

Reconhecer, com base em informação selecionada, a predominância dos metais de transição nos catalisadores usados nos processos industriais e integrantes dos processos biológicos.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente em fontes diversas (artigos e livros de divulgação científica, notícias);
  • análise de fenómenos da natureza e situações do dia a dia com base em leis e modelos;
  • estabelecimento de relações intra e interdisciplinares nos domínios Metais e Ligas Metálicas (com particular ênfase no subdomínio Metais, Ambiente e Vida), Combustíveis, Energia e Ambiente e Plásticos e Novos Materiais;
  • mobilização dos conhecimentos do e 10.o e 11.o anos (subdomínios Tabela Periódica, Ligação Química, Transformações Químicas, Reações ácido-base, Reações de oxidação-redução e do domínio Equilíbrio Químico) para ancorar as novas aprendizagens;
  • mobilização dos conhecimentos do 3.o ciclo do ensino básico da disciplina Fisico-Química (domínios Materiais e Reações Químicas e subdomínios Propriedades dos Materiais e Tabela Periódica e Ligação Química) para ancorar as novas aprendizagens;
  • mobilização de diferentes fontes de informação científica na resolução de problemas, incluindo gráficos, tabelas, esquemas, diagramas e modelos;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • formular hipóteses face a um fenómeno natural ou situação do dia a dia;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • propor abordagens diferentes de resolução de uma situação-problema;
  • criar representações variadas da informação científica: relatórios, diagramas, tabelas, gráficos, equações, texto ou solução face a um desafio;
  • analisar textos, esquemas concetuais, simulações, vídeos com diferentes perspetivas, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições sobre a evolução de fenómenos naturais e a evolução de experiências em contexto laboratorial;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, relatórios, esquemas, textos, imagens, vídeos), recorrendo às TIC, quando pertinente;
  • criar situações que levem à conscienlização do impacto na sociedade e no ambiente das diferentes áreas da química e da tecnologia;
  • criar situações conducentes à realização de projetos interdisciplinares, identificando problemas e colocando questões-chave, articulando a ciência e a tecnologia em contextos relevantes a nível económico, cultural, histórico e ambiental.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • analisar conceitos, factos, situações numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar;
  • analisar textos com diferentes pontos de vista, distinguindo alegações científicas de não científicas;
  • confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças e consistência interna;
  • problematizar situações sobre aplicações da ciência e tecnologia e o seu impacto na sociedade e no ambiente.
  • debater temas que requeiram sustentação ou refutação de afirmações sobre situações reais ou fictícias, apresentando argumentos e contra- argumentos baseados em conhecimento científico.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • mobilização de conhecimentos para questionar uma situação;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo;
  • tarefas de pesquisa enquadrada por questões- problema e sustentada por guiões de trabalho, com autonomia progressiva.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • argumentar sobre temas científicos polémicos e atuais, aceitando pontos de vista diferentes dos seus;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões, incluindo as de origem étnica, religiosa ou cultural;
  • saber trabalhar em grupo, desempenhando  diferentes papéis, respeitando e sabendo ouvir todos os elementos do grupo.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de implementação, de controlo e de revisão, designadamente nas atividades experimentais;
  • registo seletivo e organização da informação (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de atividades laboratoriais e de visitas de estudo, segundo critérios e objetivos).

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • comunicar resultados de atividades laboratoriais e de pesquisa, ou outras, oralmente e por escrito, usando vocabulário científico próprio da disciplina, recorrendo a diversos suportes;
  • participar em ações cívicas relacionadas com o papel central da Química no desenvolvimento tecnológico e suas consequências socio- ambientais.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento, identificando pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento do trabalho de grupo ou individual dos pares;
  • realizar trabalho colaborativo em diferentes stuações (projetos interdisciplinares, resolução de problemas e atividades experimentais).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • assumir responsabilidades adequadas ao que lhe for solicitado e contratualizar tarefas, apresentando resultados;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas, incluindo a promoção do estudo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações de ajuda a outros e de proteção de si, designadamente adotando medidas de proteção adequadas a atividades laboratoriais. 
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I,)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Organizador
Combustíveis Energia e Ambiente
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Combustíveis Fósseis

Justificar, com base em informação selecionada, os processos de obtenção do carvão, do crude, do gás natural e do gás do petróleo liquefeito (GPL).

Realizar, experimentalmente, a utilização da técnica de destilação fracionada para obter as principais frações de uma mistura de três componentes, formulando hipóteses, avaliando os procedimentos e comunicando os resultados.

Interpretar o cracking catalítico.

Aplicar os princípios de nomenclatura em química orgânica a hidrocarbonetos, álcoois e éteres.

Interpretar, e aplicar na resolução de problemas, a equação de estado dos gases ideais, relacionando a massa volúmica de um gás ideal com a pressão e temperatura, explicando as estratégias de resolução e os raciocínios demonstrativos que fundamentam uma conclusão.

Discutir, numa perpetiva interdisciplinar, com base em pesquisa, os problemas ambientais de poluição atmosférica, nomeadamente os relacionados com as alterações climáticas, provocados pela indústria petrolífera e pela queima dos combustíveis.

Argumentar, com base em pesquisa, sobre o papel da investigação em Química na otimização da produção de combustíveis alternativos e na procura de combustíveis do futuro.

A Termodinâmica dos Combustíveis

Distinguir as grandezas energia, calor, entalpia e variação de entalpia.

Associar a entalpia padrão de reação à variação de entalpia numa reação que ocorre nas condições padrão, identificando designações específicas (entalpia de formação e de combustão)

Aplicar a Lei de Hess para determinar a entalpia padrão de uma reação, explicando as estratégias de resolução.

Relacionar a entalpia de combustão com o poder energético de um combustível, interpretando-a com base na composição e estrutura das moléculas do combustível.

Determinar, experimentalmente, a entalpia de combustão de diferentes álcoois, avaliando os procedimentos e comunicando os resultados.

Debater, com base em pesquisa, a importância e limitações da produção de bio-combustíveis no ciclo de reciclagem de óleos.

Debater a importância e limitações da produção de bio-combustíveis no ciclo de reciclagem de óleos.

Organizador
Plásticos Vidros e Novos Materiais
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Os plásticos e materiais poliméricos

Caracterizar um polímero como macromolécula formada por repetição de monómeros, distinguindo polímeros naturais de sintéticos.

Distinguir reações de polimerização de adição e de condensação com base na estrutura dos monómeros, interpretando exemplos de polímeros de adição e de condensação.

Caracterizar os polímeros segundo famílias (poliolefinas, poliacrílicos, poliuretanos, poliamidas, poliésteres) relacionando essas famílias com os grupos funcionais dos monómeros.

Caracterizar as reações de polimerização e executar laboratorialmente uma reação de polimerização, justificando os procedimentos e avaliando os resultados.

Pesquisar sobre as vantagens e limitações da reciclagem dos plásticos e comunicar as conclusões.

Biomateriais

Pesquisar sobre alguns biomateriais e suas aplicações, reconhecendo vantagens e limitações da utilização de materiais de base sustentável, e comunicar as conclusões.

Psicologia B

Introdução

As Aprendizagens Essenciais (AE) de Psicologia B, disciplina anual do 12.º ano dos Cursos Científico-Humanísticos, visam o desenvolvimento das competências necessárias a um melhor conhecimento de si próprio e da relação dos jovens com os outros e com o mundo, finalidade última desta disciplina, contribuindo para o desenvolvimento das áreas de competência definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA).

Uma vez que o currículo de Psicologia B se organiza a partir do conceito estruturante de «Identidade» definiram-se, no que respeita aos temas 1, 2 e 3, as aprendizagens consideradas essenciais, selecionando-se aquelas que melhor cumprem o desiderato acima expresso. O tema 4 foi inserido no tema 5, que adquiriu um caráter mais desenvolvimentalista. Desta forma a abordagem de diferentes perspetivas estruturantes da Psicologia é contextualizada no desenvolvimento do ser humano, dando-lhe um caráter mais atual e mais próximo das vivências dos alunos, permitindo a criação de cenários de vida e apoiando a construção de um projeto de vida pessoal.

Deste modo, as AE devem ser trabalhadas com recurso à metodologia da narrativa de histórias de vida, da espécie humana, de cada ser humano em abstrato e em concreto (fazendo apelo às vivências dos próprios alunos) e do campo científico (biografias de autores e respectivas ideias marcantes). Assim, aquilo que podemos considerar a «biografia da Psicologia» concretiza-se no seu contributo para a «biografia do ser humano».

Cita-se do Programa de Psicologia B, que se mantém em vigor,a asserção que, neste contexto, mantém toda a sua pertinência: É criando ambientes de aprendizagem estimulantes, inseridos em projectos educativos claros, coerentes e com um valor formativo real, é articulando os currículos e cada programa entre si e com os vários contextos, que os jovens poderão adquirir a «bagagem de vida» necessária à sua inserção social, enquanto pessoas e enquanto profissionai. É também desta forma que poderão consciencializar a necessidade de desenvolvimento e de formação ao longo da vida.

Reconhecendo a natureza e importância da Psicologia no mundo contemporâneo para a sociedade e para o indivíduo, as AE definidas para a disciplina dão um contributo específico para o desenvolvimento das áreas de competências preconizadas no PA, desde “Linguagem e Textos, “Informação e Comunicação”,“Raciocínio e resolução de problemas”, “Pensamento crítico e pensamento criativo”, “Saber científico, técnico e tecnológico” ao “Relacionamento interpessoal”, “Desenvolvimento pessoal e autonomia”,“Bem-estar, saúde e ambiente”.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
TEMA 1. Processos biológicos Conceitos estruturantes: filogénese e ontogénese, epigénese e neotenia
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicitar as influências genéticas e epigenéticas no comportamento;

Analisar o contributo do inacabamento biológico do ser humano para a sua complexidade;

Caracterizar os elementos estruturais do sistema nervoso e do cérebro humanos;

Analisar a relação entre o cérebro humano e a capacidade de adaptação;

Explicitar o papel dos ambientes no tornar-se humano.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
  • análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
  • tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um fenómeno ou evento;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, texto ou solução face a um desafio;
  • analisar textos ou outros suportes com  diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, imagens);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra- argumentos, rebater os contra-argumentos);
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar textos com diferentes pontos de vista; confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças, consistência interna;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e ou maneira de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • registo seletivo;
  • tarefas de organização (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de planos gerais, esquemas;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber questionar uma situação;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações de comunicação uni e bidirecional;
  • ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • se autoanalisar;
  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • a apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
TEMA 2. Processos mentais Conceitos estruturantes: cognição, emoção e mente
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Caracterizar os processos cognitivos estruturantes da ação humana;

Compreender o processo de pensamento humano;

Caracterizar os processos emocionais;

Analisar o papel das emoções no comportamento humano;

Analisar a mente humana como um sistema de construção do mundo.

Organizador
TEMA 3. Processos sociais Conceitos estruturantes: socialização, influência, conflito e resiliência
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Caracterizar os processos fundamentais de cognição social;

Compreender o conceito de identidade social;

Analisar os processos de influência entre os indivíduos;

Caracterizar os processos de conflito e de cooperação intergrupal;

Analisar a resiliência como um processo não exclusivo dos recursos internos do indivíduo, mas dos contextos em que se move.

Organizador
TEMA 4. Perspetivas do desenvolvimento humano Conceito estruturante: desenvolvimento humano
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Analisar os traços fundamentais de cada perspetiva estudada, na medida em que cada uma delas tem implícita uma conceção de ser humano. As ideias fundamentais a trabalhar são:

  1. todos os domínios do desenvolvimento estão interrelacionados;
  2. o desenvolvimento normal inclui uma vasta gama de diferenças individuais;
  3. as pessoas ajudam a moldar o seu próprio desenvolvimento e influenciam o comportamento dos outros em relação a elas;
  4. os contextos histórico e cultural influenciam fortemente o desenvolvimento;
  5. a experiência inicial é importante, mas as pessoas podem ser resilientes;
  6. o desenvolvimento desenrola-se por toda a vida.

Perpetivas estruturantes a trabalhar e exemplos de autores relevantes:

Evolucionismo [Darwin], psicanalíticas [Freud, Erikson], behavioristas [Skinner, Bandura], humanistas [Rogers], maturacionistas [Gesell], psicossociais [Wallon], cognitivistas e construcionistas [Piaget, Vygotsky], etológicas [Harlow, Bolwlby], bioecológica [Bronfenbrenner], life-span [Paul Bates]

Português

Introdução

A definição do objeto e dos objetivos para o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa ao longo dos doze anos de escolaridade obrigatória tem em conta a realidade vasta e complexa que é uma língua e incorpora o conjunto das competências que são fundamentais para a realização pessoal e social de cada um e para o exercício de uma cidadania consciente e interventiva, em conformidade com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Assumir o português como objeto de estudo implica entender a língua como fator de realização, de comunicação, de fruição estética, de educação literária, de resolução de problemas e de pensamento crítico. É na interseção de diversas áreas que o ensino e a aprendizagem do português se constroem: produção e receção de textos (orais, escritos, multimodais), educação literária, conhecimento explícito da língua (estrutura e funcionamento). Cada uma delas, por si e em complementaridade, concorre para competências específicas associadas ao desenvolvimento de uma literacia mais compreensiva e inclusiva: uma participação segura nos «jogos de linguagem» que os falantes realizam ativando saberes de uma pluralidade de géneros textuais, em contextos que o digital tem vindo a ampliar; uma correta e adequada produção e uma apurada e crítica interpretação de textos; um conhecimento e uma fruição plena dos textos literários do património português e de literaturas de língua portuguesa, a formação consolidada de leitores, um adequado desenvolvimento da consciência linguística e um conhecimento explícito da estrutura, das regras e dos usos da língua portuguesa. Do todo daqui resultante emergem as aprendizagens essenciais da disciplina de Português.

Estas aprendizagens são essenciais para ler na íntegra uma obra literária, para compreender uma decisão jurídica, um poema épico ou um ensaio filosófico, para interpretar um discurso político, para inferir a intencionalidade comunicativa de um texto argumentativo, para mobilizar conscientemente regras linguísticas apropriadas a cada discurso que se produza, para conhecer explicitamente elementos, estruturas e princípios de funcionamento da própria língua, para rever e melhorar um texto produzido por si próprio ou por um colega, para preparar adequadamente uma intervenção num debate, para apresentar uma comunicação sobre uma questão científica ou tecnológica, para intervir com propriedade em qualquer discussão de ideias, para comunicar conhecimento e defender ideias, para ler e para escrever o seu mundo interior e o mundo em que os alunos se movimentam.

Ao longo do ensino secundário, a disciplina de Português permitirá aos alunos não só consolidarem as aprendizagens realizadas ao longo do ensino básico, mas também aprofundarem os conhecimentos para um nível elevado de desempenho em domínios específicos, como: a compreensão do oral, a expressão oral, a leitura, a educação literária, a expressão escrita e o conhecimento explícito sobre a língua. No final deste nível de ensino, no domínio da oralidade, os alunos deverão estar aptos a compreender textos orais de elevada complexidade, interpretando a intenção comunicativa subjacente e avaliando a sua eficácia comunicativas, a utilizar uma expressão oral correta, fluente e adequada a diversas situações de comunicação e a produzir textos orais de géneros específicos. No domínio da leitura, pretende-se que os alunos tenham adquirido desenvoltura nos processos de leitura e de interpretação de textos escritos de diversos géneros de complexidade considerável, apreciando criticamente o seu conteúdo e desenvolvendo a consciência reflexiva das suas funcionalidades. No domínio da educação literária, pretende-se capacitar os alunos para a leitura, a compreensão e a fruição de textos literários portugueses e estrangeiros, de diferentes géneros. Neste âmbito, é ainda fundamental que os alunos tenham atingido a capacidade de apreciar criticamente a dimensão estética dos textos literários e o modo como manifestam experiências e valores.  Estas aprendizagens repercutir-se-ão no desenvolvimento do projeto de leitura que deve ter por referência as obras indicadas no Plano Nacional de Leitura. No domínio da escrita, é esperado que, no final do ensino secundário, os alunos tenham atingido níveis elevados de domínio de processos, estratégias, capacidades e conhecimentos para escrita de textos de diversos géneros com vista a uma diversidade de objetivos comunicativos. No domínio gramatical, no final deste nível de ensino, os alunos deverão revelar um conhecimento metalinguístico seguro dos aspetos de estrutura e de funcionamento da língua considerados essenciais ao longo da escolaridade obrigatória.

Em concreto, no 12.º ano de escolaridade, a aula de Português estará orientada para o desenvolvimento da:

  • competência da oralidade (compreensão e expressão) com base em textos/discursos de géneros adequados a propósitos comunicativos como expor e argumentar em situações de debate e de confronto de perspetivas;
  • competência da leitura centrada predominantemente em textos de natureza argumentativa (discurso político, artigo de opinião e apreciação crítica);
  • educação literária não só para conhecimento, leitura e apreciação estética de obras portuguesas que constituíram um marco do pensamento e da literatura portugueses do século XX, mas também para desenvolvimento de hábitos de leitura;
  • competência da escrita que inclua obrigatoriamente saber escrever textos de natureza expositiva e argumentativa;
  • competência gramatical por meio de um conhecimento explícito sistematizado sobre aspetos essenciais dos diversos planos ((fonológico, morfológico, das classes de palavras, sintático, semântico e textual-discursivo) da língua.
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
ORALIDADE
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes
Compreensão Expressão

Interpretar o(s) discursos(s) do género debate.

Apreciar a validade dos argumentos aduzidos pelos participantes de um debate.

Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.

Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos exemplos.

Participar construtivamente em debates em que se explicite e justifique pontos de vista e opiniões, se considerem pontos de vista contrários e se reformulem posições.

Produzir textos de opinião com propriedade vocabular e com diversificação de estruturas sintáticas.

Avaliar, individualmente e/ou em grupo, textos produzidos por si próprio através da discussão de diferentes pontos de vista.

 

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • compreensão de textos em diferentes suportes audiovisuais para
    • observação de regularidades associadas a géneros textuais;
    • identificação de informação explícita e dedução de informação implícita a partir de pistas textuais;
    • seleção e registo de informação relevante para um determinado objetivo;
    • avaliação de discursos tendo em conta a adequação à situação de comunicação;
  • produção de discursos preparados para apresentação a público restrito (à turma ou a colegas de outras turmas) com diferentes finalidades:
    • fazer apreciações críticas de livros, de filmes, de discursos para, por exemplo, recomendar um livro aos colegas;
    • expor trabalhos relacionados com temas disciplinares e interdisciplinares, realizados individualmente ou em grupo;
    • utilizar o resumo, o relato, o reconto em apresentações orais sobre livros, filmes, músicas, por exemplo;
  • compreensão e expressão oral baseadas em textos de diferentes géneros sobre temas interdisciplinares.
Descritores do Perfil dos alunos

Comunicador (A, B, D, E, H)

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Organizador
LEITURA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Ler, em suportes variados, textos de diferentes
graus de complexidade argumentativa dos géneros
apreciação crítica e artigo de opinião.
Realizar leitura crítica e autónoma.
Interpretar o texto, com especificação do sentido
global e da intencionalidade comunicativa.
Analisar a organização interna e externa do texto.
Clarificar tema(s), subtemas, ideias principais,
pontos de vista.
Compreender a utilização de recursos expressivos
para a construção de sentido do texto.
Utilizar criteriosamente procedimentos adequados
ao registo e tratamento da informação.
Exprimir, com fundamentação, pontos de vista
suscitados por leituras diversas.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • manipulação de unidades de sentido através de atividades que impliquem
    • sublinhar, parafrasear, resumir segmentos de texto relevantes para a construção do sentido;
    • estabelecer relações entre as diversas unidades de sentido;
  • realização de diferentes modos de ler e diferentes tipos de leitura;
  • compreensão e interpretação de textos através de atividades que impliquem
    • mobilizar experiências e saberes como ativação de conhecimento prévio;
    • colocar questões a partir de elementos paratextuais e textuais (verbais e não verbais);
    • sugerir hipóteses a partir de deduções extraídas da informação textual;
    • inferir informação a partir do texto;
    • avaliar o texto (conteúdo e forma) tendo em conta a intencionalidade do autor e a situação de comunicação;
    • estabelecer ligações entre o tema desenvolvido no texto e a realidade vivida pelo aluno;
    • expandir e aprofundar conhecimentos adquiridos no processo de compreensão do texto;
  • elaboração de pequenos projetos de estudo e de pesquisa, sobre temas disciplinares e interdisciplinares, que incluam, entre outros aspetos,
    • recurso a mapas de ideias, esquemas, listas de palavras;
  • aquisição de saberes relacionados com a organização do texto própria do género a que pertence;
  • compreensão escrita em interdisciplinaridade com outras disciplinas, designadamente no que diz respeito ao trabalho sobre diferentes géneros textuais.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Leitor (A, B, C, D, F, H, I)

Organizador
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Interpretar obras literárias portuguesas de diferentes autores e géneros, produzidas no século XX (ver Anexo 1).

Contextualizar textos literários portugueses do século XX em função de grandes marcos históricos e culturais.

Mobilizar para a interpretação textual os conhecimentos adquiridos sobre os elementos constitutivos do texto poético e do texto narrativo.

Analisar o valor de recursos expressivos para a construção do sentido do texto, designadamente: adjetivação, gradação, metonímia, sinestesia.

Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

Comparar textos de diferentes épocas em função dos temas, ideias, valores e marcos históricos e culturais.

Debater, de forma fundamentada e sustentada, oralmente ou por escrito, pontos de vista fundamentados, suscitados pela leitura de textos e autores diferentes.

Desenvolver um projeto de leitura que revele pensamento crítico e criativo, a apresentar publicamente em suportes variados.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • consolidação de conhecimento e saberes relacionados com a leitura de textos de diferentes géneros e modos literários;
  • compreensão dos textos literários com base num percurso de leitura que implique
    • imaginar desenvolvimentos narrativos a partir de elementos do paratexto e da mobilização de experiências e vivências;
    • fazer antecipações do desenvolvimento do tema, do enredo, das circunstâncias, entre outros aspetos;
    • mobilizar conhecimentos sobre a língua e sobre o mundo para interpretar expressões e segmentos textuais;
    • analisar o modo como o(s) tema(s), as experiências e os valores são representados pelo(s) autor(es) do texto;
    • justificar, de modo fundamentado, as interpretações;
  • valorização da leitura e consolidação do hábito de ler através de atividades que impliquem, entre outras possibilidades,
    • apresentar e defender perante o professor e a turma um projeto de leitura (indicando, por exemplo, os seus objetivos pessoais como leitor para um determinado intervalo de tempo);
    • selecionar os livros a ler em função do seu projeto de leitura;
    • desenvolver e gerir o percurso de leitor realizado, que inclua auto e heteroavaliação tendo em conta
    • grau de consecução dos objetivos definidos inicialmente;
    • apresentar em público (por exemplo, à turma, a outras turmas, à escola, à comunidade) o percurso pessoal de leitor, que pode incluir dramatização, recitação, leitura expressiva, reconto de histórias, recriação, expressão de reações subjectivas de leitor, persuasão de colegas para a leitura de livros;
  • exploração de temas interdisciplinares suscitados pelas obras literárias em estudo.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Criativo (A, C, D, J)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Leitor (A, B, C, D, F, H, I)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
ESCRITA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Escrever textos de opinião, apreciações críticas, exposições sobre um tema.

Planificar os textos a escrever, após pesquisa e seleção de informação relevante.

Redigir com desenvoltura, consistência, adequação e correção os textos planificados.

Utilizar os mecanismos de revisão, de avaliação e de correção para aperfeiçoar o texto escrito antes da apresentação da versão final.

Respeitar princípios do trabalho intelectual como referenciação bibliográfica de acordo com normas específicas.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • aquisição de conhecimento relacionado com as propriedades de um texto (progressão temática, coerência e coesão) e com os diferentes modos de de organizar um texto, tendo em conta a finalidade, o destinatário e a situação de produção;
  • manipulação de textos fazendo variar a extensão de frases ou segmentos textuais, modificando o ponto de vista, por exemplo;
  • planificação, textualização, revisão, aperfeiçoamento e correção, edição e apresentação do texto final para divulgação;
  • apreciação de textos produzidos pelo próprio aluno ou por colegas justificando o juízo de valor sustentado;
  • expressão escrita sobre temas interdisciplinares.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Organizador
GRAMÁTICA
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português (processos irregulares de formação de palavras).

Realizar análise sintática com explicitação de funções sintáticas internas à frase, ao grupo verbal, ao grupo nominal, ao grupo adjetival e ao grupo adverbial.

Sistematizar conhecimento gramatical relacionado com a articulação entre constituintes, orações e frases.

Distinguir frases com diferentes valores aspetuais (valor perfetivo, valor imperfetivo, situação genérica, situação habitual e situação iterativa).

Demonstrar, em textos, os mecanismos anafóricos que garantem as cadeias referenciais.

Avaliar um texto com base nas propriedades que o configuram (processos de coerência e coesão).

Utilizar intencionalmente modalidades de reprodução do discurso.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam:

  • análise de construções frásicas e textuais em que seja possível
    • questionar, exercitar, modificar, fazer variar e registar alterações;
    • explicitar procedimentos;
    • sistematizar regras;
  • consolidação do conhecimento de processos de formação de palavras distinguindo o regular do irregular;
  • análise gramatical de orações e frases que torne possível
    • sistematizar o conhecimento articulado sobre constituintes da frase e respetivas funções sintáticas;
    • explicitar funções sintáticas internas à frase, na frase simples e na frase complexa;
    • classificar orações;
  • explicitação de valores aspetuais expressos pelo sistema verbal nos textos orais e escritos;
  • distinção entre situações estativas e eventos;
  • exercitação e análise, no modo oral e escrito, de processos discursivos e textuais que tornem possível
    • explicitar meios para dar coesão e coerência a um texto;
    • explicitar modos de reprodução do discurso;
    • explicitar diferentes formas de expressão do aspeto;
  • reconhecimento e exercitação na leitura e na escrita do discurso direto, indireto e indireto livre.
Descritores do Perfil dos alunos

Questionador (A, F, G, I, J)

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Oficina Multimédia B

Introdução

A disciplina de Oficina de Multimédia B é uma opção do 12.º ano de escolaridade que se destina aos alunos do Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais ou a alunos de outros cursos que, nos termos da legislação aplicável, optem por um percurso educativo ou formativo próprio.

Neste documento enunciam-se as Aprendizagens Essenciais (conjunto de conhecimentos, capacidades e atitudes) de Oficina de Multimédia B, que tomam como ponto de partida não só o documento curricular em vigor, mas também as implicações práticas e pressupostos do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA).

Esta articulação entre as aprendizagens essenciais que a disciplina - através do equilíbrio estabelecido entre os conhecimentos basilares das linguagens visual, audiovisual e multimédia, a capacidade técnica e tecnológica na utilização básica de alguns equipamentos fundamentais de captação de imagem, de som e de vídeo, bem como o domínio de funções essenciais das aplicações digitais de edição de imagem, de som e de vídeo, de forma a integrar e aplicar os diversos meios no desenvolvimento de projetos multimédia, individualmente e em equipa - constitui um contributo significativo para o desenvolvimento das áreas de competências inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, não apenas nos domínios do Saber científico, técnico e tecnológico, das Linguagens e textos, da Informação e comunicação e do Raciocínio e resolução de problemas, mas igualmente ao nível do Pensamento crítico e do pensamento criativo, da Sensibilidade estética e artística, do Relacionamento interpessoal e do Desenvolvimento pessoal e autonomia. Assim, com esta disciplina, pretende-se que os alunos se apropriem de conceitos nucleares associados à multimédia de modo a desenvolver processos que contribuem para a autonomia, no sentido de consolidar e aprofundar os conhecimentos, independente de aplicações específicas, no sentido de gerar capacidade de adaptação a diferentes ambientes e processos de trabalho.

As Aprendizagens Essenciais de Oficina Multimédia B organizam-se nos seguintes domínios:

  • Introdução ao multimédia digital
  • Narrativa para multimédia
  • Texto
  • Imagem digital
  • Som digital
  • Vídeo
  • Animação
  • Projeto Multimédia

A lógica prevalecente para abordagem dos diversos domínios deverá ser a do desenvolvimento de desafios, problemas ou projetos, recomendando-se um trabalho integrado dos diferentes domínios, bem como a articulação com outras áreas disciplinares e a colaboração com os serviços e em projetos da escola, com a família e com instituições regionais, nacionais ou internacionais.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Introdução ao multimédia digital
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender os conceitos associados às diferentes dimensões da multimédia.

Identificar os tipos de multimédia.

Identificar os suportes de multimédia.

Compreender os conceitos relacionados com os elementos gráficos para multimédia.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • ser rigoroso, articular e usar de forma consistente conhecimentos na área da multimédia, incluindo texto, som, imagem, vídeo e animação;
  • selecionar informação pertinente, conforme os domínios e/ou projetos a desenvolver;
  • mobilizar conhecimento sobre normas relacionadas com os direitos de autor, publicação e proteção de dados;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • propor soluções criativas, originais e diversificadas, na abordagem dos domínios e no desenvolvimento de projetos multimédia;
  • criar produtos, objetos ou soluções, face a desafios;
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso argumentativo, expressando tomadas de posição, apresentando argumentos e contra-argumentos;
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões, análises de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento específico da área;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias e situações, identificando os elementos ou dados, em particular, numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte de o aluno:

  • executar tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivar a procura e aprofundamento de informação;
  • recolher dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte de o aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • respeitar diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e ou forma de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, que sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte de o aluno:

  • realizar tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • ser organizado (por exemplo, criar planos com as etapas do projeto e respetiva calendarização, registos individuais do trabalho realizado);
  • realizar trabalho autónomo, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte de o aluno:

  • saber questionar uma situação-problema;
  • organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
  • interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.

Promover estratégias que impliquem por parte de o aluno:

  • desencadear ações de comunicação uni e bidirecional;
  • desencadear ações de resposta, apresentação, iniciativa;
  • desencadear ações de questionamento organizado.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
  • descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
  • considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
  • reorientar o seu trabalho a partir da explicitação de feedback do professor, individualmente ou em grupo.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com outros e apoiar terceiros em tarefas;
  • fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
  • apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de equipa).

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • assumir as responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
  • organizar e realizar autonomamente tarefas;
  • assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
  • apresentar trabalhos e fazer auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam:

  • desencadear ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • analisar e refletir sobre o seu posicionamento perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • estar disponível para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, I)

Criativo (A, C, D, H)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, E, I)

Indagador/ Investigador (B, C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, D, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, D, F, I)

Questionador (A, B, C, D, E, F, I)

Comunicador (A, B, D, E, H, I)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F, H, I)

Responsável/ autónomo (D, E, F, G)

Cuidador de si e do outro (D, E, F, G)

Organizador
Narrativa para multimédia
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Conhecer diferentes narrativas para conteúdos multimédia.

Organizador
Texto
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender elementos gráficos, nomeadamente, a utilização das fontes mais adequadas a cada produto multimédia.

Saber usar os diversos elementos gráficos, nomeadamente as fontes, com equilíbrio, do ponto de vista compositivo.

Criar um produto gráfico integrando de forma harmoniosa os diferentes elementos.

Organizador
Imagem digital
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender os diversos tipos e formatos de imagem digital.

Conhecer diferentes modelos de cor e resoluções de imagem, conforme o objetivo do produto.

Utilizar ferramentas de edição de imagem vetorial e bitmap.

Saber realizar operações de manipulação e edição de imagem digital.

Integrar imagem digital num produto multimédia.

Organizador
Som digital
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar diversos formatos de áudio.

Conhecer equipamentos de captação de som.

Utilizar ferramentas de edição de áudio.

Captar e editar som de forma a produzir áudio para suportes multimédia.

Organizador
Vídeo
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Conhecer o enquadramento de planos e ângulos de captação de vídeo.

Saber editar vídeo.

Criar um guião com narrativa para vídeo.

Integrar elementos de texto, imagem e som na produção de vídeo.

Organizador
Animação
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Conhecer técnicas de animação.

Utilizar ferramentas de animação digital.

Criar animação 2D ou 3D.

Organizador
Projeto Multimédia
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Conhecer o conceito de projeto multimédia.

Compreender as fases de desenvolvimento de um projeto para a concretização de um produto multimédia.

Desenvolver métodos de trabalho e organização, através do planeamento e desenvolvimento de projetos multimédia.

Oficina de Artes

Introdução

A disciplina de Oficina de Artes deve ter uma componente experimental que envolva um estudo conceptual, baseado nas artes contemporâneas. Com enfoque na experimentação de diferentes formas de registo, que permita conhecer o comportamento e as sensações estéticas dos diferentes materiais inerentes às artes plásticas. A transdisciplinaridade e a multimodalidade devem ser o eixo basilar nesta diciplina e deve apresentar uma componente experimental, baseada no pensamento, expressão e projeto, onde o processo deve ser valorizado.

Neste sentido, e por uma educação artística abrangente que responda aos paradigmas da arte contemporânea, que fortaleça, potencie e desenvolva características necessárias para uma sociedade globalizada e diversificada, com enfoque no Eu, no Outro e no Coletivo, consideramos como aprendizagens essenciais as capacidades criativas e críticas para procurar, sintetizar, manipular, transformar, programar, recriar e disseminar informação em diferentes suportes visuais.

A disciplina de Oficina das Artes deve promover aspetos cognitivos e metacognitivos para desenvolver competências pessoais, cívicas e colaborativas através da linguagem das artes visuais para:

  • Implementar projetos de trabalho (turma/escola/comunidade) com temas transversais que integrem conteúdos de várias disciplinas de forma a promover questões identitárias/cidadania;
  • Combinar atividades e exercícios que valorizem, simultaneamente, a descoberta e a interrogação, a aprendizagem prática e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e colectiva;
  • Desenvolver a reflexão crítica sobre os conhecimentos, sobre as interpretações possíveis e que promovam espírito de inquérito e capacidades de agir, utilizando processos de pensar e de fazer artísticos para resolver problemas num futuro que desejamos mais sustentável.

As Aprendizagens Essenciais para a disciplina de Oficina das Artes estão estruturadas por Domínios, comuns às disciplinas da Educação Artística, designadamente: Apropriação e Reflexão; Interpretação e Comunicação; Experimentação e Criação.

Estes Domínios, separados apenas por uma questão metodológica, são entendidos como realidades interdependentes, tal como explicitado no esquema seguinte:

Domínios


Sugere-se que todas as aprendizagens identificadas como essenciais sejam propiciadas pelos professores através de estratégias metodológicas alicerçadas na capacidade de análise e de síntese e na realização de projetos de diferentes áreas disciplinares artísticas e/ou interdisciplinares que possibilitem a aquisição das propostas consideradas no Programa de Oficina das Artes e para o desenvolvimento das áreas de competência previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
APROPRIAÇÃO E REFLEXÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Analisar as diferentes manifestações artísticas e outras realidades visuais, mobilizando diferentes critérios estéticos;

Demonstrar consciência e respeito pela diversidade cultural e artística;

Compreender as características da linguagem das artes visuais em diferentes contextos culturais;

Compreender o desenho como forma de pensamento comunicação e criação nas variadas áreas de produção artística, tecnológica e científica;

Conhecer em profundidade processos artísticos como modo de intervenção na sociedade e comunidade;

Aplicar com fluência a gramática da linguagem visual;

Dominar o desenho como forma de pensamento e comunicação;

Refletir sobre temas de identidade e do quotidiano utilizando referências da arte contemporânea;

Dominar processos de questionamento.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos;
  • seleção de informação pertinente;
  • organização sistematizada das ideias e decisões autónomo das tarefas a realizar;
  • análise de obras de arte identificando os seus elementos e intenções;
  • tarefas de verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a intencionalidade do trabalho artístico;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • imaginar hipóteses face a um fenómeno ou evento;
  • conceber situações onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
  • imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
  • criar um objeto, bidimensional ou tridimensional, face a um desafio;
  • analisar obras de arte com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
  • fazer predições;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo,escultura, pintura, desenho, video);
  • criar soluções estéticas criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso (oral ou escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra- argumentos, rebater os contra-argumentos);
  • organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
  • analisar obras de arte com diferentes pontos de vista; confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferença;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • incentivo à procura e aprofundamento de informação;
  • recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
  • promover estratégias que induzam respeito por diferenças de características, crenças ou opiniões;
  • confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de um dado problema e ou maneira de o resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais, que sejam de incidência local, nacional ou global.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • tarefas de síntese;
  • tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • registo seletivo;
  • organização (por exemplo, construção de sumários, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
  • elaboração de portefólio físico ou digital;
  • promoção do estudo autónomo com o apoio do professor, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
  • posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
  • disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)

Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)

Organizador
INTERPRETAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Comunicar, utilizando discursos multimodais recorrendo a técnicas variadas;

Interpretar a multiplicidade de respostas das artes visuais na contemporaneidade;

Interpretar vivências de modo a construir narrativas que se podem concretizar nas variadas áreas da produção artística contemporânea;

Refletir sobre vivências que tenham tido mostras de arte.

Organizador
EXPERIMENTAÇÃO E CRIAÇÃO
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Manipular com intencionalidade os diferentes processos artísticos;

Dominar as diferentes fases metodológicas de desenvolvimento de um projeto, nas diversas áreas em estudo;

Intervencionar criticamente, no âmbito da realização plástica, na comunidade em que está inserido;

Transformar os conhecimentos adquiridos nos seus trabalhos de um modo pessoal;

Elaborar discursos visuais informados e criativos utilizando metodologias de trabalho faseadas;

Romper limites para imaginar novas soluções;

Experimentar materiais, técnicas e suportes com persistência;

Concretizar projetos artísticos temáticos individuais e de grupo partindo do desenho;

Dinamizar intervenções artísticas colaborativas no âmbito da cidadania e da sustentabilidade pessoal, social e ambiental;

Apresentar publicamente um portefólio de produto em forma digital e física;

Organizar exposições com os projetos e produções multidisciplinares.