A Economia A é uma disciplina bienal que se inicia no 10.º ano e integra a componente de formação específica do Curso Científico-Humanístico de Ciências Socioeconómicas, podendo também ser objeto de escolha por alunos que frequentam outras ofertas educativas e formativas.
A identificação das Aprendizagens Essenciais (AE) da disciplina de Economia A teve por base o programa em vigor, identificando os conhecimentos, capacidades e atitudes que se pretendem atingir com a aprendizagem da Economia no ensino secundário, e tendo em atenção os seguintes objetivos:
- identificar as aprendizagens essenciais no domínio da Economia face às áreas de competência previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA);
- proporcionar aos alunos instrumentos que lhes permitam compreender e refletir sobre a organização económica das sociedades contemporâneas, num mundo cada vez mais globalizado.
No mundo atual, a Economia deixou de ser um tema apenas abordado por especialistas, para estar presente no nosso quotidiano, pois basta-nos ligar a televisão, folhear uma revista ou um jornal para surgirem termos como, por exemplo, emprego, desemprego, inflação, deflação, estabilidade de preços, exportação, importação, défice orçamental, ou dívida pública. Assim, a disciplina de Economia inicia-se no 10.º ano com o estudo de conceitos estruturantes que visam:
- a clarificação do objeto de estudo da Ciência Económica - os fenómenos económicos;
- a aquisição dos conceitos e instrumentos que permitam compreender a atividade económica, ou seja, propõe-se o estudo do consumo, da produção de bens e de serviços, dos mercados, do processo de formação dos preços (moeda e inflação), da distribuição dos rendimentos e da utilização dos rendimentos.
Quanto aos conteúdos do 11.º ano de Economia, estes foram atualizados, na medida em que sendo Portugal um país membro da União Europeia e da Área do Euro foi necessário atualizar:
- a Contabilização da atividade económica, de acordo com o Regulamento (UE) N.º 549/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de maio de 2013;
- a Contabilização das relações económicas de um país com o resto do mundo, de acordo com as Estatísticas da Balança de Pagamentos e da Posição de Investimento Internacional, notas metodológicas, Suplemento ao Boletim Estatístico 2015, Banco de Portugal;
- os conteúdos relativos à União Europeia e à Área Euro, pois a crise económica e as constantes mutações têm alterado os desafios que se colocam ao projeto europeu.
As transformações do mundo atual são reflexo das (e refletem-se nas) transformações económicas que requerem a necessária atualização de conteúdos contemplados neste documento. É de salientar, ainda, que a rapidez e a imprevisibilidade da mudança na sociedade contemporânea poderão desatualizar algumas aprendizagens previstas. Neste sentido, prevê se uma relativa abertura e flexibilidade no sentido de permitir a integração de novos temas da atualidade económica resultantes dessas transformações sociais.
Também é incentivado o trabalho de projeto na medida em que é proposta a realização de trabalho, em grupo ou individual, cujo objetivo é aplicar os conhecimentos adquiridos à realidade económica portuguesa, problematizando os desafios que se lhe poderão colocar. Dever-se-á ainda realçar que a realidade económica portuguesa, bem como a da União Europeia constitui, ao longo dos dois anos de lecionação da disciplina de Economia, o referencial da análise económica em estudo nesta disciplina.
A disciplina de Economia A contribui ainda para o desenvolvimento de um conjunto de competências que se articulam com as áreas de competências definidas no Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória, pois o estudo da Economia deverá permitir:
|
A; B; C; D; F; G; I |
|
A; B; C; D; F; G; I |
|
A; B; C; D; F; G; I |
|
A; B; C; D; F; G; I |
|
A; B; C; D; F; I |
|
A; B; C; D; F; I |
|
A; B; C; D; F; I |
|
A; B; C; D; F; I |
- Distinguir fluxo real de fluxo monetário;
- Representar graficamente os diferentes fluxos que se estabelecem entre os agentes económicos;
- Justificar a necessidade de equilíbrio entre recursos e empregos numa economia.
Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:
- utilização rigorosa da terminologia económica e uso consistente e de forma articulada de conhecimentos económicos;
- pesquisa e seleção de informação pertinente, utilizando fontes diversas, como, textos, gráficos, tabelas e mapas;
- recolha e tratamento de dados estatísticos que permitam a análise da realidade económica portuguesa e europeia;
- leitura de dados estatísticos apresentados sob diversas formas (textos, gráficos, tabelas e mapas) e retirar conclusões pertinentes sobre uma dada situação económica;
- realização de cálculos (nomeadamente, taxas de variação e pesos de variáveis), de forma a retirar conclusões sobre as variáveis ou os agregados em causa;
- organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
- análise de factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados;
- realização de tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
- mobilização de conhecimentos adquiridos anteriormente que permitam compreender situações da realidade económica local, regional, nacional, europeia e mundial;
- estabelecimento de relações intra e interdisciplinares.
Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:
- realizar um trabalho sobre a realidade económica portuguesa, comparando os principais indicadores da economia portuguesa com os da EU, equacionando problemas e desafios que se poderão colocar à economia portuguesa num futuro próximo;
- formular hipóteses face a um fenómeno ou evento;
- propor alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
- criar um objeto, texto ou solução face a um desafio;
- analisar textos ou outros suportes com diferentes pontos de vista, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
- fazer predições, por exemplo, os impactos sobre as exportações portuguesas decorrentes das variações do crescimento económico dos principais parceiros comerciais de Portugal; o papel do Estado, através das políticas públicas, na integração da economia portuguesa no processo de globalização económica;
- usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens (por exemplo, textos, gráficos, quadros, mapas e imagens);
- criar soluções estéticas criativas e pessoais.
Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:
- mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo (expressar uma tomada de posição, pensar e apresentar argumentos e contra- argumentos, rebater os contra-argumentos sobre a realidade económica portuguesa e europeia);
- organizar debates que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises de factos ou dados económicos;
- discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
- analisar textos, de caráter económico, com diferentes pontos de vista;
- confrontar argumentos para encontrar semelhanças, diferenças, consistência interna;
- problematizar aspetos da realidade económica portuguesa, comparando-a com a da União Europeia e a da área do euro;
- analisar factos, teorias, situações, identificando os seus elementos ou dados, em particular numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar.
Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
- tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
- incentivo à procura e aprofundamento de informação;
- recolha de dados e opiniões para análise de temáticas em estudo.
Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:
- aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
- promover estratégias que induzam respeito por diferenças de caraterísticas, crenças ou opiniões;
- confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de uma dada situação económica e ou maneira de a resolver, tendo em conta, por exemplo, diferentes perspetivas culturais que sejam de incidência local, nacional ou global.
Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
- tarefas de síntese;
- tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
- registo seletivo;
- tarefas de organização (por exemplo, registos de observações, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
- elaboração de planos gerais, esquemas;
- promoção do estudo autónomo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.
Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:
- saber questionar uma dada situação económica;
- organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
- interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento prévio.
Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:
- ações de comunicação uni e bidirecional;
- ações de resposta, apresentação, iniciativa;
- ações de questionamento organizado.
Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:
- se autoanalisar;
- identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
- descrever processos de pensamento usados durante a realização de uma tarefa ou abordagem de um problema;
- considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
- a partir da explicitação de feedback do professor, reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo.
Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:
- colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
- fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
- apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).
Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:
- a assunção de responsabilidades adequadas ao que lhe for pedido;
- organizar e realizar autonomamente tarefas;
- assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
- a apresentação de trabalhos com auto e heteroavaliação;
- dar conta a outros do cumprimento de tarefas e funções que assumiu.
Promover estratégias que induzam:
- ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
- posicionar-se perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si;
- disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)
Criativo (A, B, C, D, G, I)
Crítico/Analítico (A, B, C, D, E, G)
Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)
Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)
Sistematizador/ organizador (A, B, C, I)
Questionador (A, F, G, I)
Comunicador (A, B, D, E, H)
Autoavaliador (transversal às áreas)
Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)
Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)
Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)
- Referir objetivos da Contabilidade Nacional;
- Distinguir os conceitos necessários à Contabilidade Nacional (unidade institucional; setores institucionais: Famílias, Sociedades financeiras, Sociedades não financeiras, Administrações públicas, Instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias/ISFLSF e Resto do mundo; território económico; unidade institucional residente e unidade institucional não residente; ramos de atividade);
- Explicar as dificuldades do cálculo do valor da produção na ótica do Produto, explicitando em que consiste o problema da múltipla contagem e as formas de o ultrapassar (método dos produtos finais e método dos valores acrescentados);
- Deduzir o valor do Produto a partir do Valor Acrescentado Bruto /VAB (soma do valor da produção por ramos de atividade deduzida do valor dos consumos intermédios necessários para a obter);
- Distinguir Produto Líquido de Produto Bruto (consumo de capital fixo/amortização), Produto Interno de Produto Nacional (saldo dos rendimentos primários com o Resto do mundo) e Produto a preços constantes de Produto a preços correntes e calcular o seu valor;
- Explicitar em que consiste o PIB na ótica da produção e calcular o seu valor (VAB a preços de base dos ramos de atividade acrescido dos impostos indiretos ligados ao produto líquido de subsídios);
- Explicitar em que consiste o PIB na ótica da Despesa, distinguindo cada uma das suas componentes (consumo privado, consumo público, investimento: FBCF+VE, exportações e importações);
- Distinguir Procura Interna de Procura Global e Despesa Interna de Despesa Nacional e calcular os seus valores;
- Explicitar em que consiste o PIB na ótica do Rendimento, distinguindo cada uma das suas componentes (remuneração dos empregados, impostos sobre a produção e a importação líquidos de subsídios, excedente de exploração bruto/rendimento misto) e calcular o seu valor;
- Explicitar o conceito de Rendimento Nacional Bruto, partindo do PIB a preços de mercado;
- Constatar a igualdade básica da Contabilidade Nacional: Produto = Despesa = Rendimento;
- Analisar limitações (economia não observada: autoconsumo, setor informal e economia subterrânea; externalidades: positivas e negativas) e insuficiências (nomeadamente, não traduzir o bem-estar da sociedade e as desigualdades na distribuição dos rendimentos) da Contabilidade Nacional.
- Justificar a existência de uma diversidade de relações internacionais;
- Referir as componentes da Balança de Pagamentos (balanças corrente, de capital e financeira);
- Caracterizar as componentes da Balança corrente: bens, serviços, rendimento primário e rendimento secundário;
- Justificar a necessidade da realização de operações de câmbio e da utilização de taxas de câmbio, recorrendo à taxa de câmbio do euro para a sua conversão em diferentes moedas;
- Relacionar a evolução da taxa de câmbio com o valor da moeda, explicitando as consequências dessas alterações no saldo do comércio internacional de bens (desvalorização / valorização da moeda);
- Calcular e interpretar o saldo da Balança corrente e das respetivas componentes;
- Calcular e interpretar indicadores do comércio internacional de bens (estrutura setorial e geográfica das importações e das exportações, grau de abertura ao exterior e taxa de cobertura);
- Calcular e interpretar o saldo da Balança de capital;
- Referir as componentes da Balança financeira;
- Caracterizar as políticas comerciais de livre-cambismo e de protecionismo;
- Caracterizar os principais instrumentos utilizados para impedir o comércio livre (contingentação, subsídios à exportação, dumping e barreiras alfandegárias: tarifárias e não tarifárias);
- Explicitar objetivos da Organização Mundial do Comércio (OMC), enquadrando-a no projeto de liberalização do comércio mundial.
- Caracterizar a estrutura do setor público em Portugal (Setor Público Administrativo e Setor Público Empresarial);
- Justificar a intervenção do Estado na atividade económica (promover a eficiência, a estabilidade e a equidade);
- Explicitar os instrumentos de intervenção do Estado na esfera económica e social (planeamento e políticas económicas e sociais);
- Apresentar o conceito de Orçamento do Estado;
- Distinguir receitas públicas de despesas públicas (correntes e de capital) e apresentar exemplos de receitas e de despesas públicas;
- Calcular e classificar os saldos orçamentais (corrente, de capital, global e primário) e explicitar a evolução desses saldos, em Portugal, em percentagem do PIB;
- Explicar a importância do Orçamento do Estado como instrumento de intervenção económica e social;
- Dar exemplos de políticas económicas do Estado (políticas fiscal, orçamental, monetária e de preços), identificando os seus objetivos e instrumentos;
- Dar exemplos de políticas sociais do Estado (combate ao desemprego e de redistribuição dos rendimentos), identificando algumas das suas medidas.
- Distinguir as diversas formas de integração económica (sistema de preferências aduaneiras, zona de comércio livre, união aduaneira, mercado comum/mercado único, união económica e união monetária), apresentando as principais vantagens da integração;
- Enquadrar historicamente o surgimento da União Europeia, identificando as principais etapas do seu processo de construção (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, Comunidade Europeia de Energia Atómica, Comunidade Económica Europeia, Ato Único Europeu, Mercado Único Europeu, União Europeia, União Económica e Monetária);
- Referir as instituições da UE e as suas principais funções;
- Distinguir as componentes do orçamento da UE (receitas e despesas);
- Relacionar as políticas comunitárias com correção dos desequilíbrios macroeconómicos, melhoria da capacidade de ajustamento e necessidade de convergência real entre os países da EU;
- Explicitar problemas/desafios que, na atualidade, se colocam à área do euro, destacando o papel do Banco Central Europeu, no âmbito da política monetária;
- Problematizar desafios que, na atualidade, se colocam à UE, entre outros, o relançamento do projeto europeu, os problemas económicos, a globalização e as alterações climáticas.
Para aplicar conhecimentos, anteriormente adquiridos, realizar um trabalho sobre a atual realidade económica portuguesa, comparando os principais indicadores da economia portuguesa com os da UE e equacionando problemas e desafios que se poderão colocar à economia portuguesa num futuro próximo.
Na realização deste trabalho, os alunos, sempre que possível, poderão estabelecer ligações com outras disciplinas, nomeadamente, Geografia A e História B.