Francês Continuação

Francês Continuação
11.º Ano
Formação Específica
Ensino Secundário
Introdução

A aprendizagem das línguas estrangeiras contribui de modo decisivo para a formação e o desenvolvimento pessoal, social, académico e profissional dos jovens do século XXI, no contexto de um mundo globalizado. Ser plurilingue torna-se essencial para garantir o exercício de uma cidadania informada e ativa e significa possuir competências recetivas, produtivas e de interação em várias línguas, com níveis de desempenho diferenciados.

A aprendizagem das línguas estrangeiras concorre também para a construção das Áreas de Competências definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA), uma vez que os alunos:

  • desenvolvem literacias que lhes permitem analisar e questionar criticamente a realidade, avaliando e selecionando informação, formulando hipóteses e tomando decisões fundamentadas no seu dia a dia;
  • se tornam mais conscientes de si próprios e do mundo que os rodeia pelo confronto com as realidades culturais das línguas estrangeiras e demonstram responsabilidade, confiança e respeito pela diversidade cultural num mundo global em incessante transformação e na luta contra as diferentes formas de discriminação e exclusão social;
  • alargam a sua bagagem artística, humanística e científica, permitindo uma intervenção mais informada na defesa dos princípios, direitos, garantias e liberdades das sociedades democráticas e da sustentabilidade de Portugal e do mundo;
  • experienciam ainda situações dentro e fora da sala de aula que estimulam competências cognitivas, tais como o raciocínio lógico, o pensamento crítico e a criatividade, assim como competências de trabalho colaborativo e estratégias para continuar a aprendizagem ao longo da vida.

A definição das Aprendizagens Essenciais (AE) para as línguas estrangeiras apoiou-se nas escalas de competências do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), nos programas em vigor e nas metas curriculares existentes. As escalas de competência facilitaram a determinação dos níveis comuns de referência que são declinados em vários subníveis (por ex.: A2.1, A2.2) para facilitar a adaptação aos programas e contextos de aprendizagem.

A sua matriz apresenta descritores de desempenho que integram conhecimentos funcionais, discursivos, linguísticos, socioculturais e processuais e organiza-se em três domínios: a competência comunicativa, a competência intercultural e a competência estratégica.

Competências

A competência comunicativa inclui descritores para tarefas de compreensão, interação, mediação e produção orais e escritas que articulam unidades compósitas a nível pragmático-discursivo, linguístico, sociolinguístico e vários meios e suportes.

A competência intercultural apresenta descritores que visam a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades e de atitudes que favorecem a mediação e o diálogo interculturais. Deste modo, conduz-se o aprendente a um maior autoconhecimento e, simultaneamente, a uma maior abertura a ideias, produtos e experiências que proporcionam a aquisição de uma consciência intercultural.

Na competência estratégica, referem-se processos que contribuem para o desenvolvimento de capacidades de gestão do processo de aprendizagem e de comunicação, de superação de dificuldades, de aquisição de hábitos de trabalho autónomo e de participação de forma responsável em projetos colaborativos.

Estas competências favorecem a interdisciplinaridade, visto que constituem um meio de acesso privilegiado aos conteúdos programáticos e a tarefas de outras disciplinas do currículo. O estudo das línguas estrangeiras assume assim um papel dinâmico e ativo na realização de projetos interdisciplinares, no âmbito de iniciativas de escola ou de programas internacionais, tirando proveito da transversalidade dos conhecimentos e utilizando tecnologias e formatos diversos na organização, criação, divulgação e partilha de ideias, produtos e experiências.

Em suma, as AE das línguas estrangeiras visam desenvolver competências complexas na interação com as outras disciplinas do currículo, nomeadamente com a componente de Cidadania e Desenvolvimento, assim como experiências e vivências em contexto educativo indo ao encontro do PA e contribuindo para a formação global dos alunos enquanto cidadãos do século XXI.

ENSINO SECUNDÁRIO | FORMAÇÃO ESPECÍFICA – CONTINUAÇÃO

A definição das AE apoiou-se no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001), em particular nas escalas de competências, nos referenciais de conteúdos publicados para os vários níveis de competência em língua francesa e nas orientações programáticas de Francês (2001). No ensino secundário, o percurso de aprendizagem Formação Específica - Continuação apresenta, tal como previsto no programa em vigor, um leque abrangente de competências. São privilegiadas capacidades cognitivas de nível superior para desenvolver um desempenho de nível B1.

ENSINO SECUNDÁRIO 10.º 11.º 12.º
Continuação Formação Específica B1.1 B1.2 B2.1

No final do 11.º ano do ensino secundário, o aluno atinge o nível de proficiência B1.2 de acordo com do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001, p. 49): «É capaz de compreender as questões principais, quando é usada uma linguagem clara e estandardizada e os assuntos lhe são familiares (temas abordados no trabalho, na escola e nos momentos de lazer, etc.). É capaz de lidar com a maioria das situações na região onde se fala a língua-alvo.É capaz de produzir um discurso simples e coerente sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal. Pode descrever experiências e eventos, sonhos, esperanças e ambições, bem como expor brevemente razões e justificações para uma opinião ou um projeto.» Esta competência comunicativa abrange a compreensão, a interação, a produção e a mediação orais e escritas.

A aprendizagem da língua integra também uma componente intercultural essencial para a construção de uma identidade como cidadão global e para a promoção de valores, tais como a tolerância e o respeito pelo Outro. A componente estratégica a desenvolver ao longo do percurso de aprendizagem favorece a reflexão metalinguística, o pensamento crítico, a criatividade, a autonomia e a confiança na pesquisa e validação de informação, na resolução de problemas e na gestão de projetos individuais ou coletivos de trabalho.

O percurso de formação assim definido reforça várias Áreas de Competências do PA nos domínios científico, humanístico, tecnológico e cultural e favorece a implementação de projetos combinando a língua francesa com outras disciplinas do currículo. Tendo em conta o contexto curricular, sugerem-se projetos com as disciplinas de Geografia A, História A, Filosofia, Educação Física, Português e outras línguas estrangeiras ou ofertas de escola. Estes projetos interdisciplinares podem assentar em interesses ou temáticas que proporcionem o contacto com fontes diversificadas de informação, a elaboração de produtos em língua materna e em francês, assim como o trabalho em redes internacionais de programas educativos. 

Áreas de Competências do perfil dos Alunos (ACPA)
Linguagens e Textos
Informação e comunicação
Raciocínio e resolução de problemas
Pensamento crítico e pensamento criativo
Relacionamento interpessoal
Desenvolvimento pessoal e autonomia
Bem-estar, saúde e ambiente
Sensibilidade estética e artística
Saber científico, técnico e tecnológico
Consciência e domínio do corpo
Operacionalização das Aprendizagens Essenciais (AE)
Organizador
Competência Comunicativa
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Compreensão oral

Identificar as ideias principais, selecionar informação relevante não-verbal e verbal em textos variados (noticiários, reportagens, publicidade, documentários, entrevistas, canções, videoclipes, curtas metragens e filmes, publicações digitais, entre outros), sobre assuntos pessoais, culturais e científicos, sempre que as ideias sejam estruturadas com marcadores explícitos, predominem vocabulário frequente e expressões idiomáticas muito correntes e a articulação seja clara e pausada.

Compreensão escrita

Seguir indicações, normas e instruções, identificar as ideias ou as principais conclusões e aspetos socioculturais, selecionando e associando informação pertinente em textos descritivos, narrativos, explicativos e argumentativos (correspondência, catálogos, artigos de imprensa, publicidade, publicações digitais, textos literários, entre outros), sobre assuntos pessoais e culturais, com ideias estruturadas com marcadores explícitos e predominância de vocabulário frequente e expressões idiomáticas correntes.

Interação oral

Interagir com fluência em conversas sobre assuntos pessoais e culturais, pronunciando claramente, com ritmo e entoação apropriados, respeitando as convenções sociolinguísticas e o discurso do interlocutor e usando estruturas frásicas diversas, recursos lexicais e gramaticais adequados para:

  • descrever situações e narrar acontecimentos;
  • ligar, clarificar, reformular ideias, esclarecimentos e explicações;
  • trocar opiniões, argumentos, conselhos, sugestões, gostos e preferências.

Interação escrita

Escrever correspondência (160-180 palavras) sobre assuntos pessoais e culturais, exprimindo-se com clareza, respeitando as convenções textuais e sociolinguísticas, utilizando vocabulário frequente, frases com estruturas gramaticais simples e recursos adequados na construção de textos coerentes e coesos (conetores, marcadores e tempos verbais, entre outros) para:

  • descrever situações e narrar acontecimentos;
  • expor informações, explicações, argumentos e opiniões;
  • exprimir conselhos, sugestões, opiniões, gostos e preferências.

Produção oral

Exprimir-se sobre assuntos pessoais e culturais com alguma fluência e de forma pertinente em monólogos e apresentações preparados previamente, mobilizando recursos lexicais e gramaticais adequados para construir uma sequência linear de informações e pronunciando de forma clara, com ritmo e entoação apropriados para:

  • descrever situações e narrar acontecimentos;
  • expor informações, explicações, argumentos e opiniões;
  • exprimir conselhos, sugestões, opiniões, gostos e preferências.

Produção escrita

Escrever textos (160-180 palavras) sobre assuntos pessoais e culturais em suportes diversos, respeitando as convenções textuais e usando vocabulário frequente e expressões idiomáticas correntes, assim como estruturas gramaticais e recursos adequados para construir textos coerentes e coesos para:

  • descrever situações e narrar acontecimentos;
  • expor informações, explicações, argumentos e opiniões;
  • exprimir conselhos, sugestões, opiniões, gostos e preferências.

Mediação oral/escrita

Sintetizar as ideias principais de textos claros e bem estruturados de natureza diversificada para transmitir a informação em vários suportes.

Traduzir textos curtos e simples de francês para português.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Compreensão oral e escrita

Escuta/visionamento/leitura de documentos para:

  • antecipação e formulação de hipóteses face a uma situação de comunicação e verificação;
  • identificação de discursos, de elementos verbais, para-verbais e culturais;
  • seleção, associação, classificação, hierarquização e organização de informação explícita e implícita;
  • transposição de informação em ações ou em modalidades diversas;
  • compreensão geral, seletiva e detalhada.

Interação, produção e mediação orais e escritas

  • Identificação da situação de comunicação;
  • pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva e aprofundamento de informações;
  • planificação e elaboração de planos gerais e esquemas;
  • mobilização de recursos e conhecimentos variados;
  • adequação do discurso à situação de comunicação;
  • síntese e tradução;
  • uso de elementos para-verbais e não verbais na oralidade;
  • revisão na escrita;
  • autoavaliação e autocorreção em apresentações, dramatizações, simulação de situações mediáticas e profissionais, debates, jeux de rôle, criação e redação de textos predominantemente explicativos e argumentativos, de formato e matriz variados (mensagens pessoais, textos mediáticos, interação em redes sociais, blogues, fóruns, etc.), integrados em projetos disciplinares ou interdisciplinares.
Descritores do Perfil dos alunos

Conhecedor / sabedor / culto / informado: A,B,E,G,I,J

Comunicador: A,B,D, E,H, I, J

Questionador: A,B,D,E,F,G,I,J

Crítico / Analítico: A,B,C,D,E,H

Criativo: A,C,D,E,H,J

Indagador / investigador: A,C,D,E,F,H,I

Participativo / colaborador: B,C,D,E,F 

Sistematizador / organizador: A,B,C,E,F,I,J

Organizador
Competência Intercultural
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Caracterizar e explicar diferenças culturais, relativizando generalizações e estereótipos, assumindo o papel de mediador intercultural para prevenir mal-entendidos previsíveis em situações de comunicação.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos
  • Análise e questionamento de representações e estereótipos;
  • caracterização e explicação de diferenças culturais
Descritores do Perfil dos alunos

Respeitador do outro e da diferença: A,B,C,F,J

Organizador
Competência Estratégica
Conhecimentos, Capacidades e Atitudes

Diversificar estratégias e recursos diversos para consolidar conhecimentos, remediar dificuldades e promover a aprendizagem colaborativa e a autonomia.

Utilizar recursos, estratégias e processos diversos para aperfeiçoar a compreensão e realizar tarefas de interação e produção, superando carências e falhas na comunicação.

Ações estratégicas de ensino orientadas para o perfil dos alunos

Competência Estratégica

  • Utilização de estratégias e de suportes diversificados na realização de tarefas, superando lacunas;
  • discussão e implementação de um plano de trabalho colaborativo;
  • análise da sua função e do seu compromisso com os pares no trabalho de grupo;
  • avaliação do seu de desempenho a nível individual e coletivo.
Descritores do Perfil dos alunos

Responsável e autónomo: C,D,E,F,G,I,J