História da Cultura e das Artes

História da Cultura e das Artes
10.º Ano
Formação Específica
Ensino Secundário
Introdução

As Aprendizagens Essenciais (AE) de História da Cultura e das Artes visam identificar as competências (conhecimentos, capacidades e atitudes) que os alunos devem desenvolver no contexto desta disciplina e que contribuem e para desenvolvimento das áreas de competência definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

Recorrendo à multiperspetiva, à contextualização histórica e à análise de obras/objetos de arte relevantes para a história da cultura e das artes, pretende-se que o aluno conheça, interprete e analise formas de expressão artística produzidas em determinadas épocas e espaços, construindo uma cultura visual e artística e desenvolvendo a sensibilidade estética e o juízo de gosto.

Assim, pretende-se que os alunos do 10.º ano desenvolvam uma consciência cultural e artística com base no estabelecimento de comparações entre realidades espácio-temporais distintas, a partir do conhecimento de factos históricos essenciais desde a Antiguidade Clássica até ao Renascimento e do contacto com a produção artística dessas épocas, através do reconhecimento das suas caraterísticas essenciais permitindo-lhes, deste modo, assumir uma posição crítica, participativa e informada na sociedade, reconhecendo a utilidade da História da Cultura e das Artes para a compreensão do mundo em que vivem, numa perspetiva humanista.

Tendo como referência as áreas de competências inscritas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, para além das AE identificadas, o aluno deve desenvolver um conjunto de competências específicas da disciplina e transversais aos anos de escolaridade:

  • Situar cronologicamente as principais etapas da evolução humana que encerram fenómenos culturais e artísticos específicos. (A, B, C, D, F, I)
  • Reconhecer o contexto espacial dos diversos fenómenos culturais e artísticos. (A, B, C, D, F, I)
  • Valorizar o local e o regional enquanto cruzamento de múltiplas interações (artísticas, culturais, políticas, económicas e sociais). (A, B, C, D, F, H, I)
  • Reconhecer características dos diferentes tempos médios, normalmente designados como conjunturas ou épocas históricas. (A, B, C, D, F, I)
  • Analisar criticamente diferentes produções artísticas, tendo em conta os aspetos técnicos, formais e estéticos, e integrando-as nos seus contextos históricos (económicos, sociais, culturais, religiosos, militares e geográficos). (A, B, C, D, F, H, I)
  • Reconhecer diferentes produções artísticas na época histórica e cultural em que se inserem, ou seja, saber-ver, saber-ouvir, saber-interpretar e saber-contextualizar. (A, B, C, D, F, H, I)
  • Sintetizar a informação relativa às características históricas, culturais e artísticas, tendo em linha de conta continuidades, inovações e ruturas. (A, B, C, D, F, H, I)
  • Pesquisar e analisar, de forma autónoma e planificada, utilizando fontes de natureza diversa, informação relevante para assuntos em estudo, manifestando sentido crítico na seleção adequada de contributos. (A, B, C, D, F, I)
  • Identificar a multiplicidade de fatores e a relevância da ação de indivíduos ou grupos, relativamente a fenómenos históricos e artísticos circunscritos no tempo e no espaço. (A, B, C, D, F, H, I)
  • Relacionar as manifestações artísticas e culturais da história de Portugal com as manifestações artísticas e culturais da história europeia e mundial, distinguindo articulações dinâmicas e analogias/especificidades. (A, B, C, D, F, G, H, I)
  • Utilizar, em cada área artística, vocabulário específico. (A, B, C, D, F, I)
  • Elaborar e comunicar, com correção linguística e de forma criativa, sínteses de assuntos estudados, recorrendo a diversas formas de comunicação (textos, imagens, vídeos, entre outras). (A, B, C, D, F, H, I)
  • Desenvolver a capacidade de reflexão, a sensibilidade estética e artística e o juízo crítico, estimulando a fruição de bens culturais e artísticos. (A, B, C, D, E, F, G, H, I)
  • Emitir opiniões pessoais fundamentadas sobre produções artísticas das épocas em estudo, utilizando a linguagem das artes visuais. (A, B, C, D, E, F, H, I)
  • Manifestar abertura à dimensão intercultural das sociedades contemporâneas. (A, B, C, D, E, F, H)
  • Desenvolver a autonomia pessoal e a clarificação de um sistema de valores, numa perspetiva humanista. (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J)
  • Respeitar a biodiversidade, valorizando a importância da riqueza das espécies vegetais e animais para o desenvolvimento das comunidades humanas. (A; B; D; F; G)
Áreas de Competências do perfil dos Alunos (ACPA)
Linguagens e Textos
Informação e comunicação
Raciocínio e resolução de problemas
Pensamento crítico e pensamento criativo
Relacionamento interpessoal
Desenvolvimento pessoal e autonomia
Bem-estar, saúde e ambiente
Sensibilidade estética e artística
Saber científico, técnico e tecnológico
Consciência e domínio do corpo
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Módulo Inicial: CRIATIVIDADE E RUTURAS
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender a existência de grandes ruturas culturais e estéticas do século XX e XXI, como ponto de partida para a própria abordagem da disciplina.

Reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico-cultural em que se enquadram.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:

  • realizar tarefas de memorização, associadas à compreensão e uso de saber;
  • estabelecer relações intra e interdisciplinares;
  • valorizar o património histórico, artístico, cultural, natural, local, regional e europeu, numa perspetiva de construção da cidadania europeia;
  • reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico-cultural em que se enquadram.

Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos e que lhes permitam:

  • mobilizar o conhecimento adquirido, aplicando-o de forma criativa em situações específicas, simples e complexas (organizando, por exemplo, de forma original e pessoal, quadros comparativos entre processos de criação artística e cultural do passado e do presente);
  • valorizar formas criativas de intervenção democrática no contexto dos ambientes de aprendizagens e na vida coletiva da escola;
  • utilizar meios diversos para expressar as aprendizagens, sabendo justificar a escolha desses meios e criando soluções criativas, originais e pessoais, no desenvolvimento e apresentação dos trabalhos.

Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:

  • mobilizar o discurso oral, escrito e visual de forma argumentativa, tendo em conta a necessidade de estruturarem o pensamento para poderem expressar tomadas de posição, apresentarem argumentos e contra-argumentos e rebaterem os contra-argumentos de modo sistemático e autónomo;
  • organizar e/ou participar em debates que requeiram sustentação de afirmações e a elaboração de opiniões com base em factos históricos e conhecimentos da história da cultura e das artes;
  • discutir conceitos, factos e processos históricos, artísticos e culturais, numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar;
  • analisar diversos tipos de fontes históricas, artísticas e culturais com diferentes pontos de vista, problematizando-os de forma autónoma.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • recolher e selecionar informações de fontes fidedignas para a análise das temáticas em estudo;
  • organizar de forma sistematizada e autónoma a informação recolhida;
  • saber estudar com autonomia e método;
  • analisar factos históricos e obras artísticas, selecionando informação relevante para o tema em estudo;
  • saber problematizar os conhecimentos adquiridos de forma escrita, oral, visual e audiovisual.

Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:

  • aceitar argumentos e contra-argumentar, tendo em conta diversos pontos de vista;
  • saber interagir com os outros no respeito pela diferença de opiniões e pela diversidade de pontos de vista;
  • valorizar o mundo natural e a dignidade animal, através do respeito pela preservação da natureza e pelos direitos dos animais.

Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:

  • planificar, sintetizar, rever e monitorizar o trabalho, no contexto das suas aprendizagens;
  • registar seletivamente a informação recolhida em fontes fidedignas de diversos tipos;
  • organizar as informações de modo consolidar os  conhecimentos adquiridos, através, por exemplo, da construção de sínteses com base em informações recolhidas em fontes fidedignas ou elaborar relatórios de visitas de estudo ou aulas de campo, obedecendo a critérios e objetivos específicos;
  • elaborar planos específicos e gerais, assim como esquemas simples e complexos, estabelecendo cruzamentos de informação escrita e visual;
  • organizar e sistematizar, seguindo tipologias diversas, acontecimentos históricos interligando- os com os contextos artísticos e culturais de cada época.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber colocar questões-chave cuja resposta abranja acontecimentos ou processos históricos, assim como o legado artístico e cultural;
  • saber colocar questões a terceiros;
  • questionar os seus conhecimentos prévios.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber comunicar uni, bi e multidirecionalmente;
  • responder, apresentar, mostrar iniciativa; específicos;
  • elaborar planos específicos e gerais, assim como esquemas simples e complexos, estabelecendo cruzamentos de informação escrita e visual;
  • organizar e sistematizar, seguindo tipologias diversas, acontecimentos históricos interligando- os com os contextos artísticos e culturais de cada época.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber colocar questões-chave cuja resposta abranja acontecimentos ou processos históricos, assim como o legado artístico e cultural;
  • saber colocar questões a terceiros;
  • questionar os seus conhecimentos prévios.

Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:

  • saber comunicar uni, bi e multidirecionalmente;
  • responder, apresentar, mostrar iniciativa;

Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:

  • colaborar com os pares e docentes, no sentido de melhorar ou aprofundar as suas ações;
  • apoiar o trabalho colaborativo;
  • saber intervir de forma solidária;
  • ser solidário nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização.

Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:

  • assumir responsabilidades nas tarefas e perante atitudes e comportamentos manifestados;
  • assumir e cumprir compromissos;
  • apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
  • dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.

Promover estratégias que induzam o aluno a:

  • estar disponível para se autoaperfeiçoar;
  • preservar os espaços, os materiais e os equipamentos individuais e coletivos;
  • estar atento às necessidades dos seus pares e da comunidade, podendo exercitar formas de participação;
  • valorizar os saberes do outro, compreendendo as suas intenções e ajudando-o a expressar e argumentar as suas ideias.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor, Sabedor, Culto e Informado (A, B, C, D, F, I)

Criativo (A, B, C, D, F, H, I,)

Crítico e Analítico (A, B, C, D, E, F, H, I)

Indagador e Investigador (A, B, C, D, F, I)

Respeitador da diferença/ do outro (A, B, C, D, E, F, G, I)

Sistematizador e Organizador (A, B, C, D, F, I)

Questionador (A, B, C, D, E, F, I)

Comunicador (A, B, C, D, E, F, I, J)

Autoavaliador e Heteroavaliador (transversal às áreas)

Participativo e Colaborador (B, C, D, E, F)

Responsável e Autónomo (C, D, E, F, G, I)

Cuidador de si e do outro (B, E, F, G, J)

Organizador
Módulo 1: A CULTURA DA ÁGORA – O homem da democracia de Atenas
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Avaliar o contributo de Péricles para a consolidação da democracia no século V a. C.

Identificar a Grécia como berço do urbanismo ocidental relacionando diversos espaços públicos de Atenas, nomeadamente a Ágora e a Acrópole com a vida da pólis, o diálogo, o comércio, a política, a razão.

Compreender a construção identitária da sociedade grega clássica - os deuses e o Olimpo, os heróis, enquanto homens com poderes de deuses; a importância dos mitos, dos sentimentos, das virtudes e da razão.

Compreender, a partir do Parthenon, síntese da arquitetura grega e do templo de Athena Niké, as ordens arquitetónicas como sistema racional de construção.

Demonstrar o carácter cívico, sagrado e de formação moral do teatro grego.

Interpretar a evolução dos principais aspetos técnicos, formais e estéticos dos diversos períodos da escultura da cerâmica e da pintura gregas.

Reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico-cultural em que se enquadram.

Organizador
Módulo 2: A CULTURA DO SENADO – A lei e a ordem no Império
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Interpretar as principais realizações de Otávio.

Explicar a relevância do Direito Romano e do Latim na construção e manutenção do Império Romano.

Explicar a importância do modelo urbano nas cidades do Império: ruas, praças, templos, casas, banhos, o Coliseu.

Relacionar a monumentalidade da arquitectura e do urbanismo romanos com a expansão imperial, identificando tipologias dos edifícios públicos.

Compreender as características essenciais da arquitetura romana: utilidade, grandiosidade e avanços tecnológicos, percebendo de que modo o urbanismo era uma materialização do Imperium.

Compreender, a partir de edifícios públicos e privados, que tipo de cultura do ócio foi desenvolvida pelos romanos.

Analisar as características formais e estéticas da escultura romana e as suas dimensões de individualismo, realismo e idealização.

Compreender as caraterísticas essenciais da pintura romana a partir da análise de exemplos dos frescos de Pompeia.

Referir as características da arte do mosaico.

Reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico-cultural em que se enquadram.

Organizador
Módulo 3: A CULTURA DO MOSTEIRO – Os espaços do Cristianismo
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreender a relevância das fronteiras dos reinos cristãos e da geografia monástica da Europa.

Conhecer aspetos da vida e feitos de Carlos Magno, enquanto modelo de imperador cristão.

Reconhecer o mosteiro românico expoente da arquitetura monástica, como espaço de autossuficiência e como centro de conhecimento e de cultura.

Reconhecer a iluminura como uma nova expressão de arte e outra forma de escrita.

Comparar formas de vida: no castelo e no mosteiro.

Reconhecer no Canto Gregoriano uma manifestação artística da devoção religiosa.

Compreender a evolução da arquitetura cristã.

Compreender a unidade e a diversidade do românico, através das características arquitetónicas principais e localizando os seus principais centros difusores.

Especificar algumas características do românico em Portugal.

Identificar aspectos temáticos e formais da escultura românica reconhecendo a sua dependência da arquitetura. Identificar manifestações da arte dos reinos muçulmanos na Península Ibérica, como expoente da civilização islâmica.

Indicar elementos característicos constituintes do edifício religioso muçulmano em território peninsular.

Referir características gerais da arte moçárabe.

Reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico cultural em que se enquadram.

Organizador
Módulo 4: A CULTURA DA CATEDRAL – As cidades e Deus
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Identificar as grandes cidades da Europa.

Analisar a organização da cidade medieval.

Distinguir o papel dos letrados na cidade, a partir da biografia de Dante.

Compreender a evolução ocorrida na arte de construir na passagem do românico para o gótico.

Reconhecer a catedral como expoente da arquitetura gótica, símbolo da afirmação dos espaços urbanos e espaço catequético, onde o vitral tem um papel relevante.

Referir características principais da arquitetura gótica.

Analisar a evolução do gótico em Portugal identificando monumentos góticos portugueses.

Justificar a crescente autonomia da escultura em relação à arquitetura.

Explicar como o medo da Peste Negra foi utilizado do ponto de vista social, político e religioso.

Contextualizar o manuelino, um estilo entre a Idade Média e o tempo novo.

Referir as características principais da arquitectura manuelina.

Relacionar a revolução pictórica flamenga com as novas técnicas e o particularismo nórdico.

Reconhecer casos práticos como produtos e agentes do processo histórico-cultural em que se enquadram.

Organizador
Módulo 5: A CULTURA DO PALÁCIO – Homens novos, espaços novos, uma memória clássica
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Explicar a relevância das rotas comerciais para uma nova perceção do mundo e do Homem.

Indicar condições favoráveis ao desenvolvimento do humanismo e ao desenvolvimento artístico italiano no século XV.

Relacionar o heliocentrismo com valores e conceitos subjacentes ao movimento renascentista.

Avaliar a importância da imprensa para o desenvolvimento das ideias humanistas.

Reconhecer as cortes principescas como centros de irradiação cultural e artística, a partir da biografia de Lourenço de Médicis e do seu exercício de mecenato.

Indicar condições favoráveis ao desenvolvimento artístico italiano no século XV e ao desenvolvimento do humanismo.

Analisar a pintura renascentista enquanto exercício intelectual.

Identificar as principais características técnicas, estéticas e formais da pintura renascentista e a definição de novos temas: o retrato; o nu; a paisagem.

Avaliar o impacto da redescoberta dos referenciais artísticos clássicos: o relevo, o retrato, a estátua equestre e a completa autonomização da escultura.

Enunciar aspectos fundamentais da obra de Brunelleschi, Donatello, Masaccio, Piero della Francesca, Rafael, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, identificando algumas obras destes artistas.

Compreender o século XVI como uma época de crise de valores e da afirmação do indivíduo.

Analisar reflexos do Renascimento e do Maneirismo em Portugal.

Anexos

Módulo Inicial: CRIATIVIDADE E RUTURAS

Síntese 1: História da Cultura e das Artes

  1. As artes enquanto cultura.
  2. As problemáticas da criação artística: criatividade e imaginação, utilidade e fruição.

Síntese 2: A linguagem das Artes Visuais

  1. As origens da arte: o útil e o belo.
  2. A arte enquanto discurso.
  3. Disciplinas, técnicas e vocabulário artístico.
  4. O mito da originalidade: o artista e a criação.

Casos práticos que podem ser analisados em alternativa (sugere-se a seleção de seis):

Three Tales (2002), Steve Reich (1936- ) (Música). Beryl Korot (Vídeo). Nonesuch Records. Warner Group Company. 3.º conto: Dolly; Radioactivity (1975), Kraftwerk (1970-); Lichtung II (1995-6), Emmanuel Nunes (1941- 2012). Ensemble Intercontemporain. Direcção Jonathan Nott. Ircam; Metastasis ou Metastaseis (1953-54), Iannis Xenakis (1922-2001) ou também peças de Elliott Cook Carter Jr. (1908-2012); Estádio Municipal de Braga (2000- 2003), Souto Moura (1952-) [Sugerem-se, em alternativa, outros estádios do Euro 2004]; The Barn (1994), Paula Rego (1935-). Coleção Joe Berardo. Sente-me, Ouve-me, Vê-me, (c.1970) e Seduzir da série de trabalhos de Helena Almeida (1934-); The large Self-Portraits (séries de 2005), Pedro Cabrita Reis (1956-); For Mozambique (model n°1 screen-kiosk-tribune celebrating a post independence utopia), 2008, de Ângela Ferreira (1958-);La Fura dels Baus (início c.1980); Nouveau cirque du Vietnam: Long Toi Mon Village, conceção e música de Nhât Ly
Nguyen, 2013; Anonntiation (1995) de Preljocaj (1957-) – coreografia de Angelin Preljocaj; Escadas nas minas de ouro de Serra Pelada. Brasil, 1986, fotografia de Sebastião Salgado (1944 -); Ville en extension (1970). Vieira da Silva (1908-1992). A obra de Vieira da Silva foi passada a azulejo por Manuel Cargaleiro (1925-), que decorou a estação do Metro do Rato, em 1997; D. Sebastião (1973), em Lagos – João Cutileiro (1937-); Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves (1991-1999), Porto – Álvaro Siza Vieira (1933-); Matadero Madrid. Centro de creación contemporánea. Inaugurado em 2005; Le 104 CentQuatre Paris. Une fabrique artistique et culturelle innovante. Inaugurado em 2008; Projeto de sinalização e comunicação do recinto da EXPO 98, Lisboa: designer Henrique Cayatte (1957-), arquiteto Pierluigi Cerri, diretores do projeto. Designer Shigeo Fukuda, autor dos pictogramas.

Módulo 1: A CULTURA DA ÁGORA – O homem da democracia de Atenas

Tempo: O Século V a.C.: O Século de Péricles.

Espaço: Atenas: a polis; a planta de Atenas; o mar e o porto.

Biografia: O Grego Péricles. Democracia e representação. Péricles e a consolidação da democracia.

Local: A Ágora: um espaço público da cidade; os homens da Ágora.

Acontecimento: A Batalha de Salamina (480 a. C.). Os exércitos em presença. As políticas imperialistas. O significado da batalha.

Síntese 1: A Mitologia: deuses e heróis. A configuração de Homero. Os deuses e o Olimpo. Os heróis, homens com poderes de deuses.

Síntese 2: A organização do pensamento. O mito, os sentimentos, as virtudes e a razão. Lógica racional e antropologia. A “razão” para Aristóteles e Platão.

1.º Caso Prático: O Parthenon e Athena Niké. Descrição do Parthenon e do templo de Athena Niké. As normas das ordens. A arquitetura e as ordens.

2.º Caso Prático: O diálogo entre o coro e Xerxes depois da fala da rainha nos Persas, de Ésquilo. O estádio e o teatro. A tragédia e a comédia. Conteúdos e técnicas nos Persas.

3.º Caso Prático: O vaso de Pronomos (cerâmica de figuras vermelhas, 410 a.C.). A representação de actores e músicos: máscaras e trajes.

4.º Caso Prático: Teatro de Priene, Século V-IV a.C.

Módulo 2: A CULTURA DO SENADO – A lei e a ordem no Império

Tempo: Século I a.C. / I d.C. O século de Augusto.

Espaço: Roma. A planta da urbs. Ruas, praças, templos, casas, banhos, o Coliseu. O modelo urbano no Império.

Biografia: O romano Octávio. Octávio, uma dinastia que chega ao poder. Ser romano e imperador. As realizações de Octávio.

Local: O Senado. A lei, da República ao Império. Os senadores e o cursus honorum. A retórica.

Acontecimento: O Incêndio de Roma (64) por Nero (54-68). Nero, o herói do incêndio.

Síntese 1: A língua latina. A construção do latim. O latim de Cícero. O latim do limes.

Síntese 2: O ócio. Os tempos do lúdico. Os jogos do Circo. A preocupação com as artes.

1.º Caso Prático: A Coluna de Trajano (98-117). A função comemorativa das colunas. A narrativa da Coluna de Trajano. Uma linguagem escultórica.

2.º Caso Prático – Frescos de Pompeia (79). O cataclismo de Pompeia. Habitações com cor e imaginação decorativas. Os conteúdos dos frescos.

3.º Caso Prático: Anfiteatro Flávio, Roma (in. 72 d.C.). Arquitetura, ócio e espetáculo. A gestão das multidões. Da técnica à forma. O Anfiteatro Flávio como espaço retórico.

4.º Caso Prático: Aqueduto de Segóvia (provavelmente do séc. I d.C.).

Módulo 3: A CULTURA DO MOSTEIRO – Os espaços do Cristianismo

Tempo: Séculos IX-XII. Da reorganização cristã da Europa ao crescimento e afirmação urbanos.

Espaço: A Europa dos Reinos Cristãos. A Christianitas. As fronteiras dos reinos cristãos. Geografia monástica da Europa.

Biografia: O cristão São Bernardo (1090-1153), um exemplo do modo de vida monástico cisterciense. O que se sabe da vida de São Bernardo? Um monge no mosteiro. Caraterísticas do cristianismo monástico.

Local – O espaço físico do mosteiro: uma vida própria com domínio do tempo e do espaço. A autossuficiência monástica.

Acontecimento: A coroação de Carlos Magno enquanto expoente de relações de poder entre a Igreja e a Monarquia (800). O imperador do Ocidente Carlos Magno. Vida e feitos de Carlos Magno. O modelo de imperador cristão.

Síntese 1 – Os guardiães do saber. As heranças greco-latina e muçulmana. Cristianizar as heranças. A posse e o poder do saber.

Síntese 2 – O poder da escrita. Scriptorium, livraria e chancelarias. As palavras que se transformam em letras e frases. A iluminura: outra forma de escrita.

1.º Caso Prático – Canto Gregoriano: Da missa um Gradual e um Kyrie; da liturgia das horas, uma Antífona com versículo salmódico. Cantar a horas certas. O canto e a liturgia. Um canto a uma só voz.

2.º Caso Prático – São Pedro de Rates. A arquitetura. Simplicidade, rudeza e mensagem. São Pedro de Rates na Christianitas. S. Pedro de Rates como um símbolo da ruralização e feudalização da Europa românica. O portal de S. Pedro de Rates como expoente do carácter da escultura românica. O portal e o claustro como roteiros de ascese;

3.º Caso Prático – Livro de Kells (800 d.C.), Irlanda. “Iluminar” como forma de oração. O Livro de Kells como expoente do processo de cristianização da Europa, síntese de culturas e do conhecimento exercido pelo clero.

4.º Caso Prático: Tapís de la creació ou Tapete de Girona (c. 1096-1101), Museu da Catedral de Girona.

Módulo 4: A CULTURA DA CATEDRAL – As cidades e Deus

Tempo: Século XII – 1.a metade século XV. Do renascimento do século XII a meados de quatrocentos.

Espaço: Elaborar um mapa com a Europa das grandes cidades, das cidades-porto e das catedrais e universidades.

Biografia: O letrado Dante Alighieri (1265-1321). Dante, um homem da cidade e das letras. A escrita da Divina Comédia. As novas propostas.

Local: A catedral. Bispos e catedrais. A representação do divino no espaço. A catequese: imaginária e vitral.

Acontecimento: A Peste Negra (1348). A pandemia europeia. Descrição e consequências da Peste Negra. A utilização da Peste Negra: medos, punições e ameaças.

Síntese 1: A cidade. O complexo urbano: espaço, população, subsistência. A fixação dos poderes, dos ofícios e dos artesãos. A cidade com os campos.

Síntese 2: A cultura cortesã. O torneio e o sarau. Gentilezas cortesãs e civilidade. As artes cortesãs: do teatro à dança.

1.º Caso Prático – A Catedral de Notre-Dame de Amiens (1220-1280). As catedrais francesas. A catedral de Amiens. Os modelos: a disseminação do gótico pela Europa. Sugere-se também que seja trabalhada a Catedral de Reims.

2.º Caso Prático – Casamento de Frederico III com D. Leonor de Portugal (festas de 13 a 24 de Outubro de 1451), Nicolau Lanckman de Valckenstein. Descrever uma festa na cidade. O casamento: representações e públicos. As artes: da liturgia às ruas.

3.º Caso Prático: Alegoria do Bom Governo: Efeitos do Bom Governo na Cidade, Ambroggio Lorenzetti, 1337- 1340, Siena, Palazzo Pubblico. Arte e política: a importância da pedagogia cívica. A lenta apropriação da perspectiva espacial. Arte e representação.

4.º Caso Prático: O Triunfo da Morte, de Pieter Bruegel, o velho – Museu do Prado, Madrid (1562).

Módulo 5: A CULTURA DO PALÁCIO – Homens novos, espaços novos, uma memória clássica

Tempo – 1.a metade século XV – 1618. De meados de quatrocentos ao início da Guerra dos Trinta Anos.

Espaço – A Europa das rotas comerciais. Do Mediterrâneo ao Báltico. O Oriente e o Atlântico.

Biografia – O mecenas Lourenço de Médicis (1449-1492). A família Médicis e Florença. Perfil de interesses de Lourenço, o Magnífico. Um Príncipe, um mecenas.

Local – O palácio. O palácio, habitação de elites. Das arquiteturas exteriores ao interior dos palácios.

Acontecimento – O Revolutionibus orbium coelestium (1543), de Nicolau Copérnico (1473-1543). Uma “revolução” diferente com o Sol no centro. Um tratado e a sua história e divulgação. O heliocentrismo.

Síntese 1 – O Humanismo e a imprensa. A Antiguidade e a Sagrada Escritura. Os humanistas. O livre-exame.

Síntese 2 – Reformas e espiritualidade. A devotio moderna e Erasmo. O “caso Lutero”. Trento e a Reforma Católica.

1.º Caso Prático – A Anunciação (1475-1578), de Leonardo da Vinci (1452-1519). O pintor Leonardo da Vinci como um dos expoentes da maturidade da pintura renascentista. As novas técnicas e “regras” da pintura. A “Anunciação” sob perspetiva.

2.º Caso Prático – Fala do Licenciado e diálogo de Todo-o-Mundo e Ninguém. Lusitânia (1532), de Gil Vicente (c. 1465-1536?) (Compilaçam). Fazer teatro na Corte. Uma farsa e uma comédia. Todo-o-Mundo, Ninguém e as outras personagens. O estatuto emergente do artista e a sua relação com o poder. Um discurso moral sobre a condição humana.

3.º Caso Prático – Requiem - Introito (1625), de Frei Manuel Cardoso (1566-1650). O rigor técnico da polifonia
da Escola de Évora e a expressividade mística nas 6 vozes da Missa dos Defuntos do Mestre da Capela do
Convento do Carmo.

4.º Caso Prático – David (1501-1504), de Miguel Ângelo (Michelangelo Buonarroti).