O Direito é uma disciplina anual, de opção do 12.º ano dos Cursos Científicos-Humanisticos de Línguas e Humanidades e de Ciências Socioeconómicas.
As Aprendizagens Essenciais (AE) da disciplina de Direito identificam os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que se pretendem que os alunos atinjam com a aprendizagem do Direito no ensino secundário, tendo como base a consecução das seguintes finalidades:
- identificar as aprendizagens essenciais no domínio do Direito face às áreas de competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA);
- proporcionar aos alunos instrumentos que lhes permitam compreender e refletir sobre a importância e a necessidade do Direito enquanto regulador da vida social.
Assim, a disciplina de Direito faz incidir o seu estudo nos conceitos estruturantes visando:
- a familiarização com a linguagem técnico-jurídica e com problemas sociais com relevância jurídica, presentes nos múltiplos domínios da vida social;
- o conhecimento de conceitos, princípios e regras básicas do Direito, que são pilares da nossa sociedade e exercício da cidadania, quer ao nível nacional quer como cidadãos integrados no grande espaço da União Europeia;
- o incentivo à aquisição de metodologias de pesquisa que impliquem a recolha de informação diversificada, apresentada em vários suportes (Constituição da República Portuguesa, códigos, acórdãos, sentenças, peças processuais, escrituras, revistas, noticias dos media, etc.);
- a aplicação dos conhecimentos jurídicos na realização de trabalhos individuais ou de grupo, que possibilitem argumentar, comunicar, resolver problemas/casos da vida real com relevância jurídica e que permitam aos alunos a aquisição de capacidade de reflexão crítica com relação a cada contexto e tema a abordar. Estes trabalhos podem ser realizados em articulação com outras disciplinas do 12.º Ano e apresentados a diferentes públicos (à turma, à comunidade escolar, etc.).
As AE da disciplina de Direito têm por base o Programa, em vigor, da disciplina de Direito dos cursos cientifico-humanísticos. Contudo, tendo em atenção que o «nosso mundo» nunca passou por tantas e tão rápidas mudanças e que o Direito está ínsito na sociedade, tais mudanças têm como consequência alterações legislativas, devendo os professores estar atentos a tais alterações e proceder às atualizações que se venham a afigurar necessárias.
A disciplina de Direito contribui, ainda, para o desenvolvimento de um conjunto de competências que se articulam com as que estão definidas no PA, e que decorrem da própria natureza da disciplina.
A problemática da ordem social |
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A pessoa é o fundamento e fim da ordem jurídica |
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- mobilizar o conhecimento jurídico para a compreensão dos fenómenos complexos das sociedades atuais, com relevância jurídica, em especial, da sociedade portuguesa;
- revelar raciocínio crítico e capacidade de reflexão sobre as sociedades contemporâneas;
- compreender o sistema jurídico como produto da sociedade a que pertence, dos seus valores e fins, contribuindo para a educação para a cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento;
- desenvolver o espírito crítico e de abertura a diferentes perspetivas de análise da realidade social e respetivo enquadramento jurídico;
- mobilizar diferentes fontes de informação jurídica (textos legais, acórdãos, sentenças, pareceres jurídicos, etc.) na análise jurídica das questões;
- elaborar, realizar e avaliar projetos de trabalho
Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:
- rigor na utilização da terminologia juridica, articulação e uso consistente de conhecimentos técnico-jurídicos;
- pesquisa e seleção de informação pertinente, utilizando fontes diversas, como, textos legais, acórdãos, sentenças, peças processuais, certidões e escrituras, atos de registo, notícias dos media, etc.;
- pensar de modo abrangente, de forma lógica , observando, analisando informação ou ideias, argumentando com recurso a critérios implicitos ou explícitos tendo em vista a tomada de uma posição fundamentada.
- organização sistematizada de leitura e estudo autónomo;
- análise de situações/casos da vida real e sua relevância jurídica;
- tarefas de memorização, verificação e consolidação, associadas a compreensão e uso de saber, bem como a mobilização do memorizado;
- estabelecer relações intra e interdisciplinares.
Promover estratégias que envolvam a criatividade dos alunos:
- imaginar hipóteses face a uma situação/caso ou evento;
- analisar textos, acórdãos, sentenças, normas legais, concebendo e sustentando um ponto de vista próprio;
- conceber situações/casos/hipóteses onde determinado conhecimento possa ser aplicado;
- imaginar alternativas a uma forma tradicional de abordar uma situação-problema;
- usar modalidades diversas para expressar as aprendizagens ( textos, quadros, gráficos, imagens, etc.);
- criar um objeto, texto ou solução face a um problema/situação ou desafio;
- criar soluções estéticas criativas e pessoais (na apresentação e trabalhos, etc.).
Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos alunos, incidindo em:
- mobilizar o discurso (oral e escrito) argumentativo para expressar tomadas de posição, pensar e apresentar argumentos e contra-argumentos e rebater diferentes opiniões sobre questões jurídicas (ex.: simulação de um julgamento, etc.);
- organizar debates, que requeiram sustentação de afirmações, elaboração de opiniões ou análises sobre factos ou dados jurídicos;
- discutir conceitos ou factos numa perspetiva disciplinar e interdisciplinar, incluindo conhecimento disciplinar específico;
- analisar, por exemplo, textos legais, acórdãos, sentenças, despachos, pareceres, peças processuais com diferentes pontos de vista, confrontando argumentos para encontrar semelhanças, diferenças e consistência interna;
- problematizar numa perspetiva jurídica aspetos da realidade social portuguesa,(ex: conflitos familiares, arrendamentos, questões laborais, acidentes de viação, conflitos de consumo, etc.) sempre que possível de uma forma interdisciplinar.
Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
- tarefas de pesquisa sustentada por critérios, com autonomia progressiva;
- incentivo à procura e aprofundamento de informação recorrendo a fontes diversificadas;
- recolha de dados e de opiniões para análise das situações/casos em estudo.
Promover estratégias que requeiram/induzam por parte do aluno:
- aceitar ou argumentar pontos de vista diferentes;
- promover estratégias que induzam respeito por pelas diferenças culturais ou de opiniões;
- confrontar ideias e perspetivas distintas sobre abordagem de uma dada situação jurídica/problema tendo em atenção as diferentes posições ou interpretações.
Promover estratégias que envolvam por parte do aluno:
- tarefas de síntese;
- tarefas de planificação, de revisão e de monitorização;
- tarefas de organização (ex.: criação de um ficheiro jurídico, elaboração de regras para utilização de espaços comuns na escola,construção de peças processuais, relatórios de visitas segundo critérios e objetivos);
- elaboração de planos gerais, esquemas;
- promoção do estudo autónomo com o apoio do professor à sua concretização, identificando quais os obstáculos e formas de os ultrapassar.
Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:
- saber questionar uma situação (ex.: formular questões com vista à defesa ou acusação no âmbito da simulação de um julgamento, etc.);
- organizar questões para terceiros, sobre conteúdos estudados ou a estudar;
- interrogar-se sobre o seu próprio conhecimento.
Promover estratégias que impliquem por parte do aluno:
- ações de comunicação uni e bidirecional;
- ações de resposta, apresentação, iniciativa;
- ações de questionamento organizado.
Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios, se oriente o aluno para:
- fazer autoanálise;
- identificar pontos fracos e fortes das suas aprendizagens;
- considerar o feedback dos pares para melhoria ou aprofundamento de saberes;
- reorientar o seu trabalho, individualmente ou em grupo, a partir da explicitação de feedback do professor.
Promover estratégias que criem oportunidades para o aluno:
- colaborar com outros, apoiar terceiros em tarefas;
- fornecer feedback para melhoria ou aprofundamento de ações;
- apoiar atuações úteis para outros (trabalhos de grupo).
Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem por parte do aluno:
- responsabilizar-se adequadamente pelo que lhe for pedido;
- organizar e realizar autonomamente tarefas;
- assumir e cumprir compromissos, contratualizar tarefas;
- apresentar trabalhos com auto e heteroavaliação;
- dar conta a outros do cumprimento de tarefas e das funções que assumiu.
Promover estratégias que induzam:
- ações solidárias para com outros nas tarefas de aprendizagem ou na sua organização /atividades de entreajuda;
- posicionamento perante situações dilemáticas de ajuda a outros e de proteção de si; disponibilidade para o autoaperfeiçoamento.
Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)
Criativo (A, C, D, J)
Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)
Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)
Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)
Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)
Questionador (A, F, G, I, J)
Comunicador (A, B, D, E, H)
Autoavaliador (transversal às áreas)
Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)
Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)
Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)
O Estado como sociedade politicamente organizada
- Distinguir Direito Público e Direito Privado, analisando situações concretas em conexão com o Direito Público e Direito Privado.
- Explicar o conceito de estado e respetivos elementos (comunidade, território e poder político), distinguindo poder político de soberania.
- Caracterizar e distinguir as diversas funções do Estado (política, administrativa, legislativa e judicial), articulando-as com os órgãos de soberania.
- Conhecer os diversos órgãos de soberania (Presidente da República, Assembleia da Republica, Governo e Tribunais) e respetivas composições e funções, refletindo sobre as relações de interdependência que entre eles se estabelecem.
- Identificar as características essenciais de um Estado de Direito e analisar a evolução do Estado de Direito ao Estado Social de Direito, reconhecendo o papel do Estado Social na promoção do desenvolvimento social e económico e na satisfação das necessidades coletivas.
Problemática do Direito Internacional |
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O Direito da União Europeia |
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As Fontes do Direito no sistema jurídico português
- Explicar os vários sentidos da expressão fontes de direito.
- Definir lei e apresentar os diversos sentidos que a palavra lei pode assumir (lei em sentido amplo e em sentido restrito; lei em sentido material e em sentido formal; lei constitucional e lei ordinária).
- Explicar o processo de elaboração das leis.
- Explicar o início e o termo de vigência das leis, refletindo sobre a importância da vacatio legis e distinguindo entre revogação e caducidade.
- Estabelecer a hierarquia das leis.
- Avaliar a importância do Costume, da Jurisprudência e da Doutrina como fontes de Direito.
- Analisar a importância dos Tratados Internacionais como fonte do Direito à luz da CRP.
A relação jurídica
- Explicar o conceito de relação jurídica e apreender a sua importância para a ciência jurídica em geral.
- Referir os elementos da relação jurídica (sujeitos, objeto, facto jurídico e garantia).
- Caracterizar os sujeitos de direitos (sujeito ativo e o sujeito passivo).
- Explicitar a noção de capacidade jurídica, distinguindo capacidade jurídica ou de gozo de capacidade de exercício e caraterizar as principais situações de incapacidade e identificar formas de suprimento de incapacidades.
- Dar uma noção de objeto, distinguir objeto imediato de mediato e identificar os possíveis objetos da relação jurídica.
- Explicar o conceito de facto jurídico, distinguindo factos jurídicos voluntários ou atos jurídicos de factos jurídicos involuntários ou naturais e negócio jurídico de simples atos jurídicos.
- Explicar os elementos do negócio jurídico, diferenciando os diversos tipos de negócios jurídicos.
- Distinguir garantias pessoais de reais, exemplificando as garantias mais usuais (fiança, hipoteca, penhor, direito de retenção, etc.)
As profissões jurídicas e parajurídicas
- Distinguir profissões jurídicas de parajurídicas.
- Identificar as profissões jurídicas (magistrado, advogado, notário, conservador, solicitador, agente de execução, etc.) referindo as principais funções e deveres de cada profissão e a formação prévia inerente a cada uma.
- Identificar profissões parajurídicas (diplomatas, deputados, governantes, autarcas, etc.) referindo as principais funções e deveres de cada profissão e a formação prévia inerente a cada uma.