O Desenho é uma forma universal de conhecer e comunicar e contempla múltiplas vertentes do conhecimento, a partir das quais se exercitam as capacidades de observação, de análise, de síntese e de representação. As aprendizagens nesta área devem mobilizar conteúdos que criem condições de equilíbrio entre a aquisição de conhecimentos técnicos e a compreensão do desenho como meio de expressão intencional contribuindo para a utilização competente da linguagem do Desenho.
A disciplina de Desenho A deve estabelecer uma relação dinâmica entre o aprender a Ver – a Criar – e a Comunicar, conjugando a análise crítica e reflexiva sobre o que se vê, com a experimentação de conceitos/temáticas com diferentes materiais e técnicas, modos de registo e a utilização de diferentes suportes. Esta inter-relação deve ter em conta os diversos processos criativos que gradualmente vão conduzindo à apropriação de diferentes modos de ver e pensar e que favoreçam o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística, colocando o conhecimento em Desenho numa perspetiva abrangente de educação artística, capaz de responder às problemáticas e desafios da arte contemporânea e ao desenvolvimento das áreas de competências definidas no Perfil do Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA).
A identificação das aprendizagens essenciais de Desenho A tem por referência os domínios comuns à maioria das disciplinas relacionadas com a Educação Artística - a Apropriação e Reflexão, a Interpretação e Comunicação e a Experimentação e Criação. Estes Domínios, separados apenas por uma questão metodológica, devem ser entendidos como realidades interdependentes, de acordo com o esquema seguinte:
Estas aprendizagens essenciais não surgem dissociadas de toda a componente curricular do curso de Artes Visuais e das restantes disciplinas de formação específica, que contribuem, de forma muito própria, para consolidar a formação do aluno a ao longo dos três anos de escolaridade no ensino secundário.
No 12.º ano de escolaridade, a disciplina de Desenho A deverá proporcionar a progressiva autonomia de procedimentos, por parte dos alunos, para a concretização dos seus trabalhos, desenvolvendo, em simultâneo, o pensamento reflexivo, crítico e criativo.
No final da escolaridade obrigatória, os alunos deverão ficar capazes de utilizar modos próprios de expressão e de comunicação visual mobilizando, intencional e autonomamente, diferentes ideias/conceitos através da exploração dos diversos recursos, materiais e suportes trabalhados nos anos anteriores.
Compreender que os processos de observação de diferentes imagens articulam perspetivas múltiplas de análise da(s) realidade(s).
Refletir sobre a relação entre os eixos estruturantes das imagens [significante e significado (s)] e a sua articulação com as vivências e os conhecimentos dos fruidores/observadores.
Aprofundar conhecimentos sobre a relação entre o que é percecionado e os diferentes modos de representação da(s) realidade(s).
Refletir sobre o modo como os diferentes contextos das imagens e as circunstâncias em que o fruidor/observador as perceciona podem desencadear múltiplas leituras e interpretações.
Reinterpretar referências de diferentes movimentos artísticos.
Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem:
A compreensão dos contextos culturais em que se inserem as diferentes manifestações artísticas.
A exploração intencional dos elementos estruturais da linguagem plástica e visual.
A necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos, através da seleção de informação pertinente e do estabelecimento de relações intra e interdisciplinares.
Promover estratégias que estimulem a criatividade dos/as alunos/as, como por exemplo, através da:
Articulação de atividades e exercícios que valorizem, simultaneamente a descoberta e a interrogação, a aprendizagem prática e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e coletiva.
Participação criativa em trabalhos e/ou projetos (envolvendo a turma, a escola e/ou a comunidade) para exploração de temas transversais a várias disciplinas, de forma a promover a reflexão participada e a ação proativa sobre questões identitárias e de cidadania democrática.
Criação de unidades de trabalho que valorizem a exploração prática, assim como o questionamento de conceitos e de capacidades de reflexão críticas sobre o desenho.
Utilização de uma metodologia faseada no desenvolvimento dos trabalhos de desenho e no processo criativo e inventivo de imagens.
Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos/as alunos/as, através:
Da reflexão crítica sobre os conhecimentos e suas interpretações possíveis.
Do estímulo da capacidade de agir utilizando processos de pensar e de fazer artísticos como forma de ação e de participação cívica.
Da análise dos seus trabalhos e a dos seus colegas, sustentada com os conhecimentos adquiridos em diferentes situações de observação e análise e tendo em conta os seus contextos de elaboração.
Da autoavaliação dos seus trabalhos, sustentada pelos conhecimentos adquiridos na disciplina de Desenho, utilizando vocabulário específico da linguagem visual.
Promover estratégias que envolvam, por parte do/a aluno/a:
A reflexão crítica sobre os conhecimentos específicos da disciplina e suas interpretações possíveis.
A combinação de atividades e exercícios que valorizem, simultaneamente, a descoberta e a interrogação, a aprendizagem prática e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e coletiva.
O registo da observação de objetos e espaços, bem como de ideias, reflexões, vivências e experiências, de uma forma sistemática (diário gráfico e portefólio digital e/ou físico), que poderão ser utilizadas no seu trabalho individual e/ou coletivo.
O reconhecimento da importância do desenho como forma de pensar e de comunicar.
Promover estratégias que, por parte do aluno, requeiram/induzam:
A compreensão da diversidade cultural e artística possibilitando o reconhecimento valorativo da diferença.
A partilha de ideias, no sentido de encontrar soluções e de compreender o ponto de vista dos outros.
Promover estratégias que envolvam, por parte do/a aluno/a:
A interiorização de métodos de trabalho individual, no sentido de, conscientemente, otimizar as suas capacidades de organização.
A justificação da intencionalidade das suas composições, referindo o modo como organizou os elementos no campo visual.
A integração consciente, nos trabalhos que realiza, dos conhecimentos adquiridos ao longo da aprendizagem.
O registo de esboços, notas e reflexões num diário gráfico que deve acompanhar o seu processo de trabalho.
A organização de um portefólio (digital e/ou físico) para ilustrar o processo de desenvolvimento do seu trabalho.
Promover estratégias que motivem o/a aluno/a:
A uma análise crítica dos seus trabalhos e a dos seus colegas, sustentada com os conhecimentos adquiridos em diferentes situações de observação e análise e tendo em conta os seus contextos de elaboração.
Promover estratégias que proporcionem ao/à aluno/a a oportunidade de:
Apresentar um portefólio (digital e/ou físico) em contexto de aula, para explicitar o trabalho desenvolvido.
Participar em diversos contextos comunicativos, através do discurso verbal e de intervenções de natureza gráfica/plástica/visual.
Participar de forma colaborativa na organização de exposições coletivas em que os seus trabalhos estejam incluídos.
Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios estabelecidos, se oriente o/a aluno/a para:
A autoanálise e autoavaliação dos seus trabalhos, sustentada pelos conhecimentos adquiridos, utilizando vocabulário específico da linguagem visual.
O desenvolvimento do nível de autoexigência, no contexto das aprendizagens e da elaboração dos seus trabalhos.
Promover estratégias que proporcionem oportunidades para o/a aluno/a:
Colaborar em trabalhos ou projetos coletivos, utilizando a linguagem do Desenho e das Artes Visuais.
Participar em projetos de trabalho (turma/escola/comunidade), partindo da abordagem de temas transversais ou que integrem conteúdos de várias disciplinas.
Conceber e organizar exposições coletivas com os seus trabalhos e/ou projetos desenvolvidos de forma multidisciplinar.
Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem, por parte do/a aluno/a:
A interiorização de métodos de trabalho individual, no sentido da sua autorregulação.
O cuidado no respeito pelos prazos estabelecidos para a execução do trabalho solicitado pelo/a docente.
Promover estratégias que induzam:
À organização e preservação dos espaços, bem como dos materiais e equipamentos, de acordo com as regras elaboradas em grupo e/ou pelo/a docente.
À disponibilidade de estar atento às necessidades dos seus pares e da comunidade, podendo exercitar formas de participação.
À valorização dos saberes do outro, compreendendo as suas intenções e ajudando-o a expressar e argumentar as suas ideias.
Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J)
Criativo (A, C, D, J)
Crítico/Analítico (A, B, C, D, G)
Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)
Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H)
Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J)
Questionador (A, F, G, I, J)
Comunicador (A, B, D, E, H)
Autoavaliador (transversal às áreas)
Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F)
Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J)
Cuidador de si e do outro (B, E, F, G)
Manifestar sentido crítico e sentido estético, articulando processos diversos de análise, síntese, argumentação e apreciação, enquanto observador-criador.
Compreender a diversidade dos modos de expressão artística das diferentes culturas e o seu papel na construção da(s) identidade(s) cultural(ais).
Avaliar o trabalho realizado por si e pelos seus pares, justificando as suas opções relativamente aos processos desenvolvidos e utilizando critérios de análise fundamentados nos seus conhecimentos e em referências culturais e artísticas.
Desenvolver processos próprios de representação em torno do conceito de forma (ampliação, sobreposição, rotação, nivelamento, simplificação, acentuação e repetição), selecionando contextos, ambientes, formas de registo e de composição (linha, mancha, sombra, cor, contorno, sobreposição e justaposição, entre outros).
Dominar e utilizar os efeitos da cor, manipulando-a de acordo com o aspeto gráfico/plástico pretendido.
Desenvolver processos próprios de representação em torno do conceito de forma (ampliação, sobreposição, rotação, nivelamento, simplificação, acentuação e repetição), selecionando contextos, ambientes, formas de registo e de composição (linha, mancha, sombra, cor, contorno, sobreposição e justaposição, entre outros).
Dominar e utilizar os efeitos da cor, manipulando-a de acordo com o aspeto gráfico/plástico pretendido.