História e Geografia de Portugal

História e Geografia de Portugal
5.º Ano
2.º Ciclo
Ensino Básico
Introdução

As Aprendizagens Essenciais (AE) identificam as competências que se pretendem desenvolver com a disciplina de História e Geografia de Portugal (HGP) no 2.º ciclo e constituem-se como o documento curricular base para a planificação, realização e avaliação do ensino e da aprendizagem, contribuindo para a consecução do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). Identificando as AE permite-se o aprofundamento de temas, as explorações interdisciplinares e a mobilização de componentes locais do currículo.

A disciplina de HGP resulta da integração das duas áreas do saber, História e Geografia, devendo promover-se a intradisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a mobilização de saberes adquiridos no ciclo anterior, possibilitando a realização de aprendizagens globalizantes e significativas, com o objetivo de adquirir um conhecimento diacrónico da história e do território de Portugal. A abordagem em HGP deverá, ainda, privilegiar a adoção de metodologias das duas áreas do saber, estabelecendo a articulação com o ciclo seguinte, no qual as duas disciplinas se autonomizam.

Pretende-se que o aluno compreenda o papel fundamental que a História e a Geografia desempenham no estudo do país, no que respeita às suas características físicas e humanas e à sua evolução histórico-cultural, promovendo a inclusão, o respeito pela diversidade, a cooperação, a valorização dos direitos humanos e a sensibilização para a finitude do planeta. Esta disciplina evidencia, ainda, a necessidade de saber gerir o território e os recursos de que dispomos, incluindo os patrimoniais, a diferentes escalas.

No 5.º ano de escolaridade, as AE definidas incidem no estudo da Península Ibérica: localização, quadro natural e primeiros povos, seguido do estudo da Formação de Portugal até ao período da Restauração.

Para além das aprendizagens identificadas para cada tema do Programa, ao longo do 2.º ciclo, o aluno deve desenvolver um conjunto de competências específicas da disciplina, transversais a vários temas e anos de escolaridade, que se articulam com as áreas de competências do PA:

  • Utilizar referentes de tempo e de unidades de tempo histórico: antes de, depois de, milénio, século, ano, era; (A, B, C, I)
  • Localizar, em representações cartográficas de diversos tipos, os locais e/ou fenómenos históricos referidos; (A, B, C, I)
  • Localizar, em representações cartográficas, diversos espaços e territórios que lhe dão identidade, utilizando diferentes escalas e mobilizando os mais diversos tipos de informação georreferenciada, relacionando as suas características mais importantes para compreender a dimensão espacial de Portugal e da sua inserção no Mundo; (A, B, C, D, F, G, I)
  • Identificar fontes históricas, de tipologia diferente; (A, B, C, D, F, I)
  • Aprender a utilizar conceitos operatórios e metodológicos das áreas disciplinares de História e de Geografia; (C; D; F; I)
  • Estabelecer relações entre as formas de organização do espaço português e os elementos naturais e humanos aí existentes em cada época histórica e na atualidade; (A, B, C, D, F, G, I)
  • Conhecer, sempre que possível, episódios da História regional e local, valorizando o património histórico e cultural existente na região/local onde habita/estuda; (A, B, D, E, F, G, H, I)
  • Reconhecer a ação de indivíduos e de grupos em todos os processos históricos e de desenvolvimento sustentado do território; (A, B, C, D, F, G, H, I)
  • Desenvolver a sensibilidade estética; (A, B, D, F, H, I, J)
  • Promover o respeito pela diferença, reconhecendo e valorizando a diversidade: étnica, ideológica, cultural, sexual; (A, B, C, D, E, F, G, H, I)
  • Valorizar a dignidade humana e os direitos humanos, promovendo a diversidade, as interações entre diferentes culturas, a justiça, a igualdade e equidade no cumprimento das leis. (A, B, C, D, E, F, G, H, I)

Os documentos de referência considerados para a elaboração das AE foram o Programa e as Metas Curriculares.

Áreas de Competências do perfil dos Alunos (ACPA)
Linguagens e Textos
Informação e comunicação
Raciocínio e resolução de problemas
Pensamento crítico e pensamento criativo
Relacionamento interpessoal
Desenvolvimento pessoal e autonomia
Bem-estar, saúde e ambiente
Sensibilidade estética e artística
Saber científico, técnico e tecnológico
Consciência e domínio do corpo
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
A PENÍNSULA IBÉRICA – LOCALIZAÇÃO E QUADRO NATURAL
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar e localizar os elementos geométricos da esfera terrestre numa rede cartográfica;

Interpretar diferentes tipos de mapas utilizando os elementos de um mapa: rosadosventos, título, legenda e escala;

Localizar Portugal continental e insular, em relação a diferentes espaços geográficos (Península Ibérica, Europa, Mundo), com recurso aos pontos cardeais e colaterais e a outros elementos geográficos de referência;

Descrever e representar em mapas as principais características da geografia física (relevo, clima, hidrografia e vegetação) em Portugal e na Península Ibérica, utilizando diferentes variáveis visuais (cores e símbolos);

Utilizar representações cartográficas (em suporte físico ou digital) na localização dos elementos físicos do território e na definição de itinerários;

Descrever situações concretas referentes a alterações na paisagem, decorrentes da ação humana;

Aplicar as TIC e as TIG para localizar e conhecer características físicas do território português e da Península Ibérica;

Identificar/aplicar os conceitos: localização, pontos cardeais e colaterais, bússola, itinerário, planta, globo terrestre, mapa, planisfério, continente, oceano, equador, trópicos, hemisfério, formas de relevo do litoral, erosão marinha, cursos de água, vegetação natural, zona temperada.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • organizar de forma sistematizada a leitura e o estudo autónomo;
  • analisar factos e situações, selecionando alguns elementos ou dados, nomeadamente a localização e as características históricas e geográficas;
  • recolher e selecionar dados de fontes históricas fidedignas para análise de temáticas em estudo;
  • desenvolver a memorização, associando-a à compreensão, de forma a conseguir mobilizar o memorizado, privilegiando a informação estatística e cartográfica;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares;
  • pesquisar de forma progressivamente autónoma;
  • mobilizar as TIC e as TIG (Google Earth, Open Street Map e BIG Data, como por exemplo, a Pordata) para representar informação histórica e geográfica (por exemplo: património natural e cultural);
  • valorizar o património histórico e geográfico.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:

  • mobilizar conhecimento adquirido aprendendo a aplicá-lo em situações históricas e geográficas específicas, sensibilizando desta forma os alunos para as noções de permanência e de mudança
  • formular algumas hipóteses sustentadas em evidências, face a um acontecimento ou processo histórico e/ou geográfico;
  • propor alternativas de interpretação a uma forma tradicional de abordar uma situação- problema em Geografia;
  • criar objetos, mapas e esquemas conceptuais, textos ou soluções face a desafios;
  • analisar textos ou suportes gráficos com diferentes perspetivas de um mesmo problema, aprendendo a conceber e sustentar um ponto de vista próprio;
  • usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, imagens, mapas e gráficos);
  • promover a multiperspetiva em História e em Geografia, num quadro de desenvolvimento pessoal e autónomo;
  • criar soluções estéticas progressivamente criativas e pessoais.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • -mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos, rebater os contra-argumentos) de forma progressiva e orientada;
  • organizar debates orientados que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados;
  • organizar o discurso oral ou escrito recorrendo a conceitos operatórios da História e da Geografia, numa perspetiva multiescalar;
  • organizar o discurso oral ou escrito recorrendo a conceitos metodológicos da História, nomeadamente fontes;
  • discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar incluindo conhecimento disciplinar específico da História e da Geografia;
  • analisar fontes escritas históricas com diferentes pontos de vista, problematizando-os;
  • problematizar situações;
  • analisar factos, teorias, situações, padrões de distribuição e projeções, nomeadamente face a desafios demográficos e de sustentabilidade do território, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que induzam ao respeito pela diferença e diversidade:

  • aceitar e/ou argumentar diversos pontos de vista;
  • saber interagir com os outros no respeito pela diferença e pela diversidade;
  • confrontar ideias e perspetivas geográficas e históricas distintas, respeitando as diferenças;
  • analisar factos, teorias, situações, padrões de distribuição e projeções, nomeadamente face a desafios demográficos e de sustentabilidade do território, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • realizar tarefas de pesquisa histórica e geográfica sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
  • executar tarefas de síntese através de mapas de conceitos, de textos e de cartografia;
  • executar tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
  • aprender a registar seletivamente os dados históricos e geográficos obtidos.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber colocar questões-chave;
  • questionar os seus conhecimentos prévios.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  •  comunicar uni, bi e multidirecionalmente;
  •  responder, apresentar, mostrar iniciativa;
  •  questionar de forma organizada.

Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:

  • autoavaliar as aprendizagens adquiridas, os seus comportamentos e atitudes;
  • aceitar as críticas dos pares e dos professores de forma construtiva, no sentido de melhorar o seu desempenho.

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com os pares e professores, no sentido de melhorar ou aprofundar as suas ações;
  • apoiar o trabalho colaborativo;
  • saber intervir de forma solidária;
  • ser solidário nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização;
  • estar disponível para se autoaperfeiçoar.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • assumir responsabilidades nas tarefas, atitudes e comportamentos;
  • assumir e cumprir compromissos;
  • apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e de funções que assumiu

 

Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)

Criativo (A, C, D, J)

Crítico /Analítico (A, B, C, D, G)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)

Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)

Questionador (A, F, G, I, J)

Comunicador (A, B, D, E, H)

Autoavaliador (transversal às áreas)

Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Organizador
A PENÍNSULA IBÉRICA: DOS PRIMEIROS POVOS À FORMAÇÃO DE PORTUGAL
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Primeiros povos na Península

Distinguir o modo de vida das comunidades recoletoras do das comunidades agropastoris, nomeadamente das castrejas;

Compreender que o processo de sedentarização implicou uma maior cooperação interpessoal, criando as bases da vida em sociedade;

Identificar os povos que se instalaram na Península Ibérica, relacionando esse fenómeno com a atração exercida pelos recursos naturais;

Aplicar o conceito de fonte histórica, partindo da identificação de vestígios materiais;

Identificar/aplicar os conceitos: utensílio, recoleção, nómada, sedentário.

Os romanos na Península Ibérica

Identificar ações de resistência à presença dos romanos;

Identificar aspetos da herança romana na Península Ibérica;

Aplicar o método de datação a. C e d. C.;

Identificar/aplicar os conceitos: cristianismo, era cristã, romanização.

Os muçulmanos na Península Ibérica

Analisar o processo muçulmano de ocupação da Península Ibérica, reconhecendo a existência de interações de conflito e de paz;

Identificar aspetos da herança muçulmana na Península Ibérica;

Identificar/aplicar os conceitos: árabe, muçulmano, mouro, reconquista.

A formação do reino de Portugal

Contextualizar a autonomia do Condado Portucalense e a formação do Reino de Portugal no movimento de conquista cristã, ressaltando episódios de alargamento do território e da luta de D. Afonso Henriques pela independência;

Referir os momentos-chave de autonomização e reconhecimento da independência de Portugal, nomeadamente o Tratado de Zamora e o reconhecimento papal da nova potência;

Identificar/aplicar os conceitos: condado, fronteira, independência, reino, monarquia.

Organizador
PORTUGAL DO SÉCULO XIII AO SÉCULO XVII
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Portugal no século XIII

Caracterizar os modos de vida dos diversos grupos sociais (clero, nobreza e povo);

Sublinhar a importância das comunidades judaica e muçulmana na sociedade medieval portuguesa;

Relacionar a organização do espaço português do século XIII com os recursos naturais e humanos e com a distribuição das atividades económicas;

Reconhecer a importância assumida pela expansão de feiras e de mercados no crescimento económico do século XIII;

Analisar a fixação das fronteiras e do território nacional levada a cabo ao longo do século XIII e reconhecida pelo Tratado de Alcanizes em 1297;

Identificar monumentos representativos do período;

Identificar/aplicar os conceitos: documento; território, produção artesanal, comércio, nobreza, clero, concelho, carta de foral, ordem religiosa, mosteiro, tratado.

1383-85 - Um tempo de revolução

Referir as causas políticas e sociais que desencadearam a crise de 1383-85;

Identificar a crise de 1383-85 como um momento de rutura e a primeira grande crise portuguesa;

Referir os aspetos mais importantes da ação do Mestre de Avis, de Nuno Álvares Pereira, de Álvaro Pais e de João das Regras;

Destacar a importância das Cortes de Coimbra na legitimação do novo rei, dando início a uma nova dinastia;

Evidenciar o carácter decisivo da batalha de Aljubarrota;

Identificar/aplicar os conceitos: revolução, dinastia, Cortes, crise, burguês.

Portugal nos séculos XV e XVI

Identificar as principais etapas do processo de exploração da costa ocidental africana;

Referir a importância do conhecimento dos ventos e das correntes marítimas para a progressão pela costa ocidental africana;

Identificar os principais navios e instrumentos náuticos utilizados pelos portugueses na expansão marítima;

Destacar a ação do Infante D. Henrique e de D. João II;

Localizar territórios do império português quinhentista;

Referir o contributo das grandes viagens para o conhecimento de novas terras, povos e culturas, nomeadamente as de Vasco da Gama, de Pedro Álvares Cabral e de Fernão de Magalhães;

Sublinhar a importância dos movimentos migratórios no contexto da expansão portuguesa, ressaltando alterações provocadas pela expansão, nomeadamente uma maior miscigenação étnica, a troca de ideias e de produtos, a submissão violenta de diversos povos e o tráfico de seres humanos;

Reconhecer o papel da missionação católica na expansão portuguesa;

Valorizar a diversidade cultural e o direito à diferença;

Enumerar características do estilo Manuelino, sublinhando a sua relação com a expansão marítima;

Identificar/aplicar os conceitos: expansão marítima, rota, colonização, escravo, etnia e migração.

Da União Ibérica à Restauração

Analisar as consequências políticas da morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir, evidenciando 1578-80 como o segundo grande momento de crise política e social de Portugal;

Apontar as causas de descontentamento com o domínio filipino que desembocaram na revolta do 1.º de Dezembro de 1640;

Identificar/aplicar o conceito: Restauração.